Alguns meses atrás, eu atendi um homem na farmácia onde trabalho. Ele queria um shampoo de cetoconazol que custava 10 reais. Na hora de pagar, ele me deu uma nota de 50 reais. Quando eu peguei a nota, pensei “Essa nota é falsa! Parece que está meio borrada...”. Eu fiquei completamente sem ação, fiquei abobado, foi como se alguém tivesse dado um murro na minha cara. E demorei para dar o troco porque naquele momento só pensava no que eu poderia fazer, mas sem constranger o cliente. Eu, pelo menos, me sinto ofendido quando, ao pagar uma conta, vejo o caixa analisando a nota para saber se é falsa. É como se a pessoa dissesse “Você não tem uma aparência boa e provavelmente não tem condições de conseguir esse dinheiro de forma honesta.” ou, simplesmente, “Você tem cara de marginal, seu bandido safado!”.
Eu fiquei com vergonha de desconfiar do homem.
Por isso, não conferi a nota, deixei para fazê-lo enquanto ele estivesse indo para o carro. Então, eu pensei em anotar a placa do carro para que se fosse falsa, pelo menos eu saberia quem havia me dado a nota. Mas, infelizmente, tive que atender um outro cliente (só para registro: era um médico grosso, sem educação) e quando terminei, o homem já tinha ido embora. Só nesse momento, pude conferir a nota e verificar que realmente era falsa. Não havia marca d´água. Em vez disso havia uma impressão grosseira dela, onde era possível ver os “pixels”!
Eu quase chorei! Nossa, como eu tive vontade de chorar! Não por ter perdido os 50 reais, mas por ter sido enganado, por ter sido idiota, um trouxa. E por querer acreditar mais uma vez no que eu já não acredito há muito tempo: nas pessoas. Sempre que eu dou uma chance delas provarem que valem a pena, elas mostram o contrário.
O prejuízo fico com a farmácia. Embora eu quisesse pagar, pois me senti na obrigação de fazer isso, meu patrão não aceitou. Custou 50 reais, mas estou mais esperto, mais agressivo, mais desconfiado e menos confiante nas pessoas. A maioria delas valem menos do que uma nota de 50 reais falsificada.
Eduardo Franciskolwisk
Eu fiquei com vergonha de desconfiar do homem.
Por isso, não conferi a nota, deixei para fazê-lo enquanto ele estivesse indo para o carro. Então, eu pensei em anotar a placa do carro para que se fosse falsa, pelo menos eu saberia quem havia me dado a nota. Mas, infelizmente, tive que atender um outro cliente (só para registro: era um médico grosso, sem educação) e quando terminei, o homem já tinha ido embora. Só nesse momento, pude conferir a nota e verificar que realmente era falsa. Não havia marca d´água. Em vez disso havia uma impressão grosseira dela, onde era possível ver os “pixels”!
Eu quase chorei! Nossa, como eu tive vontade de chorar! Não por ter perdido os 50 reais, mas por ter sido enganado, por ter sido idiota, um trouxa. E por querer acreditar mais uma vez no que eu já não acredito há muito tempo: nas pessoas. Sempre que eu dou uma chance delas provarem que valem a pena, elas mostram o contrário.
O prejuízo fico com a farmácia. Embora eu quisesse pagar, pois me senti na obrigação de fazer isso, meu patrão não aceitou. Custou 50 reais, mas estou mais esperto, mais agressivo, mais desconfiado e menos confiante nas pessoas. A maioria delas valem menos do que uma nota de 50 reais falsificada.
Eduardo Franciskolwisk