Como
já é praxe minha, vou falar do Natal deste ano. Ainda não sei se vou ou não
participar, mas com os argumentos que vou citar, é mais provável que eu não
participe.
O
Natal este ano será na casa de uma irmã e, obviamente, eles convidam quem eles
quiserem. Então, eles convidaram a família de um primo nosso. Um primo por
parte do nosso pai. Para mim ele é distante. Em 38 anos de existência, nunca
sequer foi cogitada ou imaginada a remota possibilidade de passarmos algum
Natal com alguém da família do meu pai.
E eu
não faço questão nenhuma da família do meu pai e principalmente da família
deste primo (com exceções, claro). Então, eu que já estava desanimado desde
outubro deste ano por causa de uma depressão média, desanimei ainda mais.
Eu
não quero ir neste Natal e já comecei até pensar em que vou comer e beber no
meu Natal sozinho. Vai ser lasanha pronta com batatinha palha e guaraná. De
sobremesa será sorvete de flocos com paçoca. E sem encheção de saco e birrinhas
egoístas dos humanos. Para mim está ótimo.
Apesar
de sermos distantes do meu primo, os filhos dele e os filhos das minhas irmãs
são próximos, acho que são amigos e se dão bem. Além disso, a esposa dele é
super legal.
O
problema é que meus tios vão estar lá. Já são velhos, sei lá com que idade. Mas
eles me incomodam muito.
Minha
tia é (ou era) daquelas que vai em festas chiques de clubes de ricos e
comem enquanto fala com você, fazendo com que a boca dela vire um metralhadora
de comida. Uma nojeira.
Meu
“tio” não me considera sobrinho. Ele é bem esquisito. Um dia quando
adolescente, encontrei ele em um banco e cumprimentei “Oi, tio, tudo bem?”. Ele
disse “Não sou teu tio, não. Eu nem te conheço”. Podia ser uma brincadeira?
Podia, mas não era. Antes disso, ele não me cumprimentava na rua e depois
disso, também não. Antes eu achava que ele não me via por distração, depois
passei a ter certeza que ele fingia não me ver. Hoje eu também finjo que não
vejo ele na rua, viro a cara e assim todo mundo fica feliz.
Outro
fato bizarro e que mostra a índole deste “tio” foi uma época que ele queria
comprar a parte da minha mãe ou a minha parte, não me lembro bem, numa casa que
era do meu avó. Ele ligou oferecendo uma mixaria. Eu falei que este não era o
valor da casa e que ela valia mais. Ele surtou e falou que se eu não quisesse
vender, eu tinha que comprar a parte dele. Ele achou que eu não tinha dinheiro.
Eu falei “Tudo bem, por este valor eu compro”. Ele respondeu “Mas para eu
vender o valor não vai ser este, vai ser bem mais caro.”. Aí, eu puto da vida falei
“Não, se você quer comprar por este valor, tem que vender por este valor.
Ninguém aqui é trouxa”. Ele desligou na minha cara e não se falou mais no
assunto. Ainda bem, pois eu não tinha dinheiro nenhum.
Quanto
ao meu primo, acho que ele segue os passos do pai, mas de uma forma mais
moderada. Daqueles que diz “Eu estou sem dinheiro agora...”, mas acabou de
viajar para um lugar caríssimo ou acabou de trocar de carro. Tem como confiar
em uma pessoa assim? Não! Outra coisa é não tenho assunto para falar com ele e
nem quero ter. Se a coisa não deu certo antes, não é agora que vai dar. Bem...
se depender de mim, não.
Estas
não são as pessoas com quem eu quero passar o Natal. Só de imaginar eu ver
estas pessoas e ter que fingir felicidade com elas, me dá canseira. Eu até
finjo felicidade por pessoas que eu gosto, mas fazer isso por gente sacana é
demais para mim.
Eu
tenho preconceito com a família do meu pai, com o meu pai e até comigo por ser filho
dele.
Além
disso, hoje aconteceram algumas coisas bem desanimadoras e estranhas aqui em
casa relacionados com a minha mãe. Nada muito diferente do que aconteceu
durante o ano, mas eu estou realmente cansado disto tudo e quanto mais eu puder
evitar é melhor.
Como
tenho escrito outras vezes, o espírito natalino não é o mesmo de anos
anteriores. E em cada ano que eu me animo um pouco mais, como no ano passado
por exemplo, acontece alguma coisa que me deixa frustrado. O espírito do Natal
morreu em mim.
Minha
decisão hoje é: eu não vou no passar o Natal com estas pessoas.
Eduardo
Franciskolwisk
Eu gosto dos detalhes, a comida é lasanha, batatinha e guaraná. Me parece uma decisão acertada, ninguém merece ficar do lado de gente que não é muito agradável. A parte ruim do Natal é isso mesmo, ter que fingir felicidade. Pelo visto você tem familiares que moram perto, desviar disso tudo é mais difícil, porque as pessoaa podem desconfiar que você realmente quer distância e issi pode fazer você ficar mal visto. O restante da minha família (tios, tias, avós, primos...) moram a mais de 10000 km de distância, então já cresci com esse diatanciamento, mas vocês que moram perto, infelizmente vai sofree com o dilema de fazer o que quer ou fazer o que a família espera.
ResponderExcluirDesejo um Feliz Natal, se é que você ainda liga pra isso.