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domingo, 18 de março de 2012

Desabafo

Eu estou doente. Mentalmente doente. Hoje, lendo um pouco em um site sobre Transtorno do Pânico vi este sintoma:

“Despersonalização refere-se à sensação de estranhamento de si mesmo (sentimento de perda ou transformação do eu) e desrealização ao estranhamento do ambiente (perda da relação de familiaridade com o mundo).”

Às vezes, tenho a sensação de que eu não sou mais eu. Tenho a sensação de me ver por fora, como se eu fosse o telespectador sendo que eu deveria ser o fora.

Este final de semana está sendo difícil. Não aconteceu nada de ruim, mas estou mal. Às vezes acho que não vou agüentar por muito tempo.

Diversões parecem não existir no meu mundo. E se existem, não sei como brincar, como fazer as coisas serem divertidas. Tudo é problema, tudo é obrigação. Se não são as minhas obrigações, são as obrigações dos outros que caem sobre mim. Tento isentar todos da culpa, jogando-a sobre mim. E eu vou dizer uma coisa, depois de quase 29 anos fazendo isto, eu já não agüento mais. Cansei. A vida é chata em 75% do meu tempo.

Faz tempo que eu queria dizer isto, mas as possíveis críticas que receberia não me deixavam. Hoje, eu digo o que muitas vezes já pensei: eu preferiria ter um câncer a ter o que eu tenho.

Quando você tem câncer, imagino que as pessoas entendam (ou tentem entender) e te dêem uma trégua. Quando você tem uma doença mental, ninguém vê, ninguém sabe, ninguém entende o que é. E a trégua não existe. Você é obrigado a estar a 1.000 por hora e pronto. Sinto que vou explodir.

A vida não tem graça. Nunca teve. Não vejo sentido em viver. Se eu pudesse, nasceria em uma outra época ou em um país bem distante. Talvez, se eu simplesmente nascesse de novo, bastaria para ter outro cérebro e outros pensamentos.

E quem se importa? Ninguém. Hoje, para ser sincero, nem mesmo eu.

Solidão!

Eduardo Franciskolwisk

12 comentários:

  1. Eu já passei por isso, muitas vezes... Desabafar faz bem; eu acredito que é a melhor coisa que você faz, ao colocar toda essa angústia para fora. Sua doença não é mental, é psicológica.
    Se quiser falar comigo...

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  2. É Eduardo, eu te entendo bem. Sempre acho que textos como o seu é que são verdadeiros, é que fazem a diferença, porque todo mundo se sente um pouco assim em algum dia da vida.

    Textos como esse seu não são "vamos fazer de conta que", são verdades puras. A sua verdade.

    Te digo que te entendo 100%, e acho que isso é o que posso te dizer nesse momento.

    Beijocas

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  3. você pode achar que não ou que estou falando só por falar, mas sei exatamente do que você esta falando e vivo isso todos os dias da minha vida e tento me lembara sempre que o mundo é bem maior do que o lugar onde estamos, é bem mais do que a vida e a morte, do que as pessoas pensam da gente e se estamos aqui nesse mundo onde ninguém entende ninguém é porque deve ter algum motivo e é pra tentar descobrir esse motivo que levanto da cama todo dia tentando buscar forças pra não desistir da vida. (queria muito conversar com você, se você puder me passar seu Email)

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  4. Oi Eduardo, comecei a acompanhar seu blog a pouco tempo, mas percebo que você não está muito satisfeito com sua vida...
    Eu tenho 16 anos ( como o tempo passa rápido, tinha 10 agorinha) não tenho muitos amigos... na verdade não tenho nenhum amigo mesmo, tenho os colegas de sala que, pra mim, são falsos na maior parte do tempo.
    Eu tava refletindo sobre a vida recentemente, imagino que você faça o mesmo com frequência, e cheguei a uma conclusão. O que faz diferença (por mais que pareça clichê) são as coisas pequenas, os detalhes que passam desapercebidos. Não adianta esperarmos por algo surpreendente acontecer... pra nós, simples mortais, surpresas -pelo menos as boas- nunca acontecem.
    Temos que aproveitar os momentos com nossos pais enquanto eles ainda estão por perto, com pessoas que realmente nos querem ver bem. Com os nossos cachorros hehehe.
    Eu não quero passar imagem de conselheiro nem nada, eu não sou seu amigo (nem te conheço pra isso), mas eu percebi que os outros podem nos ajudar, seja com um momento de atenção, uma conversa franca.
    "Siga em frente", essa expressão é no que penso quando estou pra baixo, eu não sou obrigado a estar feliz o tempo todo, pena que os outros nunca entendem isso.
    Continue com os posts, estarei sempre acompanhando.

