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quinta-feira, 27 de março de 2025

Vídeos Curtos



O novo mal da humanidade já está entre nós. O nome dele é Vídeo Curto. Ou melhor, vídeos curtos já que é impossível assistir a um só.
 
Eu fiquei viciado em vídeos curtos a ponto de não querer fazer mais nada. Eu chego cansado do trabalho e vou pro celular para distrair a mente. Quando vejo, já são 22 horas e eu não fiz praticamente porra nenhuma.
 
Devo admitir que este é um dos motivos do meu afastamento do blog. Por que vou sofrer para escrever se posso me satisfazer vendo vídeos alegres de crianças dançando?
 
E eu tento parar, mas minha mente pede mais, mais e mais. Cheguei à conclusão que fiquei viciado. Então, eu tento cortar o mal pela raiz e apagar os aplicativos. Dá certo por um tempo, mas depois eu instalo de novo e volto a ver vídeos de animais graciosos e engraçados.
 
Por agora, os aplicativos estão apagados. Estou tentando me livrar dos vídeos curtos. Apaguei o TikTok e o Kwai. Não apaguei o Youtube porque ele tem a opção de vídeos normais, então, eu acabo cometendo deslizes e assistindo alguns “Shorts”.
 
Esta é a minha tentativa de continuar sendo um ser humano e de preservar o que restou do meu cérebro. Senti que meu cérebro estava derretendo e por consequência, eu estava ficando mais burro do que já sou.
 
Por mim, tudo bem eu ficar mais burro. Eu já adquiri um certo nível de inteligência, mas e as crianças e os adolescentes de hoje em dia? Quem vai estudar com a existência de TikTok e Kwai? Eu não estudaria. Já era difícil eu estudar só com uma TV com 5 canais.
 
É muito mais legal, fazer vídeos dançando ou filmando coisas do que estudar. Ainda corre o risco de ficar famoso e ganhar muito dinheiro. Vou estudar pra quê?
 
Eu não estudaria. E se meus pais fossem inteligentes, me auxiliariam a fazer vídeos curtos mostrando tudo: casa, danças, choros, festas, etc. Estudar não leva muito longe.
 
Acho que meu cérebro já derreteu.
 
Se eu fosse criança ou adolescente, eu iria fazer vídeos curtos. Com certeza, teria mais audiência do que este blog, por exemplo. Das minhas 5 últimas postagens, 2 não passaram de 90 visualizações e outras 2 não passaram de 50. Somente 1 postagem foi vista mais de 100 vezes.
 
O único problema é que vídeos curtos demoram mais para cansar. Ficamos muito tempo rolando a tela esperando chegar um vídeo melhor que o anterior. Assistir TV por uma hora me cansava. Livro eu já começava a ler cansado. Ver um filme inteiro era o suficiente para levantar e ir fazer outra coisa. Mas vídeos curtos são como água salgada. Bebemos e queremos mais para matar nossa sede. Vira um ciclo vicioso.
 
Parei com vídeos curtos. Nunca mais eu assisto. Até eu ter uma recaída. O que provavelmente será logo, logo.
 
Eduardo Franciskolwisk

segunda-feira, 17 de março de 2025

Impotente

Tem dias que eu me sinto impotente.
 
Dias como hoje em que eu estava bem e aí acontece algum fato, bom ou ruim, e eu passo a pensar que “Nós não temos nenhum poder sobre nada”.
 
E isso, querendo ou não, me coloca muito para baixo.
 
Eu venho de uma época tranquila na medida do possível e eu sempre me pergunto, quando e o quê vai me jogar no buraco, no fundo do poço.
 
Então, hoje, de supetão aconteceu algo inesperado por mim, mas que muitos já sabiam com certeza. Acho que foi algo bom, mas pensando agora, o que me deixou um pouco mal foi alguns saberem e eu não ficar sabendo antes.
 
Foi algo bom, mas e se fosse algo ruim?
 
O mundo é uma selva de pedra. Fazemos de tudo para sobreviver. Somos amigos e depois traímos. Ou enfiamos um pau no rabo de alguém e depois viramos BFF (Best Friends Forever) desta pessoa. Tudo por interesse. É literalmente um BBB.
 
Vira e mexe eu tenho a sensação de que eu sou diferente. Eu não me encaixo aqui. Eu sou impotente porque não tenho forças para fazer muitas coisas que eu gostaria. Exemplos: viajar, sair mais de casa, mudar de cidade ou de país, ligar para alguém ou até mesmo mandar mensagem no WhatsApp.
 
