No
dia 03 de junho de 2007, um domingo, fiz minha primeira postagem que tinha o
título “Dinheiro de Papel”. No mesmo dia, postei mais dois outros textos: “Eu
odeio festas!” e “Excesso de sinceridade”. Eles deveriam estar guardados, assim
como muitos outros, mas naquele dia resolvi que gostaria que alguém os lesse.
Durante
a faculdade, cheguei a escrever alguns contos para um jornal local. De graça.
Eles ganhavam uns trocados e eu não. E certa vez, escrevi uma crônica real
falando verdades de alguém com influência na cidade. Não me publicaram. Outro
jornal me publicou. De graça também, e ficou muito claro que o jornal não era
responsável pelas opiniões de terceiros. No caso a minha. Se alguém fosse se
ferrar, este alguém seria exclusivamente eu. Só eu. Não me pareceu muito justo:
perder tempo escrevendo minhas verdades, não ganhar dinheiro nenhum com isto
enquanto o jornal ganharia seu dinheiro normalmente com vendas e publicidades e,
finalmente, o jornal não compraria a minha briga. Minha e de inúmeras outras
famílias.
Ficou
claro que os jornais de Barretos eram pequenos porque eram medrosos. Que
visavam o lucro e não a verdade. Então, perdi o tesão de mandar meus textos
para eles. Geralmente, fazer papel de trouxa me deixa meio decepcionado. Ali,
meu amor pelo jornalismo morreu um pouco. De lá pra cá, poucas foram as vezes
em que abri um jornal local para ler.
Havia
outra coisa que me incomodava muito. Minha ansiedade em ser publicado. Eu não
sabia em que dia meus textos sairiam e isso me deixava com o coração a mil. Ou
seja, publicar em jornal impresso não era um bom negócio para mim.
Naquela
época, os blogs estavam na moda. Eram diários pessoais, mas os segredos ali
escritos eram abertos a todos ao invés de ficarem trancados a sete chaves como
no passado. Talvez fosse o começo do que vemos hoje nas redes sociais: “Soltando
um barro” – com uma foto da pessoa na privada fazendo joinha.
Então,
achei que criar um blog seria uma ideia genial: eu escreveria e publicaria o
que quisesse – sem censura, a publicação aconteceria de forma instantânea,
continuaria fazendo de graça, continuaria me fodendo sozinho se alguma postagem
desse merda e ainda tinha a vantagem de ser lido por pessoas de qualquer parte
do mundo. Só vantagens – “Um pouco é muito pra quem não tem nada”.
Com o
passar do tempo, a maioria dos blogs foram abandonados. Este aqui também teve
seus momentos de “vou dar um tempo”. Confesso que hoje, ele não tem mais a
atenção que eu queria dar. Como vcs podem ver, no ano passado (2016) publiquei
somente uma postagem. Em 2017, já estamos em junho e esta será a primeira
postagem do ano.
Eu
gostaria mesmo de me dedicar mais a este blog: mas não tenho mais tanto tempo.
Trabalho de manhã, de tarde e de noite. Das 9 da manhã às 10 horas da noite.
Ganhar dinheiro se tornou mais importante do que me sentir realizado. Esta é a
vida quando crescemos.
Mesmo
assim, nunca abandonei este blog por completo. Sempre que alguém publica um
comentário em uma das minhas postagens, recebo um e-mail com o que a pessoa
escreveu, leio e sempre tento responder. Me sinto muito feliz com isso.
Para
finalizar, devo dizer que este blog me ajudou e me ajuda muito. É aqui que
desabafo alguns sentimentos que só vão embora de mim após escrevê-los. Outras
vezes, minha revolta é tão grande que só me acalmo após escrever. É a minha
terapia grátis. Acho que gostar de escrever nasceu comigo. Pode ser que eu
escreva mal e que minha ansiedade afete expor minhas ideias de forma que fique
fácil das pessoas entenderem, mas quando escrevo tento entender a mim e aos
outros. Então, por mais raro que isso vem se tornando, nunca vou deixar de
fazê-lo.
Nestes
10 anos de existência, até o dia de hoje (18 de junho de 2017) o blog teve
192.100 visualizações de página de acordo com as estatísticas do Blogger e
137.269 visualizações de páginas segundo o Google Analytics.
Obrigados
a todos que me visitaram! Voltem mais vezes nos próximos 10 anos.
Eduardo
Franciskolwisk