Dia 3 – Lisboa
Tarde
A
tarde deste dia era “livre”. Ainda decepcionado com a correria que me impediu
de conhecer a Torre de Belém por dentro, foi oferecido um passeio para Sintra,
Cascais e Estoril por “só” 50 euros (na época eram 250 reais, arredondando para
cima). E como eu sei que consigo me foder ferrar sozinho, não preciso pagar
ninguém para isto acontecer. Então, preferi não ir neste passeio e ficar onde
estava para aproveitar e conhecer de verdade aquele lugar em que eu já estava.
O
mais estranho é que a CVC e a SpecialTours não levam as pessoas que não querem
ir neste passeio pago de volta para o hotel. Eles deixam as pessoas ali e elas
que se virem para voltar. Dali eles já vão direto para o outro passeio. Na
minha opinião, isto é errado e eles tinham que levar as pessoas que não vão de
volta ao hotel, caso este seja o desejo deles porque eles pagaram por isto.
Ainda mais em se tratando de pessoas idosas.
Como
decidimos não ir a Sintra, Cascais e Estoril, fomos abandonados ali mesmo.
Achei o máximo: isto significava que poderíamos explorar o lugar com mais
calma.
Frente do Lisboa Card |
Verso do Lisboa Card |
Compramos
um Lisboa Card de 24 horas para mim e outro para minha mãe no valor de 20 euros
cada um. Pelas minhas contas, valeria a pena, pois com ele você pode andar de
transporte público quantas vezes quiser dentro da validade do cartão. Então, a
minha ideia era voltar para o hotel de ônibus (em Portugal chamado de
autocarro), bondinho (chamado de elétrico) ou metrô (metro). Mas isto não
aconteceu, pois minha mãe quis voltar de táxi. Então, eu não conheci o
transporte público de Portugal, mas queria muito ter tentado voltar ao hotel
desta forma para comparar a qualidade do transporte público deles com a nossa.
Mesmo
não utilizando o transporte público, economizamos € 1,00 cada um com o Lisboa
Card. E ainda furamos algumas filas (não sabíamos disso).
Museu Nacional de Arqueologia
de Lisboa
Entrada do Museu Nacional de Arqueologia |
Fiquei
encantado com o Museu Nacional de Arqueologia. Não esperava nem 10% do que vi
quando entrei lá. A entrada custava € 5,00.
Não
vou detalhar este museu em postagem explicando as fotos porque a postagem que
fiz sobre o MNAA, dividida em 4 partes, foi um fracasso de visualizações.
Então, ninguém curtiu e deu muito trabalho para fazer. Sendo assim, vou colocar
uma foto ou outra e contar algumas coisas.
O
legal deste museu é que são coisas muito antigas e que sobreviveram até os dias
atuais. Tem artefatos de 6 milênios antes de Cristo, ou seja, com
aproximadamente 8 mil anos de idade.
Binha
Neolítico Antigo (6º - 5º Milênio a.n.e.)
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Aprenda mais aqui:
- Binha é um vaso bojudo e de gargalo
estreito, geralmente de barro, usado para água, leite, vinho e outros líquidos
potáveis.
- A abreviatura a.n.e. significa “antes da nossa era”. É o mesmo que “antes de Cristo” (a.C.).
Você
tem vontade de colocar a mão nas peças do museu? Pois saiba que no Museu
Nacional de Arqueologia de Lisboa é possível fazer isto. Há algumas peças que
estão expostas justamente para serem tocadas. É bem legal. Veja algumas:
Machado de Pedra Polida
Neolítico
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Inscrição Funerária
Época Romana
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Elemento Arquitetônico
Época Medieval
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Moedas!
Eu coleciono moedas. E foi bem legal ver algumas da época do Império Romano.
260: Sestércio de Marco Aurélio – 174-175 d.C.
261: Sestércio de Gordiano II – 240 d.C.
262: Antoniniano de Galiano – 266 d.C
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264: Numus de Constantino I – 320 d.C.
265: Numus de Constâncio Galo – 351-355 d.C.
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Neste
museu há muitas peças egípcias. E eu quando adolescente era muito fascinado
pelo Egito e seus mistérios. Eu queria entrar neste museu só para ver uma múmia
e um sarcófago daquela época.
O Olho de Hórus
Império Novo – 1560-1070 a.C.
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Busto Faraônico
Época Baixa ou Ptolemaica
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Não
sei se já comentei aqui no blog, mas eu estudei e aprendi a ler os hieróglifos.
Por isto, traduzi a mensagem da placa que está abaixo.
“Não blasfemei contra deus,
Não tirei os bens do pobre
Não fiz sofrer,
Não fiz passar fome,
Não fiz chorar,
Não matei,
Nunca fiz mal a ninguém.”
