Desde que me entendo por gente, a imprensa só falou mal de Michael Jackson. Ora eram suas inúmeras plásticas, ora eram os casos de pedofilia. A mudança da cor de sua pele também foi muito criticada.
Não era fã dele. E muito menos virei fã depois que ele morreu. Mas é impossível dizer que nunca tinha ouvido alguma de suas músicas, que não conhecia o famoso passo “Moonwalk” (aquele flutuar para trás enquanto os passos são pra frente) e nem visto nenhum de seus clipes cinematográficos.
Michael Jackson não assumia as plásticas que fez em seu rosto. E era muito criticado por isso. Mas muitas celebridades também fazem plásticas até ficarem irreconhecíveis e não são perseguidas pela imprensa.
Eu nunca li num jornal que ele doou milhões para caridade e nem que, em 1992, criou uma instituição infantil chamada “Heal the World”. No ano de 2000, Michael Jackson entrou para o “Guinness Book Record” como o artista que mais ajudou pessoas no mundo, por ter ajudado a mais de 39 entidades. Estima-se que tenha doado 300 milhões de dólares.
Michael inventou um novo jeito de dançar e de fazer clipes. As músicas que escreveu vão ficar para a eternidade. Seu talento era inquestionável e sua inteligência também. Quem mais compraria os direitos dos Beatles quando ainda existe um beatle vivo? Sim, ele era gênio. E os jornais sabiam que não poderiam dizer o contrário. Por isso, optaram por criticar tudo o que ele fazia porque sabiam que venderiam mais exemplares.
Uma coisa muito questionada na mídia sobre Michael Jackson era a mudança de cor da sua pele ao longo de vários anos. O que eu questiono é a mudança de opinião dos jornais da noite para o dia. A crítica deu espaço às homenagens. O desdém deu lugar ao reconhecimento de que ele era o “Rei do Pop”.
A ironia é esta: Michael demorou anos para mudar sua aparência e os jornais levaram apenas algumas horas para mudar de opinião e passaram a elogiar o que na última década, só criticaram.
Eduardo Franciskolwisk