Tudo começou à noite, quando fui tomar cloxazolam de 2 mg da Eurofarma. Ao abrir o blister, o comprimido estava pela metade. Achei isso estranho e fui reparar para ver ser o resto estava em ordem. Não estava! No local onde deveria conter um comprimido não havia nenhum. E mais tarde achei a outra metade daquele comprimido junto com um outro inteiro.Até aí eu estava tranqüilo. Tirei fotos do blister e mandei para o atendimento da Eurofarma, para que eles vissem que eu não estava mentindo. Por se tratar de um medicamento de tarja preta, não esperava ser ressarcido com um outro comprimido. E muito menos com dinheiro, eu não queria dinheiro. Dei meu endereço e pedi para que eles me mandassem canetas, livrinho com todas as bulas dos medicamentos que eles fabricam (porque sou farmacêutico e isso seria interessante para mim) ou agenda, enfim, queria qualquer coisa para compensar aquele comprimido que não veio. A resposta que recebi foi:
“Em atenção à sua solicitação, informamos que não dispomos do material para envio.”
O engraçado é que quando eu liguei no 0800, a moça disse que eles tinham esse material, mas que só era destinado aos médicos. Exclusivamente, aos médicos! E aos farmacêuticos? Não, claro que não. Concluindo, eles tinham o material para mandar só que não estavam com boa vontade para enviar.Eu achava que estava facilitando as coisas porque medicamento controlado é um assunto muito delicado e pode dar cadeia por tráfico de drogas caso haja venda sem receita médica.
Então, escrevi outro e-mail dizendo que eu precisava repensar em quais laboratórios confiar e que me colocava a disposição 24 horas, 7 dias por semana no meu endereço residencial para que eles me mandassem qualquer coisa que pudesse compensar o erro deles. Inclusive, uma carta com pedidos de desculpas.
Terminei dizendo que já não acreditava muito no “atenciosamente” que eles escrevem em todos os e-mails.
E agora, estou aqui, esperando a carta da Eurofarma pedindo desculpas. Mas vou continuar esperando. Da mesma forma, eu esperava ser bem atendido por eles. Vou continuar esperando...
Eduardo Franciskolwisk







