
Fui obrigado a ler a adaptação de “Viagens de Gulliver” quando era mais novo para um trabalho de escola. Eu devia ter uns 11 ou 12 anos. Todos nós conhecemos um pouco das aventuras de Gulliver, pelo menos um filminho bobo sobre ele nós já assistimos. Só que esses filmes só falam da viagem que Gulliver fez aos locais onde ele era muito pequeno e depois, muito grande em relação às outras pessoas. E o livro tem outras partes nas quais ele viaja para outros países.
Na última parte, ele vai parar em um país que é governado por cavalos inteligentes e que não conhecem a mentira, tanto é que nem existe essa palavra na língua dos cavalos. Ou seja, lá os cavalos não mentem. Para variar, nesse país os humanos são os seres irracionais e selvagens.
Na época, eu odiei o livro. Pensei “Que coisa idiota, sem pé nem cabeça.”.
Mas depois de um tempo, já com uns 20 anos. Novamente encontrei uma adaptação na minha frente e a li em menos de 2 horas. E aí, sim, eu entendi.
Quando Gulliver voltou para sua terra de origem, a Inglaterra, passou a ter nojo das pessoas (inclusive da sua mulher e de seus filhos) e passava o maior tempo do seu dia no estábulo com os cavalos que comprou. Os cavalos não mentiam, os humanos sim! A raça humana não merecia mais o respeito e nem a estima de Gulliver. Os humanos davam nojo nele.
Então, entendi porque o livro é famoso: os humanos, seu modo de vida e suas ações idiotas são muito criticados pelo autor. E com muita razão.
Me sinto um Gulliver. As pessoas me dão nojo. São falsas, más e egoístas. Elas têm a opção de serem boas, mas sempre escolhem o caminho oposto. Isto enoja qualquer ser humano, inclusive os falsos, maus e egoístas!
Eduardo Franciskolwisk