Ontem
eu tive um começo de crise se ansiedade. Talvez tive um pequeno ataque de
pânico. Então, tomei ¼ (um quarto) do meu comprimido de alprazolam. A psiquiatra
disse que eu deveria fazer isso quando sentisse uma crise vindo, mas que eu não
poderia transformar isto num hábito e tomar em qualquer crise, caso contrário
uma hora deixaria de funcionar. Então, só tomo quando acho que vou perder o
controle da situação. Graças a Deus, raríssimas vezes.
Bem,
ontem à noite foi um dia desses em que eu achei que fosse perder o controle da
situação e que a ansiedade ganharia de mim. Tomei o remédio e ele me ajudou.
Fiquei mais tranquilo.
Talvez
esta fosse uma crise anunciada. Foi uma semana pesada emocionalmente para mim.
E não havia motivos para isto. Então estou aqui tentando entender porque esta
crise aconteceu.
Tudo
começou quando um dia eu vi uma pessoa chorando. E eu fiquei mal por não poder
ajudar ou por não ser confiável o suficiente para a pessoas desabafar seu
problema. Fiquei curioso. Fiquei pensando nos motivos daquela pessoa e, como
sou muito criativo, pensei de tudo. Imaginei, imaginei e imaginei. Fantasiei
inúmeras situações e em como eu me sentiria em cada uma delas. Era como se eu
fosse o responsável pelo choro. Me senti culpado e neste momento eu tentei ser
racional: porque alguém choraria por minha causa? Este é um dos sintomas de
quem tem fobia social, achar que o mundo gira por nossa causa e que nada mais é
importante. É difícil de assumir, mas é a verdade. Na rua, quando achamos que
todas as pessoas estão nos observando e julgando, isto é achar que o mundo só
presta atenção em você e em ninguém mais. E que elas não tem nada mais de
importante para fazer do que te olhar e julgar. Mas a realidade é que elas têm
coisas melhores para fazer e, na maioria da vezes, nem se tocaram da nossa
existência.
Talvez
seja este o motivo: não ser nada para alguém que poder ser tudo para você.
E
talvez, eu nem tenha certeza do que quero ou penso. Mas a possibilidade de
perder ou de nunca ter tido me leva à sensação de que nunca ganho nenhuma
batalha.
Tenho
vergonha de muitas coisas. Por exemplo, de contar detalhadamente o que
aconteceu e alguém ler. Aí, vão me zuar. O que vão falar ou pensar de mim? Sou
engessado por causa de anos levando pitos e ouvindo zuações. Não acho que eu
seja engessado naturalmente.
Tenho
medo de contar minhas fraquezas e as pessoas as usarem contra mim. Ou me
punirem por aquilo.
Nesta
semana aconteceram muitas coisas que fizeram minha cabeça imaginar até quase me
fazer pirar. Há um fator pessoa que desencadeia este tipo de sensações em mim.
Talvez este seja o meu gatilho. Talvez seja por isso que evito as pessoas.
Talvez, fosse meu aniversário chegando. Talvez seja tudo isto junto e que
misturado tenha virando uma crise de ansiedade em um nível que há muito tempo
eu não tinha.
Eduardo
Franciskolwisk
P.S.:
Se tiver algum erro no texto ou se ele não fizer sentido, me desculpem. Escrevi
e publiquei. Não teve muitas revisões. Talvez eu até apague este texto.
A melhor coisa que um psiquiatra pode fazer é avisar ao paciente que remédio tarja preta vicia. O meu primeiro psiquiatra, extremamente irresponsável, foi logo me receitando doses cavalares de bromazepam e similares como o alprazolam todos os dias. Era mais do que o necessário e o desmame foi terrível, queria acabar com a minha vida todos os dias que a dosagem era diminuída. Eu estava tão viciado que 1/4 de alprazolam como aqueles comprimidos sublinguais não me faziam nada. Eu tinha era que tomar uns 4mg e ainda acordar pra cacete. Um dia sem essa quantidade era um terror na certa. Enfim, espero nunca mais voltar para essa classe de remédios.
ResponderExcluirOlá Skull
ExcluirQuando fui na psiquiatra, ela me receitou 1 mg de alprazolam por noite. Tomei por um certo tempo, até a crise brava passar. Depois, diminuí por conta própria para 0,5 mg. É o que eu tomo hoje. Faz muito tempo que tomo esta dosagem. Não sei se sou viciado nele. Acho nem tanto por causa da dosagem. Mas me ajuda a iniciar o sono.
Quanto à classe de medicamento: eu sempre usei estes medicamentos. Bromazepam (Lexotan) foi o primeiro que tomei, lá pelo meus 14 anos (ou menos...). Eu tomava o de outras pessoas, pois não era receitado para mim.
E outra coisa: se abrir pros outros é coisa arriscadíssima. Sinto algo parecido com você. Acho que vai todo mundo tirar onda com a minha cara ou me humilhar.
ResponderExcluirAcho que alguma vez, quando crianças, nos abrimos para alguém, e em vez de apoio, tiraram onda com a nossa cara. Depois disso, ficou no nosso subconsciente que isto aconteceria todas as vezes, então, por segurança, paramos de nos abrir.
ExcluirEduardo, descobri seu blog agora há pouco e já me identifico muito com você, sério mesmo. Eu tenho muitas das ansiedades que você comenta aqui, mas eu tento controlar a situação de uma forma meio alternativa. Esses remédios tarja preta não me apetecem, mas uma boa terapia onde a gente fala abertamente das nossas aflições, pensamentos, sentimentos, enfim, abre o coração deve ser coisa boa. Tinha vontade de fazer, mas sem remédio. kkkk Enfim, vou acompanhar seus posts. Abraço aí!
ResponderExcluirOlá Guilherme!
ExcluirQue bom que vc escreveu. Sempre que quiser compartilhar ou desabafar, pode correr aqui pro blog. Vou gostar de ler.
Já eu não ligo muito de ter que tomar estes remédios controlados. Cansei de fazer terapia. Ajudou até certo ponto, depois a ajuda foi ficando cada vez mais rara.