Conhecendo o Leitor

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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Tchau, Farmácia

despedida

Fiz farmácia, mais precisamente farmácia-bioquímica. Durante os 4 anos de faculdade, nunca imaginei que fosse trabalhar com outra coisa. Sempre fui cabeça-dura comigo mesmo, com a minha vida. “Se fiz farmácia, tenho que morrer trabalhando nisto.” Sempre levei a minha vida de forma ditatorial e burra.

Eu mudei. Agora vejo que posso ser várias coisas e que se uma não der certo, posso tentar outra. Não preciso ser necessariamente farmacêutico. Posso ser escritor (isso sempre fui), lixeiro, padeiro, prostituto, médico, fotógrafo, criminoso (sim, aqui no Brasil é profissão), professor, etc. Eu não enxergava isso.

Reconheço que tive sorte no começo da carreira farmacêutica, mas fiz burrada. Além disso, eu não estava psicologicamente preparado para algumas coisas da vida. Nunca mais tive uma oportunidade digna de emprego, então, para mim a farmácia não deu certo.

Na verdade, fiz farmácia por falta de outra oportunidade. Na época, foi a única opção que me foi dada. Então, agarrei-a e disse para mim mesmo “É com essa que eu vou!”. E aprendi a gostar dela, admirar e respeitar. Mas não deu certo e de certa forma eu me culpava por isso.

Então, comecei a me inspirar em outras pessoas que também fizeram faculdade e não seguiram trabalhando na área em que formaram. Comecei a prestar concurso público seja lá do que fosse.

Passei em um concurso público de nível médio e fui chamado. Me ligaram ontem para confirmar que eu começo na segunda. Lá paga praticamente igual ou mais do que se eu estivesse trabalhando como farmacêutico em Barretos. E eu não encontrava emprego fazia mais de 2 anos.

Por isso, estou deixando a farmácia. E eu preciso dizer isso:

— Obrigado pelos momentos bons, por tudo o que eu aprendi (ou tentei aprender) e por me fazer ver as pessoas de forma mais humana. Porém, nem tudo são flores e a situação atual fez com que não possamos mais seguir juntos. Talvez, no futuro, a gente volte a se encontrar, só que hoje eu preciso muito me despedir de você e dizer: Tchau, Farmácia!

Eduardo Franciskolwisk

P.S.: Este foi o post mais difícil que escrevi até hoje porque me perdia muito.

domingo, 21 de agosto de 2011

Farmácia: profissão desvalorizada

“Mas o que eu quero é lhe dizer

que a coisa aqui tá preta”

Meu caro amigo – Chico Buarque

A profissão mais desvalorizada da face da Terra é a farmácia. Ser farmacêutico dá desgosto, dá vontade de chorar.

Eu sei que todos os profissionais, de qualquer área que seja, sentem-se desvalorizados e gostariam de ter um pouco mais de reconhecimento. Mas algumas profissões reclamam de barriga cheia. Não é o caso da farmácia. A coisa está feia para o farmacêutico.

Confesso que prometi para mim mesmo que este ano, se eu não arrumasse nada digno na área farmacêutica, sairia dela e arrumaria outra coisa para fazer. Porém, no decorrer dos meses, eu fui desanimando cada vez mais e muito antes do meio do ano eu já tinha resolvido:

– Não quero mais!

Mas sempre há aquela luz no fim do túnel. Sabe aquela pequena possibilidade que existe do jogo virar? Pois bem, esta possibilidade morreu. A luz no fim do túnel se apagou quarta-feira passada.

Era hora do almoço. Atendi o telefone e perguntaram se eu era o Eduardo. Respondi que sim. Então, ele disse:

– Aqui é da drogaria que você deixou currículo. Estou ligando porque a minha farmacêutica saiu e estou precisando de farmacêutico. Você já está trabalhando?

Eu respondi que sim, mas que não estava na área de farmácia. Perguntei quanto ele pagava e, então, meu sonho farmacêutico morreu definitivamente:

– Olha, aumentei o salário da minha farmacêutica no mês passado. Estou pagando 800 reais.

Continuei a conversa normalmente, mas decepcionado, pois o piso salarial está em 1800 reais. Disse que não me interessava, mas que se conhecesse algum colega desempregado falaria para levar o currículo lá. Desliguei o telefone e dei uma risadinha irônica.

Fiquei revoltado e não quero mais saber de farmácia. A maioria das farmácias de Barretos pagam mais ou menos isso, por isso, vou trabalhar em algo que não tenha muita responsabilidade. Se é para ganhar mal, que seja fazendo algo menos estressante.

Me considero bom. Não sou um dos melhores farmacêuticos do país, mas acho que estou um pouco acima da média. Enfim, é isso que estou vendo na farmácia: muita gente boa abandonando o barco. Isso é gravíssimo. E se só sobrarem profissionais ruins?

