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domingo, 25 de novembro de 2018

Reclamações sobre a minha vida - Parte 3

Continuação das minhas reclamações
Para ler a parte 1, clique aqui.
Para ler a parte 2, clique aqui.

Quando eu tinha 14 anos fui viajar para Porto Seguro e dias antes da viagem, aconteceu alguma coisa que minha mãe brigou comigo. Pois ela teve a coragem de transformar uma coisa que seria boa para mim em uma coisa ruim, em culpa, dizendo para eu pensar no que eu tinha feito durante a viagem inteira. Ou seja, com isto na minha cabeça o começo da viagem foi desagradável e durante o passeio eu tinha lapsos de culpa nos lugares mais improváveis. Eu conseguia ficar triste nos lugares onde estavam todos felizes, era inevitável. Eu sou assim até hoje, mas esta foi a primeira vez que eu me lembro disto acontecer. Parece que as pessoas não querem deixar você ser feliz. Então, esta sensação de tristeza, de culpa, sempre vem nos meus momentos de alegria até hoje, como se fosse um choque de realidade dizendo que eu não mereço aquilo ou que aquilo é passageiro. Não sei se começou ali, mas foi uma das primeiras vezes que eu percebi sofrimento quando deveria sentir alegria.

Isto pode estar relacionado à loucura da minha família porque sempre tinha uma coisa ruim que acontecia em horas que deveriam ser de felicidade. Por exemplo: brigas em festas, brigas em casa antes de ir para a festa, etc. Chega uma hora que a sua cabeça fala: "Fica em casa. É mais fácil. Dá menos trabalho e dá mais alegria.".
  
Acho que a minha primeira crise de depressão foi com 16 anos quando nos mudamos para uma casa longe do centro e eu ficava bastante sozinho, isolado e totalmente deslocado. Um cachorro já quase adulto, grandão, que não tinha uma pata foi morar com a gente. Eu sentia tristeza pelo cachorro e por mim, por estar isolado, sozinho e perdido. O cachorro sem uma pata era para ser meu quando ainda era perfeito, ou seja, com as 4 patas. Aí, na minha casa não quiseram ele (não cheguei nem a ver o bicho) e ele foi levado para uma fazenda. Lá ele sofreu um acidente e perdeu uma pata. Tempos depois, a pessoa que pegou ele não queria mais e ele acabou vindo para a minha casa. Eu já estava meio depressivo e vendo o cachorro sem a pata, "aleijado", eu chorava bastante. Eu não queria aquele cachorro. Eu saía na rua com ele e todo mundo ficava falando "Que dó, o que aconteceu?". Isto foi me dando a impressão de que as pessoas achavam que a culpa era minha. E o meu estado piorava quando pensava nisso. Na época, saber que eu estava ajudando o cachorro não me bastava. Eu tinha a sensação de que eu estava sendo passado para trás: não me deram o cachorro quando ele era perfeito, mas agora que ele era um aleijado e ninguém queria mais, me deram. Eu não quis mais o cachorro. Não sei o porquê, mas logo depois levaram ele embora. Pode ser porque ele já era enorme e todos tínhamos um pouco de medo dele. Não confiávamos 100% porque ele não tinha chegado filhote e sido criado com a gente, tinha chegado adulto. Era um doberman, se não me engano, e apesar de ter 3 patas, era grande e forte. Apesar de ter só 3 patas, a boca dele tinha todos os dentes.  

Minha mãe sempre fez isto (e ainda faz): assume uma responsabilidade e depois foge, obrigando os outros (leia-se eu, o idiota) a fazer o que ela prometeu. O exemplo mais recente foi quando ela pegou um final de semana para cuidar dos netos, mas marcou almoço e deixou os netos para os outros cuidarem. Além disso, ela nem fica com eles, fica fechada no quarto vendo televisão o dia inteiro. Às vezes, me pergunto se eu seria alguém na vida se meus pais fossem outros, se fossem pessoas mais normais.

continua...

Eduardo Franciskolwisk

2 comentários:

  1. Interessante e aguardo continuação, confesso que me surpreendi com o fato de você ter feito postagens em todos os meses do ano de 2018. Estou lendo em 2019 e os blogs estão sendo cada vez mais "esquecidos". Li vários posts do seu blog na noite de hoje (22.06.2019) estava meio triste vagando pela internet e acabei parando aqui rsrsrs. Apesar de não acompanhar blogs irei dar uma passada aqui mais vezes para terminar de ler seus textos e quem sabe, ver se algo novo foi lançado.

    Assinado: S.L

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    Respostas
    1. Olá S.L.

      No ano passado eu me comprometi comigo mesmo a fazer pelo menos 1 postagem por mês. Consegui (embora eu acho que roubei em um mês...huahua)

      Os blog foram mesmo esquecidos e a moda agora é YouTube, Instagram, Facebook e Twitter. Destes o que mais me atrai é o YouTube; está todo mundo lá!

      Mas eu gosto daqui pq é como uma terapia.

      Então, vou ficar bem feliz se vc voltar mais vezes para ler outras postagens!!

      Obrigado pela visita e pelos comentários!!!

      Excluir

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