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domingo, 14 de abril de 2013

A caixa mágica de chocolate

Vivia na rua um garoto muito pobre, a única coisa que ele tinha, além da roupa do corpo, era uma caixa. Enganam-se as pessoas que acham que esta era uma caixa simples, esta era uma caixa mágica de chocolate.

O garoto vendia chocolates nas ruas e algumas vezes, de tão bom que o chocolate era, as pessoas iam atrás dele, mesmo quando não estava trabalhando. Mas, certamente, o que mais chamava a atenção dos compradores eram as respostas que estavam dentro do chocolate. Isso mesmo, respostas! Funcionava assim: se alguém quisesse saber de alguma coisa que já tinha acontecido, ou seja, do passado, essa pessoa comprava o chocolate e lá dentro tinha um papelzinho com a resposta.

Sempre certa, não houve uma única vez em que a resposta do chocolate estivesse errada. Muitíssimas pessoas iam procurar o menino para obter ajuda. Teve uma senhora que tinha ficado viúva de um homem muito rico e não sabia onde a fortuna do defunto tinha ido parar. Então, ela comprou o chocolate e perguntou:

- Eu serei feliz quando souber onde está os milhões do meu falecido marido?

Abriu o chocolate, comeu e leu o papelzinho que dizia:

- Não.

Bingo! Meses depois ela descobrira que o dinheiro tinha ido para várias instituições da cidade e se torceu de raiva. O papelzinho acertara! Ela não estava nada feliz.

Porém, as pessoas que compravam o chocolate tinham que tomar muito cuidado na hora de fazer a pergunta. Muitas e muitas vezes o papelzinho respondeu uma pergunta enquanto as pessoas achavam que ele estava respondendo outra.

- Bom dia! Está tudo bem com o senhor? – perguntou o empregado ao patrão ao chegar no trabalho.

- Eu vou ganhar na loteria? – quis saber o patrão do chocolate na mesma hora em que o empregado chega.

- Sim – estava escrito no papel.

E foi por isso, pelo sim do chocolate, que o homem pôs tudo a perder e de patrão passou a mero mendigo das ruas da cidade. Não sabia ele e a maioria das pessoas que aquele sim era a resposta da pergunta do empregado. O papelzinho estava certo, o patrão, naquele dia, estava bem.

Os erros, apesar de erros, nunca fizeram má fama ao chocolate e suas respostas.

A caixa de chocolate era mágica, seus chocolates eram infinitos, nunca acabavam. Esse é o motivo do garoto pobre poder vendê-los. Continuou pobre com a fama e a grande vendagem do chocolate? Sim, ele continuou. O preço do chocolate era muito baixo, quase era grátis, e o dinheiro que conseguia só dava mesmo para que ele não morresse de fome.

- Não posso abusar de uma coisa que é me dado de graça! Tenho só o suficiente para viver, se eu ficasse rico com os chocolates o nascimento do meu orgulho mataria a vida própria da minha caixa mágica de chocolate. E aí eu não teria nada para continuar a vida.

E as respostas? Quem era o responsável por elas existirem dentro dos chocolates? A dúvida ficou na cabeça das pessoas por muito tempo, mas a curiosidade era pouca. Até que um dia um velho encontrou o garoto na rua e disse:

­– Menino, estou interessado nas respostas que o seu chocolate dá. Preciso só das respostas, não preciso desse seu chocolate mágico. Sou muito rico e as quero para mim, só para mim. Posso pagar o quanto você quiser. Quanto custam?

E o menino respondeu:

­– O senhor está enganado... As respostas não estão à venda. O que eu vendo é o chocolate, as respostas eu dou de graça.

Depois disso, toda a cidade ficou sabendo que o menino também tinha seu toque de magia. Muitos acabaram por acreditar que a mágica do menino e do chocolate era puro truque de gente esperta querendo passar a perna nos outros, e com esses o chocolate nunca mais funcionou. Restaram, porém, aqueles que ainda confiavam no chocolate. Eram essas pessoas que davam vida a algo misterioso, algo misterioso que dava vida a essas mesmas pessoas no momento de suas dificuldades.

Termino a minha história pedindo:

– Acreditem nela e ela terá algo de real em suas vidas.

Eduardo Franciskolwisk

2 comentários:

  1. muito legal seu blog, adorei a história do menino

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  2. Gostei da escrita, mas na minha opinião, poderia ter um desfecho melhor ou emocionando.

    Nunca pare de escrever;

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