Livro dos mortos (do capítulo 125)
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Estatueta de Ptah-Sokar-Osíris
Madeira pintada e folha de ouro
Época Baixa ou período Ptolemaico
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Sarcófago de Pabasa
Período Ptolomaico
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Sarcófago de Pabasa
Período Ptolomaico
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Sarcófago de Pabasa
Período Ptolomaico
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Sarcófago de Irtieru
Época Baixa
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Sarcófago de Irtieru
Época Baixa
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Vaso de Vísceras com Tampa
Época Baixa
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Múmia Humana
Período Ptolomaico
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Máscara Mortuária da Múmia
Período Ptolomaico
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Múmia Humana (detalhes)
Período Ptolomaico
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Múmia Humana (detalhes)
Período Ptolomaico
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Múmia Humana (detalhes)
Período Ptolomaico
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Múmia Humana (detalhes)
Período Ptolomaico
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296 a 300 – Moedas de Bronze
Período Ptolomaico
301 – Amuleto
Época Greco-Romana
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O que
mais me surpreendeu neste museu foi a sala do ouro, uma exposição chamada
“Tesouros da Arqueologia Portuguesa”. Eu nem imaginava que esta sala existisse.
Lá dentro não pode tirar fotografias e para entrar é preciso passar por um
detector de metal. O sistema é bruto e para eu entrar foi bem parecido com a
nossa entrada nos bancos brasileiros: quase fiquei pelado. OK... exagerei um
pouco.
Desabafo mode on – Fiquei
nervosinho.
Primeiro,
tirei tudo o que eu tinha de metal e coloquei numa caixa. Tentei entrar e fui
barrado. Tirei até o cinto e neste momento eu já nem queria entrar mais naquela
bosta de lugar porque uma fila se formou atrás de mim. Me senti um assaltante
armado até os dentes da mesma forma que já estamos acostumados a nos sentir
quando vamos aos bancos no Brasil. Eu falei que não tinha mais nada de metal e
mesmo assim o detector me denunciou. Aí, eu lembrei da doleira junto ao corpo e
que tinha moedas nela. Então, eu tirei a doleira como se estivesse tirando
minha calça e consegui passar pelo detector de metal.
Isto
me estressou muito, o português grosso, como de costume, me estressou mais
ainda e eu já estava pensando em ir embora sem ver aquela desgraça. Mas como eu
já estava quase tirando a cueca, pensei “Já cheguei até aqui e aí dentro deve
estar a Coroa de Portugal e outras joias, então, vou entrar e ver esta coroa
porque deve ser parecida com a Coroa da Rainha da Inglaterra”. Não era bem
assim. Afinal, ali só tinhas objetos antiquíssimos, de escavações
arqueológicas. Mas não deixou de ser surpreendente.
Se eu
tivesse uma arma, vocês acham mesmo que eu ia passar pelo detector de metal? Eu
ia era dar um tiro no português mal-educado. E usaria uma bazuca para quebrar
os vidros blindados que protegem as peças do acervo.
Desabafo mode off.
Na
sala tem muitas peças antigas de ouro e também várias pedras preciosas nas
quais tinham desenhos microscópicos. Eu me preguntei como eles faziam aquilo
antigamente.
Foi
muito legal porque lá tinham 40 moedas romanas de ouro. Eu queria uma para
minha coleção. Fiquei em dúvida sobre as moedas expostas: “São áureos ou
denários?”. Então, mandei um e-mail (na verdade, foram dois) para o Museu
perguntando se eles poderiam me tirar esta dúvida. Eles “gentilmente” não me
responderam. Provavelmente são áureos ou soldos que eram moedas de ouro dos
romanos. Os denários eram de prata.
Como
eu já disse antes, era proibido tirar fotos na sala do ouro e eu obedeci à
regra. Mas alguém não obedeceu e aqui embaixo está a foto com as 40 moedas de
ouro. A qualidade da foto não está boa, mas temos que considerar que ela foi
feita por um espião corajoso. Como o museu não respondeu ao meu e-mail, estou
replicando a foto como forma de “retribuir o carinho”.
Moedas de ouro
Época do Império Romano
Dúvida: são áureos ou soldos?
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Depois,
passamos por um salão enorme em que tinha muitas lápides de sepultura, algumas
estátuas e estatuetas e alguns mosaicos. Está parte é bem chata, uma coisa para
se fazer apenas uma vez na vida e nunca mais.
Lápides de Sepultura ou Altares?
Não sei direito o que são.
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Saímos
do Museu Nacional da Arqueologia e fomos conhecer o Mosteiro dos Jerônimos por
dentro. Leia e veja as fotos na próxima postagem.
Eduardo
Franciskolwisk