Enquanto terminava de me arrumar para ir trabalhar, ouvi a vizinha dizendo do lado de lá do muro:
– Ai, tem um gato morto aqui no corredor!
Tive muitos pensamentos naquele momento que podem ser resumidos em um só: “Eu ainda não vi a minha gata hoje!”. Imediatamente, tive a certeza de que era ela. Todos os dias de manhã ela ficava comigo e naquele dia, ela não estava.
Ela era única. Fazia coisas únicas! Sabia abrir portas (embora não tenha aprendido a fechá-las), fazia xixi na privada (embora não tenha aprendido a dar descarga) e só bebia água corrente da torneira.
Estava comigo em todas as minhas refeições para que eu dividisse o que estivesse comendo. Chocolate, lasanha, salsicha, hambúrguer, bolacha de chocolate, enroladinho de presunto e queijo ou sorvete. Não importava o que era, ela queria um pedaço.
Minha gata Datinha era sempre a primeira a me recepcionar quando chegava em casa. Parecia que ela já sabia que eu estava chegando.
Ela não gostava que a pegassem no colo, mas agüentava pacientemente quando eu, o Mateus ou a Isabela fazia isso insistentemente.
Ela tinha história. Apareceu em nossas vidas numa história!
Eu, um cara sério e 25 anos de idade, brincava de pega-pega com a minha gata. E morria de rir quando ela dava um pulo altíssimo depois de darmos um susto nela. Só quem tem um gato sabe como ele pode ser divertido e confiável.
Já ganhei inúmeros presentes dela. Passarinhos, morcegos e ratos. Tudo, claro, colocado bem embaixo da minha cama. Eu já li que quando um gato te traz um presente desses, você não pode ficar bravo com o animal e sim, agradecê-lo porque dessa forma ele está demonstrando uma de suas qualidades, ou seja, a de que é um bom caçador e que ele pode te ensinar a caçar.
Essa gata entrou num momento muito complicado da minha vida e ficou até o dia de ontem me fazendo companhia. Agora, ela foi morar junto com os nossos outros gatos, cachorros e parentes. Animais têm alma como os humanos e os dois vão para o mesmo lugar quando morrem.
Hoje, eu falei para a minha mãe:
– Nossa, mãe, parece que eu estou vendo vultos da gatinha!
E ela me disse:
– Eu não queria te falar nada... Mas eu também já vi.
Os vultos acontecem em algumas situações em que eu normalmente estaria com ela. Por exemplo, indo para a cozinha e ela passa na minha frente correndo.
Ela era a minha “Fortaleza da Solidão”! Sempre que eu estava sozinho, rindo ou chorando, ela estava por perto. Por isso, no fundo eu não estava sozinho.
E depois de todos esses anos de companhia, eu só posso agradecer!
Valeu! Valeu mesmo, Datinha!!!
Eu posso chorar porque ela morreu ou posso sorrir porque ela existiu. Mas como eu sou idiota, fico com as duas opções.
Ah... E antes que eu me esqueça, é bom deixar registrado aqui que, modéstia à parte, ela tinha lindos olhos azuis!
Eduardo Franciskolwisk
– Ai, tem um gato morto aqui no corredor!
Tive muitos pensamentos naquele momento que podem ser resumidos em um só: “Eu ainda não vi a minha gata hoje!”. Imediatamente, tive a certeza de que era ela. Todos os dias de manhã ela ficava comigo e naquele dia, ela não estava.
Ela era única. Fazia coisas únicas! Sabia abrir portas (embora não tenha aprendido a fechá-las), fazia xixi na privada (embora não tenha aprendido a dar descarga) e só bebia água corrente da torneira.
Estava comigo em todas as minhas refeições para que eu dividisse o que estivesse comendo. Chocolate, lasanha, salsicha, hambúrguer, bolacha de chocolate, enroladinho de presunto e queijo ou sorvete. Não importava o que era, ela queria um pedaço.
Minha gata Datinha era sempre a primeira a me recepcionar quando chegava em casa. Parecia que ela já sabia que eu estava chegando.
Ela não gostava que a pegassem no colo, mas agüentava pacientemente quando eu, o Mateus ou a Isabela fazia isso insistentemente.
Ela tinha história. Apareceu em nossas vidas numa história!
Eu, um cara sério e 25 anos de idade, brincava de pega-pega com a minha gata. E morria de rir quando ela dava um pulo altíssimo depois de darmos um susto nela. Só quem tem um gato sabe como ele pode ser divertido e confiável.
Já ganhei inúmeros presentes dela. Passarinhos, morcegos e ratos. Tudo, claro, colocado bem embaixo da minha cama. Eu já li que quando um gato te traz um presente desses, você não pode ficar bravo com o animal e sim, agradecê-lo porque dessa forma ele está demonstrando uma de suas qualidades, ou seja, a de que é um bom caçador e que ele pode te ensinar a caçar.
Essa gata entrou num momento muito complicado da minha vida e ficou até o dia de ontem me fazendo companhia. Agora, ela foi morar junto com os nossos outros gatos, cachorros e parentes. Animais têm alma como os humanos e os dois vão para o mesmo lugar quando morrem.
Hoje, eu falei para a minha mãe:
– Nossa, mãe, parece que eu estou vendo vultos da gatinha!
E ela me disse:
– Eu não queria te falar nada... Mas eu também já vi.
Os vultos acontecem em algumas situações em que eu normalmente estaria com ela. Por exemplo, indo para a cozinha e ela passa na minha frente correndo.
Ela era a minha “Fortaleza da Solidão”! Sempre que eu estava sozinho, rindo ou chorando, ela estava por perto. Por isso, no fundo eu não estava sozinho.
E depois de todos esses anos de companhia, eu só posso agradecer!
Valeu! Valeu mesmo, Datinha!!!
Eu posso chorar porque ela morreu ou posso sorrir porque ela existiu. Mas como eu sou idiota, fico com as duas opções.
Ah... E antes que eu me esqueça, é bom deixar registrado aqui que, modéstia à parte, ela tinha lindos olhos azuis!
Eduardo Franciskolwisk