Eu ainda não tenho nome, mas com certeza, a qualquer momento, vou ganhar um. Penso assim porque hoje de manhã, a minha dona e o meu dono discutiam sobre como eu iria chamar. Ela queria que eu me chamasse Milady. Ele não gostou da idéia e, talvez para tirar sarro da cara da irmã, disse que uma boa idéia seria que eu me chamasse Melambe.
Para que fique melhor explicado: eu sou uma gatinha. Uma gatinha de verdade que dorme gostoso em cima das camas e das pessoas macias e que sempre exclama um Miauuu bem sofrido quando está com fome. Mas a verdade é que a minha primeira vidinha, das sete que tenho, nem sempre foi assim, boa desse jeito!
Infelizmente ou graças à deusa Bastet, não me lembro de quase nada da minha vida anterior, o que eu sei é que era uma vida sofrida. Porém, de ontem eu me lembro muitíssimo bem.
Ontem, eu já tinha sido abandonada. Ontem, eu fiquei o dia inteirinho procurando alguém para me levar para casa e cuidar bem de mim, mas ninguém nem parou para me fazer carinho e falar o quanto eu era bonitinha. E, modéstia à parte, eu tenho olhos azuis maravilhosos.
Quando dei por mim já estava escuro. Se enquanto era dia os que me viram não me levaram para casa, por que pensaria eu que de noite os que não me veriam me levariam embora? Simplesmente, porque eu ia miar. Miar muito para que as pessoas que não me vissem, me escutassem e me procurassem.
Já era quase meia-noite. Eu tinha ficado ali muitas horas, mas ainda não tinha uma casa para morar. Era quase certo que ontem nem ia ter. Então, eu resolvi:
– Vou dar os meus últimos miados do dia. Depois, vou arrumar um lugar aqui nesse terreno para tirar uma soneca, afinal de contas, não dormi nada!
E foi o que eu fiz. Vi gente passando na rua e corri atrás miando bem alto para ser vista e adotada. Porém, como todos os outros, eles nem me olharam. Deitei-me no primeiro terreno vazio que tinha encontrado. Meus olhos já estavam quase fechando no momento em que viram uma luz. Era a luz de um carro. Pensei em dar mais alguns miados, mas logo despensei.
Levantei sem saber o que estava fazendo e miava sem saber o que estava dizendo. Cheguei a correr atrás do carro querendo uma casa para dormir quentinha. Mas o carro passou reto.
– Eles também não me escutaram. Muito menos me viram.
Eu estava errada! O carro andou meio quarteirão e depois brecou. Dele desceu um cara esquisito que começou a correr na minha direção. Eu não sabia se o negócio era comigo ou não, mas como não tinha nada a perder, também corri em direção dele. Eu só queria que ele não passasse por mim como se nem tivesse me visto. Para minha felicidade, ao nos encontrarmos, ele se abaixou e me pegou. Comigo no colo, ele deu meia volta e começou a correr em direção do carro.
E foi ontem quando era quase hoje, às 11:30 da noite, que eu insistindo para todo mundo, ganhei uma casa!
Já imaginou se eu tivesse ficado quieta? Eu não teria leitinho no prato, lasanha na boquinha, umas quatro caminhas quentinhas para dormir e muita, muita gente e animais que eu acho que se importam comigo.
Eu não sabia disso, agora eu sei. Eu só tenho tudo isso hoje porque eu lutei, pedi, miei para muita gente e, sobretudo, porque eu queria. Queria muito mesmo!
O meu nome eu ainda não sei qual vai ser. Mas, com certeza, depois de ter ganhado tanta coisa boa, vão me dar um nome, no mínimo, lindo! Modéstia à parte, igual aos meus olhos azuis.
Eduardo Franciskolwisk
Para que fique melhor explicado: eu sou uma gatinha. Uma gatinha de verdade que dorme gostoso em cima das camas e das pessoas macias e que sempre exclama um Miauuu bem sofrido quando está com fome. Mas a verdade é que a minha primeira vidinha, das sete que tenho, nem sempre foi assim, boa desse jeito!
Infelizmente ou graças à deusa Bastet, não me lembro de quase nada da minha vida anterior, o que eu sei é que era uma vida sofrida. Porém, de ontem eu me lembro muitíssimo bem.
Ontem, eu já tinha sido abandonada. Ontem, eu fiquei o dia inteirinho procurando alguém para me levar para casa e cuidar bem de mim, mas ninguém nem parou para me fazer carinho e falar o quanto eu era bonitinha. E, modéstia à parte, eu tenho olhos azuis maravilhosos.
Quando dei por mim já estava escuro. Se enquanto era dia os que me viram não me levaram para casa, por que pensaria eu que de noite os que não me veriam me levariam embora? Simplesmente, porque eu ia miar. Miar muito para que as pessoas que não me vissem, me escutassem e me procurassem.
Já era quase meia-noite. Eu tinha ficado ali muitas horas, mas ainda não tinha uma casa para morar. Era quase certo que ontem nem ia ter. Então, eu resolvi:
– Vou dar os meus últimos miados do dia. Depois, vou arrumar um lugar aqui nesse terreno para tirar uma soneca, afinal de contas, não dormi nada!
