Como a vida pode
mudar de um segundo para outro, não?
Este domingo estava
tudo tranquilo. De repente mudou tudo. E eu que estava de boa na lagoa, fiquei
putaço.
Se tem uma coisa que
me irrita é ter que limpar bosta de cachorro. E ultimamente tenho limpado até a
bunda peluda dele com papel higiênico. Faço isso pra ele não entrar na casa e
sentar com o traseiro tudo sujo de cocô no chão, deixando a bosta ali
carimbada.
Como eu disse, estava
tudo tranquilo e o cachorro foi lá pra fora. Aí, eu já saquei que ele ia fazer
cocô. Eu já sou PhD em saber quando ele cagou. Dito e feito. Ele tinha cagado
perto do portão.
No momento em que eu
ia limpar o interfone tocou. O cachorro ficou maluco de ansiedade. Encarnou o Taz
parecendo um furacão e fez de tudo pra ser notado: latiu, rodou igual pião, deu
um duplo triplo twist carpado e, nesta explosão de felicidade, pisou no cocô
que ele mesmo tinha acabado de fazer.
Aí, saiu andando com
uma pata embostejada e carimbava o chão de bosta por onde pisava. Não bastava
eu ter que limpar um cocô, eu teria que limpar vários locais sujo de merda.
Na hora o sangue já
me subiu à cabeça e fiquei nervoso. Puto.
Já comecei a limpar
na hora porque se a bosta seca, fica muito mais difícil limpar. Comecei pelo
cachorro. Lavei as 4 patas para garantir que não ia carimbar mais nada, mesmo ele
tendo pisado com uma pata só. Depois, limpei o chão.
Vocês não imaginam a
felicidade que me dá em limpar bosta de cachorro. Eu acordo todas as manhãs
cantando: “Hoje feliz serei,
porque muita bosta limparei” – no estilo Roberto Carlos.
Sério mesmo: eu odeio
limpar bosta de cachorro. E aqui em casa ninguém ajuda. O cachorro não é meu,
não fui eu quem pegou ele, mas sou eu que dou comida, água, passa remédio e
limpa a bosta.
Lá fora no portão,
era a minha irmã que trouxe o caos junto com morangos. Ela não ficou nem 1
minuto completo. Se ela não tivesse vindo aqui, nada disso teria acontecido. É
o efeito borboleta, um acontecimento causa outro acontecimento que, por sua
vez, gera outro acontecimento e assim vai sucessivamente até dar merda. Ou
seja, no final tudo vira bosta.
E eu já sei, sou eu
quem vai ter que limpar.
Eduardo
Franciskolwisk
porque muita bosta limparei” – no estilo Roberto Carlos.