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quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Caindo no buraco

Esta semana que passou não foi nada boa para mim. Talvez eu esteja caindo no buraco mais uma vez. Naqueles buracos bem fundos dos quais é muito difícil sair. Por outro lado, sinto uma leve e demorada melhora com o passar dos dias.
 
Estou tenso desde o dia 4, uma sexta-feira. Naquele final de semana, quase não consegui parar de pensar em trabalho, ou melhor, com o que aconteceria na segunda.
 
Na segunda, apesar dos acontecimentos, eu estava de boa. Muito tenso e um pouco ansioso. Embora eu consiga ser calmo durante os fatos, fico remoendo tudo depois. Então, quando cheguei em casa já tomei um relaxante muscular a mais junto com o ansiolítico e com o antidepressivo para dormir.
 
E na terça-feira eu acordei com crise de ansiedade. Imaginando mil coisas. Eu chorei. E a partir deste dia, foi só ladeira abaixo. Mesmo assim, eu tentei me fazer de normal e fiz coisas que eu não estava animado para fazer – porque eram coisas que eu gosto muito de fazer.
 
Mesmo assim, eu continuei tenso e percebi um padrão das minhas outras crises: eu acordava antes do horário normal e ficava meio dormindo e meio acordado. Pensei que com o passar dos dias, passaria. De manhã, durante toda a semana, eu senti meu peito queimando. Não me lembro de ter tido esta sensação antes. E ao mesmo tempo eu tinha crises de choro de manhã.
 
No sábado eu até acordei um pouco animado em comer um lanche do Burger King. Mas eu tinha que limpar a casa, então, tentei limpar mais rápido que de costume. E na hora que eu cheguei no banheiro, percebi uma água dentro do box que costumava ficar seco. Não demorou para eu perceber um vazamento na parede. E ali eu fiquei muito triste. Foi uma mistura de desespero, tristeza, impotência, fracasso, culpa. Naquele momento entrei em uma crise de ansiedade e depressão. E aí eu comecei a chorar e chorei o final de semana inteiro. No domingo à noite, eu chorava e já não tinha nem mais lágrimas para sair. Mesmo assim, eu chorava.
 
Não era um choro contínuo, eu chorava, parava e fazia alguma coisa e depois, chorava de novo - igualzinho a mulher do filme “Alguém tem que ceder”. Neste final de semana, eu quase não comi nada. Fiquei sem fome totalmente. Só comi porque me forcei a comer, mas eu não queria.
 
Na semana passada, que foi uma semana “leve”, eu tentei me distrair jogando um joguinho na internet e até que funcionou. Esta semana não tive vontade nenhuma de jogar, quero ficar sem fazer nada, quieto no meu canto- parado e imóvel como se eu fosse uma pedra esperando o tempo e a vida passarem. Nem TV eu assisti direito.
 
Minha pálpebra inferior está tremendo algumas vezes durante o dia, pela primeira vez na minha vida. Antes quando eu estava estressado quem tremia era a pálpebra superior.
 
Como estou sozinho em casa, eu fiz uma coisa que nunca tinha feito. Eu avisei as pessoas que eu não estava bem e que eu podia cair a qualquer momento. Avisei que eu estava em crise.
 
Na segunda, eu decidi tomar o remédio para depressão de manhã. Antes eu estava tomando ele de noite, junto com o ansiolítico porque eu estava ficando com sono durante o dia quando tomava de manhã.
 
Eu acho que estou melhorando, mas até disto eu desconfio porque na minha vida quando as coisas melhoram é porque vem algo muito grande para me ferrar. Então, aprendi a não acreditar em coisas boas pois sei que a rasteira vem logo depois.
 
Então, eu estou aqui escrevendo para colocar isto para fora porque sei que me ajudar a melhorar.
 
Quando eu estou em crises assim, como esta, eu tenho a vantagem de ficar com o pensamento mais lerdo. E aí, eu consigo organizar melhor algumas coisas.
 
Enfim, está chegando o Natal e estava até tentando me animar. Mas depois desta crise eu não sei. Para mim o Natal sempre foi muito legal, porém nestes últimos anos está se tornando uma época triste. Na verdade deve ser eu, deve ser culpa do meu espírito.
 
Eduardo Franciskolwisk

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