Às vezes, eu tenho muito medo. As coisas acontecem e quando percebemos, já foi. Consigo encontrar algum conforto na frase final do filme “Pinóquio” do Guillermo del Toro: “O que tiver que acontecer, acontece. E depois, nós morremos.”.
 
Eu tento não ligar e tenho melhorado bastante, mas a sensação de impotência mexe comigo. Coisa besta, eu sei. Daqui a pouco estou melhor, mas agora enquanto escrevo, sinto meu coração queimar um pouco.
 
A Ave Fênix é outra coisa que me traz um pouco de conforto. Quando tudo fodeu, ela arde em sim mesma e depois renasce, mais forte. Obrigado, Ikki de Fênix!
 
Espero que este sentimento de impotência, não mexa com o meu cérebro nos próximos dias. Tomara que amanhã eu já tenha me esquecido disto.
 
Eduardo Franciskolwisk

segunda-feira, 10 de março de 2025

Eu não quero ter responsabilidade

Eu não quero ter filhos. Eu não queria ter um cachorro. Eu não quero me casar e nem mesmo ter uma namorada.
 
Eu não quero chegar em casa e ter que me preocupar com mais coisas, principalmente com uma outra vida que dependa de mim.
 
E tentando analisar a mim mesmo psicanaliticamente, acho que o fato de eu não querer ter mais responsabilidade é porque eu sempre tive muita responsabilidade, desde criança.
 
Meus pais se separaram quando eu tinha uns 12 anos. E quando eles estavam juntos era só trancos e barrancos. Sou o mais novo da família e tenho diferenças de 5 e 7 anos das minhas irmãs. Então, acho que só peguei as desgraças de um casamento. A parte boa deve ter ficado para elas, que devem ter alguma memória boa. Eu não tenho nada bom para dizer de um casamento. Então, não quero esta desgraça para mim.
 
Além disso, parando para pensar, acho que meus pais eram muito crianças, sem muita responsabilidade. Meu pai por exemplo, resolveu que não ia mais trabalhar. E de uma certa forma, sobrecarregou minha mãe. Que por sua vez, devia ficar muito nervosa (com razão) e descontava nos filhos.
 
Depois, quando houve a separação, eu recebi o título de “Homem da casa”. Título um pouco pesado para um menino de 12 anos. E de uma certa forma, muita pressão foi posta em cima de mim.
 
E depois de adulto, vejo as burrices dos meus pais. Minha mãe por exemplo, vivia endividada. Gastava horrores no cartão de crédito e só pagava o mínimo, gerando uma “dívida bola de neve”. Então, dávamos dinheiro para o banco e este dinheiro faltava para a gente.
 
Hoje em dia, vejo muita gente burra que dá dinheiro para o banco para parecer ter as condições que não tem.
 
Que fique claro: nunca passei necessidades, mas o conforto e a tranquilidade não existiam. E foi assim na faculdade também. Como não consegui passar em uma universidade pública, tive que estudar em uma faculdade particular. E não foram poucas as vezes onde havia a possibilidade de eu não continuar o curso por falta de dinheiro. Chegou uma hora que nem eu queria continuar, não era o curso que eu queria mesmo... Mas eu terminei. E agora eu tenho um diploma na gaveta. Pelo menos posso usá-lo caso venha a precisar algum dia.
 
Então, chegar em casa e ter que cuidar do cachorro que está bem feliz e saltitante porque eu voltei, me dá uma certa tristeza e bastante culpa. Com certeza eu sentiria o mesmo ao chegar em casa e ver o meu filho, após um dia cansativo de trabalho.
 
O mundo deu errado. Não existe vida em trabalhar o dia todo com pessoas que você não gosta e chegar em casa para ficar alguns minutos com quem realmente valeria a pena. O dinheiro é um corruptor. Fazem (e eu também) loucuras por ele. O dinheiro, talvez, seja a única coisa que a gente tem.
 
Às vezes, eu acho que ir morar isolado do mundo, na roça, seja a solução. Acho que teríamos menos responsabilidades e menos cobranças.
 
No fundo, eu não quero ter responsabilidade porque eu acho que já tive bastante responsabilidade na vida. Responsabilidades que não eram minhas. Jogaram nas minhas costas. Sempre jogam. As pessoas são irresponsáveis e folgadas. Se acham alguém com boa vontade, elas montam no lombo e ainda batem para andar mais rápido.
 
Eu pelo menos tenho a responsabilidade de não querer mais responsabilidades. Enquanto isto, o mundo está cheio de irresponsáveis que, provavelmente, são mais felizes do que eu.
 
Eu acho que continuo responsável e infeliz, mas não quero mais nenhuma responsabilidade.
 
Eduardo Franciskolwisk

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