No tempo em que fiquei afastado do blog, no período de julho de 2013 a março de 2014, muitas coisas aconteceram, mas vou falar da minha vida profissional.
Voltei a trabalhar na área de farmácia e em menos de 6 menos, saí de novo. Assim é a vida…!
Voltei para área porque tinha passado em um concurso público que pagava um valor bom comparado ao que eu estava ganhando. Então, me aventurei em viajar todos os dias até outra cidade para ser farmacêutico no SUS. Foi um aprendizado. O mais importante é que entendi porque a saúde no setor público é uma bosta droga. Tudo é no limite. Se a farmácia precisa de 10 pessoas para trabalhar bem, eles te dão 7, sendo que 2 são estagiários. Ou seja, funcionários mesmo seriam apenas 5. Não tenho nada contra estagiários. Eu já fui estagiário! Eles ajudam bastante, mas o governo colocá-los para tapar buracos de servidores efetivos é com certeza uma burrice. Estagiários são temporários e por mais que sejam bons, eles sempre irão embora. Dá até tristeza só de pensar... Porque sabemos de suas capacidades e também sabemos que quando estiverem bem treinados, o estágio termina e eles se vão.
Os governos (todos – Federal, Estadual e Municipal) deveriam investir mais em funcionários efetivos e valorizá-los de acordo com a sua vontade de trabalhar e de aprender. Se não é possível demitir concursados, é possível estimulá-los fazendo com que mais dinheiro chegue até eles de acordo com o mérito.
A falta de pessoal junto com o desinteresse de alguns, faz com que os outros fiquem sobrecarregados. E aí o estresse vira um inimigo. Se alguém puder escolher entre um ambiente estressante e outro que apenas tem a possibilidade de sê-lo, é muito provável que este alguém tentará a sorte de uma vida mais tranquila em um novo emprego.
Foi o que aconteceu comigo. Voltei para a farmácia achando que nunca mais fosse sair e, no entanto, apareceu um outro emprego pagando um pouco menos, mas com bons benefícios. Somando tudo, ultrapassava de longe o que eu ganhava. E ainda deixei de gastar tempo e dinheiro com viagens. Enfim, além de gastar menos passei a ganhar mais fora da área farmacêutica.
Tenho recebido nos comentários deste blog bastante gente insatisfeita com a farmácia. O negócio é mudar de ramo. É a lei da oferta e da demanda. Só vão valorizar quando ninguém mais quiser ser farmacêutico (e, mesmo assim, ainda tenho dúvidas se algum dia esta profissão será valorizada).
Preciso ressaltar que o meu caso é um pouco diferente: fui forçado a fazer o curso de farmácia. Este nunca foi o meu sonho – meu sonho era ser jornalista -, porém, era o sonho de outras pessoas (embora eu imagine que não seja muita gente).
Enfim, o mundo está aí e precisamos aproveitar as melhores oportunidades. Não é porque me formei farmacêutico que sou obrigado a morrer trabalhando com isso. Posso ser o que eu quiser. Você também! Às vezes, a correnteza da vida nos leva para lugares desconhecidos. Podemos apenas lamentar ou aprender com isso e seguir em frente. Por enquanto, para mim, chega de lamentações.
Eduardo Franciskolwisk
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