Ultimamente, ando meio revoltado com essas pessoas que passam aqui em casa pra pedir comida. Ou a minha casa parece ser casa de otário ou parece ser um restaurante. O mais provável é que eu seja, ou melhor, tenha sido um otário no passado. Não sou mais.
Eu admito, acostumamos mal esse pessoal!
Todas as vezes que o interfone tocava e era alguém pedindo comida, nós daqui de casa dávamos alguma coisa. Sei lá, pacote de macarrão, arroz, feijão, açúcar e até sal já foi (afinal, pra quem está se afogando jacaré é tronco). Nunca ligamos de ajudar, ainda mais porque em um mês recebemos mais cestas básicas do que conseguimos utilizar. Sobra.
Então, todas as vezes que alguém pedia ajuda aqui, levava alguma coisa. É aí que entra “A Máfia”. Isso mesmo: A Máfia. Só pode ser isso. Um dizia pro outro que aqui era fácil conseguir as coisas. Depois, o outro dizia pra outro que dizia pra outro... Virou encheção de saco.
Não tinha dia, nem hora ou limites do que pediam.
Um dia, era quase meia-noite e o interfone tocou:
— Moço, eu sou de Colômbia (uma cidade aqui perto de Barretos) e eu tava trabalhando numa rádio até agora e tenho que pegar o ônibus agorinha mesmo. Mas o dinheiro que eu tenho não vai dar e eu preciso ir embora porque a minha mulher está no hospital em trabalho de parto. Meu filho vai nascer hoje. Você não pode me ajudar completando o dinheiro que falta pro ônibus?
Eu estava bêbado de sono, era inverno e eu estava quentinho dentro de casa. Sair lá fora pra quê? ... Ok. Tá legal, eu assumo. Caguei de medo de ir lá fora sozinho, praticamente de madrugada, com a rua deserta. O homem poderia ser um estuprador, assassino, ladrão, político, polícia ou um travesti tarado. Resolvi não correr o risco!
— Não tenho nada hoje. – respondi.
Um mês depois, mais ou menos, por ironia do destino ou por uma coincidência fantástica ou por safadeza mesmo, o interfone tocou era quase meia-noite. A história era idêntica: a cidade, o trabalho na rádio, o dinheiro incompleto do ônibus e (o mais incrível de todos) a mulher dando a luz ao filho dele.
Me senti um idiota. Com exceção de que a mulher dele conseguisse engravidar, formar uma criança e dar a luz em menos de um mês, acho que ele queria me fazer de idiota. Nem se esforçou pra inventar outra história.
Já aconteceu também de haver diferença de minutos entre os pedintes. “Isso deve ser combinado”, imaginei. “Deve existir uma Máfia!”
Tinha também um moço que sempre ajudávamos dando um monte de coisas: pacote de arroz, de feijão, etc... Até o dia que ele resolveu que o gás da casa dele tinha acabado e que era pra gente dar a comida pronta pra ele. É... a coisa ficou feia. E a gente decidiu parar antes de escutar:
— Agora dá na minha boquinha! E não esquece de assoprar porque tá quente...
Ou pior:
— Como assim não tem comida pra eu comer? – diria indignado. — Quer dizer que a partir de hoje vou ter que comer a sua bunda?
Pára tudo. A regra agora é dizer “Não” pra qualquer necessitado. Pára tudo! Antes que A Máfia de Pedintes comece a pedir a rosquinha que não queremos dar.
Eduardo Franciskolwisk
Eu admito, acostumamos mal esse pessoal!
Todas as vezes que o interfone tocava e era alguém pedindo comida, nós daqui de casa dávamos alguma coisa. Sei lá, pacote de macarrão, arroz, feijão, açúcar e até sal já foi (afinal, pra quem está se afogando jacaré é tronco). Nunca ligamos de ajudar, ainda mais porque em um mês recebemos mais cestas básicas do que conseguimos utilizar. Sobra.
Então, todas as vezes que alguém pedia ajuda aqui, levava alguma coisa. É aí que entra “A Máfia”. Isso mesmo: A Máfia. Só pode ser isso. Um dizia pro outro que aqui era fácil conseguir as coisas. Depois, o outro dizia pra outro que dizia pra outro... Virou encheção de saco.
Não tinha dia, nem hora ou limites do que pediam.
