Quando finalmente, um ser eleito senador decide expressar sua indignação ao arquivamento das acusações contra José Sarney, ele vira piada. Em vez de aplausos, recebe zombaria.
Sim. No outro dia, os senadores riam e faziam piada com a cara de Eduardo Suplicy devido ao cartão vermelho que ele apresentara ao Dono do Maranhão e de metade do Amapá (aqui se lê José Sarney).
Ninguém esperava outra coisa dos senadores: rir e gozar. Já nos acostumamos com essa história de que somos palhaços. Somos tão bobos da corte que deixamos que riam da nossa cara e que gozem nela também.
Aquela história de “relaxa e goza” da Marta, ainda tem um pouco de realidade. Está todo mundo gozando, mas desta vez, não tem muita gente relaxada. Ainda não chegamos ao ponto de ir às ruas em grande massa. Deveríamos fazê-lo.
Em outro dia, José Sarney com uma voz de velhinho bonzinho disse: “O meu cartão é o cartão branco, que é o cartão da paz”. Muitas meninas se o vissem numa praça diriam “Ai, que velhinho bonitinho”, quando na verdade deveriam dizer “Chuta que é macumba”.
No outro capítulo, Suplicy dá mais uma na cabeça de Sarney dizendo que teria prazer em levantar o cartão branco depois que fossem esclarecidas as denúncias arquivadas.
Para provar que o povo está a favor do cartão vermelho, Suplicy testa a popularidade do cartão vermelho em sua página pessoal através de uma enquete. A pergunta é “Você concorda com o pedido de renúncia do senador Sarney da presidência do Senado feito pelo senador Suplicy, diferentemente da orientação do presidente do PT Ricardo Berzoini?”. Clique aqui para entrar no site oficial do senador e votar. O link para a enquete é uma frase que está no meio da página e que se mexe, indo da direita para a esquerda.
Quando eu votei, aproximadamente 90% responderam que sim, querem que o Sarney suma da presidência do Senado. Só 10% responderam que não. Esses 10% deve ser o pessoal beneficiado mais os burros de plantão.
Eu estava pensando aqui, com a minha cabeça fútil, vergonhosa e desempregada. A palavra Sarney vem do verbo sarnar (de sarna). Exemplo: eu Sarney, tu sarnaste, ele sarnou, etc. Mas o esquisito é que apesar do verbo estar conjugado no passado, ainda é o nosso presente. Presente de grego.
Essa sarna não nos deixa nem sendo expulsa pelo cartão vermelho do Suplicy. E a gente, como sempre, se coça como pode.
Eduardo Franciskolwisk