E foi o que eu fiz. Vi gente passando na rua e corri atrás miando bem alto para ser vista e adotada. Porém, como todos os outros, eles nem me olharam. Deitei-me no primeiro terreno vazio que tinha encontrado. Meus olhos já estavam quase fechando no momento em que viram uma luz. Era a luz de um carro. Pensei em dar mais alguns miados, mas logo despensei.
Levantei sem saber o que estava fazendo e miava sem saber o que estava dizendo. Cheguei a correr atrás do carro querendo uma casa para dormir quentinha. Mas o carro passou reto.
– Eles também não me escutaram. Muito menos me viram.
Eu estava errada! O carro andou meio quarteirão e depois brecou. Dele desceu um cara esquisito que começou a correr na minha direção. Eu não sabia se o negócio era comigo ou não, mas como não tinha nada a perder, também corri em direção dele. Eu só queria que ele não passasse por mim como se nem tivesse me visto. Para minha felicidade, ao nos encontrarmos, ele se abaixou e me pegou. Comigo no colo, ele deu meia volta e começou a correr em direção do carro.
E foi ontem quando era quase hoje, às 11:30 da noite, que eu insistindo para todo mundo, ganhei uma casa!
Já imaginou se eu tivesse ficado quieta? Eu não teria leitinho no prato, lasanha na boquinha, umas quatro caminhas quentinhas para dormir e muita, muita gente e animais que eu acho que se importam comigo.
Eu não sabia disso, agora eu sei. Eu só tenho tudo isso hoje porque eu lutei, pedi, miei para muita gente e, sobretudo, porque eu queria. Queria muito mesmo!
O meu nome eu ainda não sei qual vai ser. Mas, com certeza, depois de ter ganhado tanta coisa boa, vão me dar um nome, no mínimo, lindo! Modéstia à parte, igual aos meus olhos azuis.
Eduardo Franciskolwisk
Gostei da história.
ResponderExcluirO gatinho consegui um lar.
Mas imagina aqueles que não conseguem.
Você citou que o gato era bonito, tinha olhos azuis e tal.
Mas e aqueles que nascem feinhos?
Deve ser muito triste.
Por isso que eu sempre adoto animais, nunca compro.
Gostei mesmo da história..
grande abraço!
uma bela história, minha mãe adora gatos
ResponderExcluirmilambe é muito bom, agora vou adottar um gato so pra pro esse nome, muito massa o texto...
ResponderExcluirvalew
Que linda! Me corta o coração ver animais abandonados. Infelizmente tenho muita alergia e mal consigo ficar cinco minutos ao lado de um gatinho.
ResponderExcluirOlha, também não gostei de Milady! Pensem com carinho aí :)
beijos!
Ki linduhh!!
ResponderExcluiradoro amimais...
principalmente gato...
já teve época que tive 8 gatos em casa...
=]
hj tenho 2 e pretendo ter mais um...
beijO
e vlw pela visita no meu blog!
obrigado por seu comentario, criticas construtivas serao sempre bemvindas por aqui.
ResponderExcluirGrande abraço e obrigado.
www.meusquadrinhos.blogspot.com
Lindo!
ResponderExcluirAmei o texto!
Ontem encontrei uma gatinha quase na mesma situação. Pena que minha mae odeia gatos!
Boa sorte, gatinha!!
ResponderExcluirQ essa sua 2ª vida, pelo que entendi, seja melhor que a 1ª!!
E Eduardo, decida-se logo. A gatinha de "blue eyes" está ansiosa pra saber seu nome!!
xD
Abração...
Adorei a história!Muito boa mesmo!
ResponderExcluirAdoro gatos! (:
Muito obrigada pelo comentário no meu blog,gostei do que você escreveu!
Apareça sempre por lá.
beijO
Legal a história, interessante o jeito que vc escreveu!
ResponderExcluirmuito bom o blog
abraço
http://madnessanddelights.blogspot.com
Amo gatos *-*
ResponderExcluirGato lindo mesmo.
Eu não posso ter um (alérgica), mas quem os adota e salva das ruas merece meus parabéns ;)
Blog bonito, acolhedor =D gostei mesmo, meus parabéns.
uhuhl!
ResponderExcluirliindo mané!
poe o nome de Marley!
dps que li o livro, todos os animais deveriam se chamar Marley pra mim
suiahsua
parbns pelo blog!
=]
OI..kra..eu sou....fã..d gatos...desde..pequeno..sempre..tive......já..cheguei...a ter 8.em minha ksa..
ResponderExcluirsrsr!bom post
Ai que coisita gotosa!!!
ResponderExcluirQue achado, minino! Parabéns gatinha linda de olhos azuis e sem nome...
Obs: Ahhh, gostei de Milady... mas eu ainda colocaria assim: Myladie [rsrsrsrs]
Ou então Ciel.. Céu em francês..
Meu pitaco tá dado!!
rsrsrsrs
Bjooo
que lindos!!!!
ResponderExcluirmuito legal contar em primeira pessoa como se o gato estivesse narrando
Muito interessante como vc imaginou o ponto de vista dessa gatinha...
ResponderExcluirGostei muito da história, pena que nem todas são felizes e na realidade vemos muitos gatinhos ou cachorrinhos ai pelas ruas que não tem a sorte da "Milambe".
Parabéns "Milambe"!!!
Mooooooorro de medo de gato kkkkkk
ResponderExcluirmuito mesmo
não sei pq
=*