Nunca tinha visto Elis Regina cantando. Esses dias, ganhei um DVD dela com um especial que a Rede Globo fez em 1980 chamado “Elis Regina Carvalho Costa – Grandes Nomes”. Sinceramente, não animei muito, não. Embora tenha me interessado por Elis desde que ouvi “Águas de Março” aos 14 anos e goste bastante dela, me pareceu que seria chato assistir ao DVD (Diga-se se passagem que comprei um DVD da Ivete Sangalo e nunca o vi inteiro porque não consegui).
Mas como sempre só a ouvi e nunca a vi, coloquei o DVD para ver como era a cara dela em um vídeo. Talvez para me acostumar. A cada vez que vejo uma foto dela, ela está diferente. Nunca consegui memorizar seu rosto, mas penso que sua voz é inconfundível.
Depois de assistir, entrou na minha cabeça que Elis Regina era uma malucona, doida de tudo, que não tinha medo do ridículo, tanto que chega a ser engraçada. Ela canta e zomba dos outros ao mesmo tempo e é evidente que se diverte muito ao fazer isso. Ela canta para ela mesma, brinca e faz o que quer com a música. Elis Regina não é nada certinha.
Os dois vídeos acima são das músicas “Alô, Alô, Marciano” e “Agora tá”. Eu os acho muito engraçados.
No primeiro vídeo com “Alô, Alô, Marciano”, ela zoa muito, tira sarro enquanto interpreta a música. E fala frases do tipo “Gente fina é outra coisa, entende?” ou “Ai, que transcendental que é o jazz, não?” o que eu acho muito legal. Mas o melhor deste vídeo e mais irônico (ironias do destino) é que em 2:44 minutos ela dá uma cheirada bem profunda como se estivesse cheirando cocaína. Prestem atenção, é bem depois de ela cantar “O ser humano tá na maior fissura porque...” . A ironia é ela morreria de overdose de cocaína e álcool. Mas ela não cheirou cocaína, ela tomou misturada com a bebida. E eu nem sabia que cocaína fazia efeito por via oral.
Já no outro vídeo com a música “Agora tá”, a dancinha dela é muito engraçada e os braços não param de se mexer, isto fez com que Rita Lee desse a ela o apelido de Elis-cóptero. Tem uma hora que parece que baixou um santo nela, hehe. E eu gosto muito das brincadeiras que ela faz com a voz.
Enfim, assistir ao DVD me fez lembrar de algo que eu já tinha pensado antes: eu nunca vou ter a oportunidade de vê-la cantar em um show, ao vivo e em cores. Mas vê-la cantando no vídeo me fez acreditar ainda mais no nome do CD onde a conheci e passei a admirá-la: “Elis, o mito”.
Eduardo Franciskolwisk
P.S.: Ela morreu em 1982 e eu nasci em 1983. Então, gosto de pensar que quando eu estava a caminho da Terra, ela fazia o caminho inverso e nos cruzamos num certo ponto do espaço sideral. Surreal, não?
Legal, cara. Muito bom quando jovens como você, param para prestar atenção nas coisas e pessoas do passado. E depois gostam e valorizam. Parabéns. Isso só mostra que você não é alienado e cabeça vazia, como muita gente hoje, jovem ou não.
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