Como farmacêutico eu morri. Não quero mais trabalhar com isso enquanto a cobrança e a responsabilidade forem muitas e o retorno financeiro for pouco. Por isso, meu próximo post se chamará Tchau, Farmácia.

Eduardo Franciskolwisk

P.S.: A imagem acima foi retirada do blog Saúde da Vítima. Clique e conheça este blog que fala sobre farmácia: http://saudedavitima.blogspot.com/. Eu recomendo!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Cuidado, ele é o Porco-Aranha

♫ ♪ ♫♪ ♫ ♪ ♫♪ ♫ ♪ ♫♪

Porco-Aranha, Porco-Aranha

Pouco porco e mais aranha,

Vai tecendo a sua teia

Mais chouriço, não faz isso

CUIDADO!

Ele é o Porco-Aranha

♫♪ ♫♪ ♫♪ ♫♪ ♫♪ ♫♪

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Aprenda espanhol!

Eu gosto muito deste vídeo, pois é altamente educativo.

Chame a família toda para assisti-lo!

Ainda bem que está em espanhol.

Aliás, cadê a Laura?

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Em Busca do Impossível

Entrou uma mulher acompanhada de sua filhinha na lanchonete da esquina. Ao vê-la gritou tapando com as mãos os olhos da filha:

– Mas quanta ousadia a sua! Não vê que aqui é um lugar de família? Que baixaria!

A mulher, já com sua filha nos braços, deu meia volta e saiu indignada da velha lanchonete.

Ela, então, terminou de tomar sua água, aparentemente estava calma e se perguntava por que onde quer que ela fosse ou passasse as pessoas a apontavam ou fugiam, não sobrando ninguém.

Lembrou-se do dia em que estava andando normalmente pela calçada da rua principal da cidade e, no meio de tantos olhares agressivos, escutou uma voz infantil no mais alto e claro som:

- Olha lá, mamãe! A vaca está na calçada!

Ela sentiu uma dor imensa ao escutar isso dos lábios de um ser que, pela idade aparentada, devia ser tão inocente. Ela era vaiada, mesmo nunca tendo feito nada de mal a ninguém.

A angústia continuava a fazê-la pensar, e estava tão distraída que só caiu em si quando já estava a dois quarteirões da lanchonete. Caiu em si para ouvir mais um desaforo. Dois garotos a viram e um fez questão de imitá-la em relação ao efeito sonoro:

- Muuuuuuuuuu!

O outro se satisfez apenas dando boas e compridas gargalhadas.

Desde que havia se mudado para aquela cidade, sua vida não era a mesma. Sua mãe tinha lhe dito que seria difícil, porém resolveu enfrentar todos os desafios.

- Não vá, minha filha! A vida na cidade grande não é para nós.

Mas a vontade de conhecer era muito grande.

- Tudo bem. Mas se algum dia você quiser voltar, estaremos sempre prontos para recebê-la. – disse a mãe quando viu que não ia mudar a opinião da filha.

E foi por isso que ela foi para a cidade.

Realmente, nada estava sendo fácil! Não tinha emprego e só algumas vezes arranjava algum homem que lhe desse trabalho em troca apenas de comida e água, como o dono da lanchonete da esquina. Ele era a única pessoa que não se importava de tê-la por perto. Ele nem se importava sobre as coisas que a cidade falava:

- Nossa! Você viu? Olha ele ali com aquela vaca! – dizia um.

- A que ponto chegamos, meu Deus! – falava uma outra.

Talvez fosse porque ele era uma pessoa sozinha. Não tinha filhos e sua mulher morrera em um assalto que houve lá na lanchonete mesmo. Ele precisava de companhia.

Ela, ao atravessar uma rua, provocou grande revolta e sustos nos motoristas.

- Quem colocou esse bicho no meio da rua? – gritou um que acabava de dar uma freada brusca para não atropelá-la.

Um carro do IBAMA que acidentalmente passava por ali, parou para defendê-la.

- Se alguém encostar nessa vaca para fazer algo de mal eu tomarei as devidas providências!

Ela, no meio dessa confusão, lembrou do que a mãe tinha falado e decidiu voltar para casa. Fugiu dali com uma certa dificuldade, mas em algumas horas já estava com os pés na estrada. Sentia-se triste, mas não muito. Estava voltando para casa.

A vaquinha caminhou lentamente até chegar na fazenda onde nascera. E durante toda a viagem balançava o rabo para lá e para cá. Isso era coisa que ela tinha aprendido com um cachorro para expressar felicidade, a felicidade de ter, pelo menos, lutado para conquistar o seu grande sonho.

Eduardo Franciskolwisk

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O que você quer?

Gosto muito desta música. Me faz lembrar de quando eu ainda era adolescente. Bom… eu queria escrever mais, mas a música é melhor do que meus escritos. Grande Lita Ree, ou melhor, Rita Lee.

 

 

O que você quer?

O que vc quer de verdade?

O que vc quer de verdade do fundo do coração, da alma ou do cérebro.

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Eduardo Franciskolwisk

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