Um dia, era quase meia-noite e o interfone tocou:
— Moço, eu sou de Colômbia (uma cidade aqui perto de Barretos) e eu tava trabalhando numa rádio até agora e tenho que pegar o ônibus agorinha mesmo. Mas o dinheiro que eu tenho não vai dar e eu preciso ir embora porque a minha mulher está no hospital em trabalho de parto. Meu filho vai nascer hoje. Você não pode me ajudar completando o dinheiro que falta pro ônibus?
Eu estava bêbado de sono, era inverno e eu estava quentinho dentro de casa. Sair lá fora pra quê? ... Ok. Tá legal, eu assumo. Caguei de medo de ir lá fora sozinho, praticamente de madrugada, com a rua deserta. O homem poderia ser um estuprador, assassino, ladrão, político, polícia ou um travesti tarado. Resolvi não correr o risco!
— Não tenho nada hoje. – respondi.
Um mês depois, mais ou menos, por ironia do destino ou por uma coincidência fantástica ou por safadeza mesmo, o interfone tocou era quase meia-noite. A história era idêntica: a cidade, o trabalho na rádio, o dinheiro incompleto do ônibus e (o mais incrível de todos) a mulher dando a luz ao filho dele.
Me senti um idiota. Com exceção de que a mulher dele conseguisse engravidar, formar uma criança e dar a luz em menos de um mês, acho que ele queria me fazer de idiota. Nem se esforçou pra inventar outra história.
Já aconteceu também de haver diferença de minutos entre os pedintes. “Isso deve ser combinado”, imaginei. “Deve existir uma Máfia!”
Tinha também um moço que sempre ajudávamos dando um monte de coisas: pacote de arroz, de feijão, etc... Até o dia que ele resolveu que o gás da casa dele tinha acabado e que era pra gente dar a comida pronta pra ele. É... a coisa ficou feia. E a gente decidiu parar antes de escutar:
— Agora dá na minha boquinha! E não esquece de assoprar porque tá quente...
Ou pior:
— Como assim não tem comida pra eu comer? – diria indignado. — Quer dizer que a partir de hoje vou ter que comer a sua bunda?
Pára tudo. A regra agora é dizer “Não” pra qualquer necessitado. Pára tudo! Antes que A Máfia de Pedintes comece a pedir a rosquinha que não queremos dar.
Eduardo Franciskolwisk
Cara achei engraçado esse negocio de "máfia de pedintes" eu também acho que deve existi essa máfia pq eu vi uma vez na reportagem que pessoas que tem situações boas pedindo dinheiro.
ResponderExcluirMuito engraçado.
Entre em meu blog.
clipemusica.blogspot.com
VLww!!!!!!!!!!!!!!!!!
morri de rir, é isso mesmo...
ResponderExcluirwww.webtecnologias.blogspot.com
Vamos mudar a expressão "casa da mãe Joana" para "casa do pai Eduardo"
ResponderExcluirô...tio! cê não pode me da um trocado ai não?! se não puder pode ser comida! mas ó, carne bem passadinha, arroz com aquele temperinho, e o jeijão bem cozidinho tá bom?! Tô esperando!!
hauahuaha muito bom!
po mano..
ResponderExcluiré vdd.
tbm to cansado..
e eles vem mais de uma vez
po mano..
ResponderExcluiré vdd.
tbm to cansado..
e eles vem mais de uma vez
adorei isso!
ResponderExcluirnunca parei pra pensar na "mafia de pedintes"
shuahsuahushausha
gostei do seu blog
se kiser entre no meu
Beijoos
http://www.aline-liih.blogspot.com/
eu vi estes dias uma reportagem dizendo que agora nesta época do ano principalmente em são paulo onde moro o número de pedintes aumentam, famílias inteiras vão aos faróis, barzinhos e em vários lugares, a questão é devemos ou não dar esmolas?
ResponderExcluirLi seu post e lembrei da musica do Plebe Rude num trecho diz assim:
Até quando esperar a plebe ajoelhar
Esperando a ajuda de Deus
Até quando esperar a plebe ajoelhar
Esperando a ajuda de Deus
Posso
Vigiar teu carro
Te pedir trocados
Engraxar seus sapatos
Posso
Vigiar teu carro
Te pedir trocados
Engraxar seus sapatos
Boas Festas
é, cara... Realmente não dá pra ajudar ninguém hoje em dia!
ResponderExcluirQue safadeza essa parada do nascimento do filho e das comidas...
o pior é que quanto mais a gente ajuda, mais eles pedem.
yeah!!!
ResponderExcluirlegal seu blog moço...
