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domingo, 28 de abril de 2013

A casa mal-assombrada com olhos

Sim, existem casas mal-assombradas. Sei disso porque meu irmão morreu nesta casa e nunca mais deixou nossa família em paz. Coisas terríveis começaram a acontecer.

No dia em que o enterramos, mamãe passou a ter pesadelos. Desde então, não soube mais diferenciar os sonhos da realidade. Os sonhos com meu irmão, um dia, a levou para a porta do cemitério onde ele estava enterrado.

– Quando eu vi meu filho, entrei no cemitério sem pensar duas vezes. Eu precisava de seu perdão.

Mamãe foi encontrada toda ensangüentada e seus dois olhos, em cima do túmulo de seu filho mais novo.

As pessoas da cidade onde moro ficaram revoltadas. Queriam a qualquer custo pegar o responsável por tamanha injustiça. Nem notaram o desaparecimento repentino de meu cão.

Algumas semanas se passaram e quando tudo parecia estar bem, outra fatalidade aconteceu. Minha única irmã, ao chegar em casa, percebeu que a porta do quarto de nosso falecido irmão estava aberta. Isso era estranho porque aquela porta sempre, sempre, esteve fechada desde o acontecimento.

Sem coragem para ir até aquele quarto, foi para a cozinha e minutos depois, quando voltou, a porta já estava normalmente fechada.

– Agora, fico mais tranqüila para tomar um banho.

Coitada! Durante seu banho de banheira, um vulto se mexeu diante dela e a água que antes era incolor e cristalina estava vermelha. Fui eu quem encontrou o corpo. Assustadoramente, este também estava sem seu par de olhos.

Agora, só eu vivia naquela casa. Pensei:

– Sou o próximo a morrer.

Mas não aconteceu assim. Tinha me esquecido da empregada. Esta, ao chegar em casa num sábado de manhã, horário em que não me encontro em casa, esqueceu-se de que não podia abrir a porta do quarto de meu irmão e teve a cabeça decepada por uma espada de estilo medieval. O corpo da mulher deve ter ficado dentro do quarto, porque em frente só foi encontrada a cabeça. Sem os olhos!

Eu não pensava em outra coisa além de entrar naquele quarto para saber o que estava acontecendo.

Devo dizer que meu irmão morreu de uma doença que tinha cura e que, mais ou menos, um mês antes de morrer começou a sentir alguns órgãos doerem, uma tontura fortíssima e outras coisas que já não me lembro por não ter prestado atenção em suas reclamações. Assim como ninguém, que vivia nesta casa, fez!

Com coragem abri a porta, entrei rapidamente e pude ver a pior cena da minha vida. Na cama, inexplicavelmente, estavam deitados os restos mortais de meu irmão. Em sua volta, estavam três pares de olhos e meu cão, todos virados para a cama, como se estivessem olhando para o corpo deitado. Como se estivessem prestando atenção naquele cadáver.

Meu irmão, antes de morrer, havia me dito que iria pegar todos os responsáveis por sua morte, mas ele ainda não conseguiu me pegar!

Eduardo Franciskolwisk

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