Tenho
uma teoria: as pessoas nunca saem da quinta série. É máximo da evolução humana.
Após a quinta série, o cérebro das pessoas não se desenvolve mais.
Depois
que saí da quinta série, tinha uma professora que quando queria que parássemos
de fazer bagunça gritava “Ô quinta série, vamos parar?” Em outras palavras, ela
tentava nos intimidar dizendo que nós ainda éramos crianças para que, enfim, a
obedecêssemos. Isso ficou grudado na minha mente pelo resto da vida. Sempre que
vejo alguém fazendo alguma infantilidade penso na “quinta série” daqueles
gritos. E de fato, nós nunca saímos da quinta série.
Eu me
lembro de que quando estava no ensino fundamental e a minha vida e as pessoas
eram difíceis pra caramba, pensava: “Isso vai mudar quando eu chegar ao ensino
médio”. Durante o ensino médio, nada
mudava e tudo o que acontecia no ensino fundamental voltava a acontecer. E,
então, eu pensava: “Isso vai mudar quando eu for para a faculdade”. Na
faculdade, as criancices continuavam e eu já estava perplexo em como a evolução
da mente e das interações sociais das pessoas havia estagnado, mas não podia
fazer nada além de pensar: “Depois da faculdade, quando as pessoas começarem a
trabalhar, aí sim, ela vão mudar.” E… Nada mudou! E aí, entendi que elas nunca
mudariam. O pior é que com o passar dos anos, elas se tornam mais crianças
ainda. Então, por causa disso, cheguei à conclusão de que as pessoas nunca
sequer saíram da quinta série. O corpo, sim, mas a cabeça, não.
Desta
forma, sempre que vejo os absurdos da vida acontecendo, me lembro de que tudo
aquilo também acontecia quando eu tinha 11 anos, na quinta série, e fico
abismado de como, realmente, nada mudou.
Eduardo
Franciskolwisk