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  5. Eduardo, como faço para conversar com vc?

    andei lendo seus posts e tenho muita coisa em comum!

    como faço?

    Por favor!


    entre em contato comigo!

    solidaorecife@hotmail.com

    por favor!

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  6. O bom de expor isso em um blog é ver que não estamos sozinhos. Eu sei, a distância pode ser grande, não é? Mas olha aí, quanta gente parecida. A questão do câncer, acredite se quiser, já passou milhares de vezes pela minha cabeça. fica bem, conselho nenhum vai ser suficiente. As coisas melhoram, acredite.

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  7. Manda seu msn pro meu e-mail. paaulos@gmail.com

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  8. fato o que a ana r. disse, é psicológico, não é mental. você não é doente mental. psicológico, emocional, é o que parece ser o nosso problema. digo nosso porque eu me trato de fobia social e distimia. e assino embaixo quando você diz que as pessoas não dão trégua, diferente de uma doença visível, "concreta". a verdade é que a maioria acha frescura o que a gente tem. falta de roupa pra lavar, daí pra baixo. só você sabe o quanto você sofre. assim como só eu sei o quanto eu sofro. mas existem pessoas que podem nos ajudar. dei uma boa melhorada depois que comecei o tratamento. e sugiro isso a você. às vezes é difícil você encontrar psicólogo ou/e psiquiatra com quem você consiga se abrir e tal. e assim, a gente tem responsabilidade sobre nossa vida, tudo o que a gente faz, diz, não faz, não diz, é responsabilidade nossa, mas isso não quer dizer que seja nossa culpa. até porque tem MUITA gente que gosta de por os outros pra baixo, de humilhar, de pisar mesmo.

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  9. Lendo alguns dos seus posts vi que muita coisa se assemelhava ao que escrevi no blog do meu livro, Caos Kawz. Por exemplo:

    "Às vezes, tenho a sensação de que eu não sou mais eu. Tenho a sensação de me ver por fora, como se eu fosse o telespectador sendo que eu deveria ser o fora."

    No meu poema "Depressão": http://www.caoskawz.com/2012/02/depressao.html, escrevi: "O fim da depressão é só o começo de outra,/É o recomeço do vazio da esperança da qual não temos certeza,/É, de novo, um esconder-se dentro de fora de nós próprios,/Tornando-nos um espectro sentado ao nosso lado,/Imagem daquilo que já é só imagem,/Em um, a memória, e noutro, a estrutura;/E nós mesmos não paramos em nenhum dos dois,(...)"

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  10. Rapaz melhoras... ok? melhoras!

    Talvez a tem que pedir ajuda...

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  11. Na verdade ngm está na sua pele pra saber o que vc realmente está sentindo, alguns trechos da sua narração podem fazer parte da minha história ou da história de muitos que leem o seu blog... simplesmente só posso dizer que a única pessoa que tem o poder de mudar tudo isso é vc e somente se quiser. =P

    Obrigada pela visita ao meu blog!

    Beijos

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  12. Oi, lendo um blog de um amigo encontrei o seu e lendo, percebi que você coisas que eu sinto a maior parte do tempo...
    E é exatamente assim que eu sinto como se eu não estivesse mais em mim, como se eu não fosse mais eu oO... é muito ruim... Eu não fui num psicólogo ainda, acho que vou, não sei... Acho que estou um poco sozinha demais comigo mesma, e meus pensamentos ficam brigando dentro da minha cabeça, e as vezes não sai coisa boa... Esses dias estão sendo péssimos, na verdade eu não tenho tido vontade de nada, de fazer nada por mim nem por ninguém e isso é horrivel, porque eu não sou assim, sabe... Aacho que quando agente precisa de alguem por perto de verdade, nunca tem....
    Desculpa falar essas coisas...
    Espero que você esteja bem...

    meninabloom@gmail.com
    Abraço

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