I'll be
there for you ... when the rain starts to pour.
I'll be
there for you ... like I've been there before.
I'll be
there for you... cause you're there for me, too.
(Refrão da
música tema de Friends:
The
Rembrandts - I'll be there for you)
Eu estarei
lá pra você, quando a chuva começar a cair.
Eu estarei
lá pra você, como sempre estive antes.
Eu estarei
lá pra você, porque você estará lá pra mim também.
Eu sou assim: me disponho a estar lá nos bons e nos maus momentos. Mas só para aqueles que estiverem lá para mim também. É uma estrada de mão dupla. Vai e volta. Nada de só ir ou só voltar, não é justo.
Esse
negócio de só ser chamado nos maus momentos não me agrada. Não é muito a minha
praia. Nunca foi e nunca escondi isto. Por que se lembrariam de mim no momento
da dor se esqueceram nos momentos de felicidade?
Desta
forma, com o passar do tempo passei a escolher racionalmente as reações que
deveria ter diante dos acontecimentos. Por que eu iria no velório da sua mãe se
não fui convidado para o seu casamento? Por que nesta semana você quer me
encontrar se em todas as outras você não deu nem sinal de vida? Por que eu te
trataria bem se você sempre me tratou mal?
Conheço e
concordo com um ditado que diz: “A vida é como um eco, se você não gosta do que
recebe presta atenção no que emite”. Sendo assim, não espere de mim o que eu
não tive de você.
Acredito
mesmo que as pessoas colhem em vida o que plantaram. Inclusive eu.
Meu pai
nunca ligou para a gente. Eu e minhas irmãs praticamente não tivemos pai. Ele
nunca fez algo realmente importante para nós. A única coisa que ele fez e que
ficou para o resto de nossas vidas foi nos traumatizar! Bem, talvez sobre isso
eu não possa falar em nome das minhas irmãs, mas no meu caso eu garanto:
trauma.
Por infelicidade
do destino ou por intenção de alguém, a minha casa fica em frente à dele. Isso
é que é “sorte” (e eu ainda insisto em jogar na Mega-Sena).
Ele me
irrita até hoje. Quando eu saio de casa para ir ao trabalho, lá está ele na
porta de casa colocando mais minhocas na minha já demente cabeça. “Eu não tô
passando bem, quero te dar a chave de casa pra caso eu morrer, vocês entrarem
lá na casa.”
Meu pai
fede. O chão da casa dele era amarelo, agora é marrom por causa da sujeira
impregnada. Ele manca quando vem, desesperadamente, falar com a gente. Mas,
incrivelmente, não manca quando vai ou volta do bar. Sacaram porque de certa
forma eu não sou muito chegado a “barzinhos”? Até hoje tenho o preconceito de
que quem vai a barzinhos ou bebe frequentemente não vale muito ou não presta mesmo.
Um dia, uma
amiga da minha tia foi na casa dela dizer que eu e minhas irmãs estávamos
maltratando meu pai. Calúnia! Só conversamos o básico com ele, nem dá tempo de
maltratar. Nós o evitamos ao máximo. Bom, mas se ela está tão interessada no
assunto, que dê palpites, mas também ajude a pagar o plano de saúde dele.
Ela disse
também que está todo mundo falando sobre isto na cidade. Nós “realmente”
acreditamos nisto e estamos “comovidos”. Faremos um pronunciamento em rede
nacional para escancarar que somos pessoas ruins e que vamos arder no inferno,
enquanto o santo pai vai para o altar ser canonizado na igreja dos hipócritas.
Filha, a
cidade está pouco se lixando para os nossos problemas! Até eu não estou nem aí
para os meus problemas... Aliás, esta cidade nem sabe que minhas irmãs têm um
irmão - que no caso sou eu, lógico. E eu sou muito feliz com isso. Elas são
elite e eu sou ralé. Enquanto a elite participava de festas, não havia irmão.
Na hora de maltratar o pai, o irmão existia. Ou seja, lembram-se de mim para
encher o saco, mas não para aproveitar a vida.
Acho que
uma pessoa pode estar errada. Três, já fica mais difícil. Provavelmente, não
somos nós os errados.
O duro é
que eu não conheço essa mulher. Senão, ia mandar ela tomar no cunudinho. Gente
que eu não sabia da existência falando mal de mim me dá um medo enorme. Está aí
um pouco que pode ter influenciado na minha fobia social.
Eu não sou
totalmente mau e não sou totalmente bom. Ninguém é. Eu também não sou
totalmente bobo. A tentativa da senhora era que tivéssemos uma relação de
extrema felicidade e forçação de barra com o meu pai, dando para ele a atenção
que ele nunca nos deu.
Diante de
tal proposta absurdamente injusta e indecente, só posso responder:
— Não,
obrigado!
A Rita Lee
me ensinou a ser educado numa música: “Diga não às drogas. Mas seja educado,
diga não, obrigado!”
Por fim, esteja
sempre lá para as pessoas, mas só se elas estiverem lá para você também.
Eduardo
Franciskolwisk
P.S.: Esta
é mais uma postagem vinda de uma fenda no tempo. Este texto estava incompleto.
Terminei recentemente tentando manter a ideia original.
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