Dia 2 – Lisboa
Museu Nacional de Arte Antiga
– MNAA (Continuação)
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Continuando
a visita pelo museu, nos deparamos com algumas peças muito bonitas e que me fizeram
pensar no quanto eu e você somos pobres.
Conheçam
agora estes objetos que são obras de arte com metais e pedras preciosas.
Coroa básica, só para começar. |
Outro ângulo da coroa básica. |
Custódia da Bemposta – Século XVIII (1777)
Prata dourada, diamantes, rubis, topázios (rosas e incolores),
esmeraldas, safiras, cristais de rocha e ametistas.
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É uma
das mais ricas peças da ourivesaria barroca portuguesa. Esta Custódia é proveniente
do Paço Real da Bemposta e foi desenhada pelo arquiteto Mateus Vicente de
Oliveira, cabendo a Adam Pollet o requintado trabalho de joalharia.
O que é prata dourada?
Segundo
a Conservadora de Coleções de Ourivesaria e Joalheria do Museu Nacional de Arte
Antiga (MNAA), “a prata dourada é, na verdade, prata com um banho ou uma camada
de ouro. A prata é sempre trabalhada em liga com outros metais mas, desde cedo,
usou-se o banho de ouro para poder dar um tom dourado à prata sem, de facto, se
usar ouro.”
O que é custódia?
É um
receptáculo, geralmente de ouro ou de prata, no qual se deposita a hóstia para
expô-la à adoração dos fiéis; ostensório.
Custódia de prata dourada e diamantes
Cálices de prata dourada
Todos são do século XVIII.
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Custódia do século XVIII.
Prata dourada, esmeraldas, rubis, diamantes,
topázios, granadas e safiras.
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Píxide do ano de 1766.
Prata dourada, diamantes, rubis,
esmeraldas e vidros.
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O que é píxide?
É um
vaso sagrado em forma de cálice com tampa onde se guardam as hóstias e
partículas consagradas para a comunhão. Também é conhecida como cibório ou
âmbula.
Cálice – Ano: 1768.
Prata dourada, ouro, rubis, diamantes,
esmeraldas e vidros.
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Coisa para guardar uma custódia. Sei lá o nome oficial disto. Vamos chamar de caixa. |
Custódia de Belém, ano de 1506.
Ouro e esmaltes policromos.
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Além
de ser toda detalhada e de ser feita de ouro maciço, o legal desta obra é que
ela é atribuída a Gil Vicente, o mesmo dramaturgo que escreveu “O Auto da Barca
do Inferno” e “Farsa de Inês Pereira”. Ele também era ourives.
O
trecho seguinte sobre a Custódia de Belém foi retirado do site do Museu
Nacional de Arte Antiga (MNAA). Leia e conheça um pouco mais sobre esta obra:
“Custódia de Belém: a mais célebre obra da
ourivesaria portuguesa, pelo seu mérito artístico e pelo seu significado
histórico.
Mandada lavrar pelo rei D. Manuel I para o
Mosteiro de Santa Maria de Belém (Jerónimos), a Custódia de Belém é atribuível
ao ourives e dramaturgo Gil Vicente. Foi realizada com o ouro do tributo do
Régulo de Quilôa (na atual Tanzânia), em sinal de vassalagem à coroa de
Portugal, trazido por Vasco da Gama no regresso da sua segunda viagem à Índia, em
1503, é um bom exemplo do gosto por peças concebidas como microarquiteturas no
gótico final.
Destinada a guardar e expor à veneração dos
fiéis a hóstia consagrada, apresenta, ao centro, os doze apóstolos ajoelhados,
sobre eles pairando uma pomba oscilante, em ouro esmaltado a branco, símbolo do
Espírito Santo, e, no plano superior, a figura de Deus Pai, que sustenta o
globo do Universo, materializando-se deste modo, no sentido ascensional, a
representação da Santíssima Trindade.
As esferas armilares, divisas do rei D.
Manuel I, que definem o nó, como que a unir dois mundos (o terreno, que se
espraia na base, e o sobrenatural, que se eleva na estrutura superior), surgem
como a consagração máxima do poder régio nesse momento histórico da expansão
oceânica, confirmando o espírito da empresa do Rei Venturoso.”
Cruz de D. Sancho I, datada de 1214.
Ouro maciço, safiras, granadas, pérolas e
aljôfares (pérola menos fina, muito miúda e irregular).
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Esta
é a peça que me levou até o museu.
Quando
D. Sancho I morreu deixou uma copa (cálice grande que se se usava na mesa do
rei) para ser fundida e transformada em cruz processional para o Mosteiro de
Santa Cruz de Coimbra. A própria cruz documenta a morte do rei, pois a
inscrição atrás da cruz diz exatamente isto: “Esta Cruz mandou fazer o rei D.
Sancho I no ano de 1214.”. Esta cruz tem mais de 800 anos!
Uma
coisa que me chamou a atenção é que algumas das pedras preciosas têm inscrições
gravadas em árabe, o que quer dizer que estas gemas pertenciam a um tesouro
árabe que foi parar em mãos cristãs.
Outra
coisa interessante é que no espaço central que parece faltar uma pedra, falta
na verdade uma relíquia. Ali estava um pedaço de madeira na qual Jesus Cristo
foi crucificado.
Santa
Helena, mãe do imperador Constantino e considerada a primeira arqueóloga
cristã, vai até o monte Gólgota e encontra a cruz de Jesus em uma cisterna. A
certeza de que era a cruz do próprio Jesus aconteceu porque lá também estava a
plaquinha “Jesus Nazareno, Rei dos Judeus”, hoje em dia reproduzida nos crucifixos
com uma forma abreviada: INRI.
A cruz
de D. Sancho I é uma obra-prima de vanguarda, representando a transição do
românico para o gótico.
Descrição e explicação da Cruz de D. Sancho I, ano 1214. |
Detalhes da Cruz de D. Sancho I, ano 1214. |
Detalhe da Cruz de D. Sancho I onde estava uma relíquia: um pedaço da madeira da cruz de Jesus Cristo, ano 1214. |
Parte de trás da Cruz de D. Sancho I, ano 1214. |
Detalhe com a data MCCXIV (ano 1214) na parte de trás da Cruz de D. Sancho I. |
Centro de mesa, 1729-1748.
Prata.
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Chaleira e Escalfador, 1748-1791.
Esta peça é muito linda. Devia matar qualquer visita de susto!!!
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Chaleira e Escalfador, 1748-1791.
Outro ângulo.
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Na
próxima postagem vou mostrar algumas pinturas do museu.
Até
lá.
Eduardo
Franciskolwisk
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