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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

O buraco e saindo dele

Depois da postagem “Caindo no Buraco”, venho oficialmente informar que caí mesmo dentro dele. Sorte minha que desta vez não caí tão fundo. Mas não foi um buraco qualquer, foi um buraco de respeito.
 
Depois daquela postagem as coisas pioraram, como era de se esperar. Não sei se era a época do ano, Natal e Ano Novo – família e um novo ciclo chegando – ou se foi a pandemia que nos tirou a rotina e nos colocou para esperar ansiosamente pacientemente por um futuro melhor (que nada mais é do que a normalidade que já tínhamos antes).
 
Uma coisa que eu venho pensando bastante é: a ansiedade e a depressão não me paralisam. Ouço dizer de pessoas que não conseguem trabalhar ou fazer suas obrigações diárias e até higiene pessoal. Pensando nisto, tentei entender porque isto não acontece comigo. A resposta que me veio à mente é que como eu tive depressão desde sempre (acho que desde criança) eu me acostumei a conviver com ela. Eu não tinha opção: ou fazia as coisas essenciais ou não ia ser ninguém.
 
Por outro lado, analisando bem, a depressão e a ansiedade (culpo mais a ansiedade) me paralisaram em algumas outras partes essenciais da vida, por exemplo, o lado afetivo, de relacionamentos. Como eu julgava isto não tão importante, ele foi ficando de lado. Então, fiquei sem reação nesta parte que não é, num primeiro momento, questão de sobrevivência.
 
Neste meio tempo aconteceu uma coisa que me deixou um pouco chateado. Me colocaram no grupo de Whatsapp da família para combinar as comemorações de Natal – mesmo com a pandemia, diga-se de passagem. Neste grupo estavam tios, primos, incluindo esposos, papagaio e etc., ou seja, era aqueles grupos com todo mundo onde inevitavelmente vai dar confusão.
 
Eu já não estava no grupo porque algumas pessoas ficavam me alfinetando, dando indiretas. Aí me puseram de volta por causa do Natal. Eu até que me animei, achei que seria uma boa ideia diante da minha crise de ansiedade que estava passando. No entanto, teve algumas “discordâncias” a respeito do presente da brincadeira “Amigo da Onça”. Eu queria que não pudesse ser chocolate pois teve um ano que pôde ser qualquer coisa e todo mundo (a grande maioria, na verdade) só levou chocolate. Aí, trocar um chocolate por outro chocolate não teve graça nenhuma.
 
No início todos concordaram, mas depois, uma família resolveu que podia sim levar chocolate e que cada um dava o que quiser. E no meio da conversa, uma pessoa feminina disse algo assim: “Eu já participei de vários “Amigo da Onça”, mas tem gente que não entende como funciona. Também só quem tem amigo pode entender disso.”
 
Isto foi uma indireta para mim querendo dizer: “Você não tem amigos”. Isto em dezembro de 2020. Eu tenho uma postagem de junho de 2009 chamada “Eu não tenho amigos”. Será que ela acha que me contou alguma coisa que eu não sabia?
 
Pois bem, duas coisas me chatearam: a intenção e a indireta. A intenção era me deixar para baixo: conseguiu. E eu já estava em uma crise existencial. A indireta foi para mim, óbvio, me chateou sim porque eu estava trocando ideias, conversando, na boa. Foi covarde. Odeio indiretas. A indireta é a arma do covarde. Ele solta a frase com a intenção de ferir e quando atinge seu objetivo e não aguenta suas consequências, tem a possibilidade de argumentar que a indireta foi entendida de forma errada.
 
Então, eu saí do grupo e a minha intenção é nunca, nunca mais participar de Natal nenhum com esta família. Depois eu fiquei sabendo que este pessoal induziu uma tia a ter uma crise suicida. Pois é, este é o nível da maioria dos seres humanos.
 
Do dia 1º de janeiro de 2021 até o dia 15, eu passei praticamente chorando o dia todo. Ou seja, eu caí no buraco. Depois, fui melhorando com uma pequena recaída agora no início de fevereiro. Mas já estou bem melhor. Espero que não aconteça mais nada que me puxe de volta para o buraco. Uma coisa importante é que eu sei que não saí dele, ainda estou saindo. 
 
Eduardo Franciskolwisk

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