:)
bju^^
EAUHEaueAHEAuhaeUHea
ResponderExcluirPois é, parecem aqueles cachorros famintos que se você dar comida na porta de casa eles não param de voltar.
=p
huahauahuaha muita viagem. Aqui em casa sempre vem um pessoal pedindo...mas tem uma velhinha q não consigo recusar....
ResponderExcluirO negócio é não ceder sempre, mas tb não pode sempre não ceder....
Abço.!
Oii siim siim
ResponderExcluirqn vc colok meu banner aii
avisa q eu coloco o seu no meu
xD
bjO
Eu, sinceramente, gostei demais do jeito que tu escreve.
ResponderExcluirMas ó, não podemos generalizar.
Tem gente que precisa mesmo. Trabalho né facil de arrumar não. Pra tu ter ideia, aqui em casa sempre vinha uma senhora pedir algo e sempre contava que seus filhos quase não comiam e tal. Um dia ela pediu dinheiro pra completar o onibus e meu pai achou aquilo ridicul - pensou ser mentira dela. Então ele se ofereceu pra ir levar ela na sua casa e eu fui junto.
Cara, cê precisava ver a situação dela. Super triste. Os filhos dela, cerca de 13, 14 anos, andavam de cueca, por não ter dinheiro para uma bermuda. A comida deles era super, mega economizada. O dinheiro que eles tinham, ficava em uma lata de milho verde e quando ela nos mostrou, contamos pouco mais de dois reais. E era pra ir no dia seguinte pro centro.
Desde de o dia, nunca mais sobrou um só caroço de arroz no meu prato. Nem roupa velha. Desse modo meu velho, percebi que temos que analisar as situações individualmente, para que outros que não mentem, não sejam prejudicados.
Grande Abraço!
Belo Blog.
Gostei do último comentário, porque é fácil pra gente ver um monte de vigaristas por aí e fechar os olhos pra quem realmente precisa, tive um amigo que disse uma certa vez pra uma outra amiga minha "eu não ajudo mesmo, porque são tudo sem vergonha", e ela então dise que ela ajudava porque quando criança passou fome, e se não fosse pela ajuda dos outros talvez ela não estaria aqui.
ResponderExcluirÉ muito fácil pra gente ficar julgando os outros quando estamos dentro de nossa linda casa, quentinhos, de barriga cheia. Mas acho uma situação deplorável, que me entristece muito quando vejo crianças nas ruas pedindo comida.
Só quem já passou por isso sabe do que falo, eu nunca precisei, graças a Deus, nunca dou dinheiro, mas em meio à esse mundo onde 24 mil pessoas morrem de fome por dia, comida é algo que não tenho coragem de negar, é desumano.
Ajudar é uma coisa, agora deixar montar é outra...Concordo com vc, e se tem uma coisa que eu não dou é dinheiro...Se pedir comida, eu ajudo, mas dinheiro jamais.
ResponderExcluirAbraços
http://espadadotemplario.blogspot.com/
Qunnta Revolta nesse coração rapaz.haha
ResponderExcluirAqui em casa acontece o mesmo também,sinceramente eu também não suporto,mas minha mãe dona da Cas) tem coração Grande,e não se aguenta.haha.
:D
ResponderExcluirmas..
ainda tenho esperanças ke isso vai acabar
Agora temos que abrir um inquérito e averiguar a veracidade do fato exposto e pedir apoio da força policial federal e quem sabe abrir uma CPI para reprimir a ação de pedintes mafiosos e autuá-los por formação de quadrilha e crime organizado e outros crimes mais.
ResponderExcluirFoi um dos melhores posts que eu já li parabéns cara!!!!!
Tinha uma colega que sempre dava dinheiro pra mendigo na rua. Até vale-refeição já chegou a dar pros caras, acredite se quiser. Até que um dia, uma mendiga velha apareceu e chutou a perna dela (no centro de SP). Serve pra aprender..rsrsrsrs
ResponderExcluirGostei do blog, bem legal.
eu nunca dou dinheiro para ninguém
ResponderExcluirdar dinheiro para esse pedintes faz com que a mendicância seja uma atividade lucrativa
não dar dinheiro é a melhor forma de ajudar aos pedintes pararem de pedir dinheiro e arranjar outra forma de ganhar dinheiro
os outros podem estar precisando de ajuda,mas eu não preciso ajudar ninguém
eu não tenho nada a ver com os problemas alheios
não faz sentido,você trabalhar e no final ficar sem o dinheiro do seu trabalho,se é para ficar sem dinheiro,é melhor nem começar a trabalhar