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terça-feira, 29 de maio de 2018

Talvez

Ontem eu tive um começo de crise se ansiedade. Talvez tive um pequeno ataque de pânico. Então, tomei ¼ (um quarto) do meu comprimido de alprazolam. A psiquiatra disse que eu deveria fazer isso quando sentisse uma crise vindo, mas que eu não poderia transformar isto num hábito e tomar em qualquer crise, caso contrário uma hora deixaria de funcionar. Então, só tomo quando acho que vou perder o controle da situação. Graças a Deus, raríssimas vezes.

Bem, ontem à noite foi um dia desses em que eu achei que fosse perder o controle da situação e que a ansiedade ganharia de mim. Tomei o remédio e ele me ajudou. Fiquei mais tranquilo. 

Talvez esta fosse uma crise anunciada. Foi uma semana pesada emocionalmente para mim. E não havia motivos para isto. Então estou aqui tentando entender porque esta crise aconteceu.

Tudo começou quando um dia eu vi uma pessoa chorando. E eu fiquei mal por não poder ajudar ou por não ser confiável o suficiente para a pessoas desabafar seu problema. Fiquei curioso. Fiquei pensando nos motivos daquela pessoa e, como sou muito criativo, pensei de tudo. Imaginei, imaginei e imaginei. Fantasiei inúmeras situações e em como eu me sentiria em cada uma delas. Era como se eu fosse o responsável pelo choro. Me senti culpado e neste momento eu tentei ser racional: porque alguém choraria por minha causa? Este é um dos sintomas de quem tem fobia social, achar que o mundo gira por nossa causa e que nada mais é importante. É difícil de assumir, mas é a verdade. Na rua, quando achamos que todas as pessoas estão nos observando e julgando, isto é achar que o mundo só presta atenção em você e em ninguém mais. E que elas não tem nada mais de importante para fazer do que te olhar e julgar. Mas a realidade é que elas têm coisas melhores para fazer e, na maioria da vezes, nem se tocaram da nossa existência.

Talvez seja este o motivo: não ser nada para alguém que poder ser tudo para você.

E talvez, eu nem tenha certeza do que quero ou penso. Mas a possibilidade de perder ou de nunca ter tido me leva à sensação de que nunca ganho nenhuma batalha.

Tenho vergonha de muitas coisas. Por exemplo, de contar detalhadamente o que aconteceu e alguém ler. Aí, vão me zuar. O que vão falar ou pensar de mim? Sou engessado por causa de anos levando pitos e ouvindo zuações. Não acho que eu seja engessado naturalmente.

Tenho medo de contar minhas fraquezas e as pessoas as usarem contra mim. Ou me punirem por aquilo.

Nesta semana aconteceram muitas coisas que fizeram minha cabeça imaginar até quase me fazer pirar. Há um fator pessoa que desencadeia este tipo de sensações em mim. Talvez este seja o meu gatilho. Talvez seja por isso que evito as pessoas. Talvez, fosse meu aniversário chegando. Talvez seja tudo isto junto e que misturado tenha virando uma crise de ansiedade em um nível que há muito tempo eu não tinha.

Eduardo Franciskolwisk

P.S.: Se tiver algum erro no texto ou se ele não fizer sentido, me desculpem. Escrevi e publiquei. Não teve muitas revisões. Talvez eu até apague este texto.

sábado, 26 de maio de 2018

Pra não dizer que não escrevi em maio

"Maio já está no final.
E o que somos nós afinal?"
Música: Maio - Kid Abelha

Este ano, eu meio que chutei o balde. Larguei mão de muitas coisas e pessoas. Sei lá, meio que desisti de vez de entender o comportamento estranho delas. Algumas pessoas dizem que eu sou esquisito e sobre elas penso ou digo "Eu sou esquisito, mas vocês também são e ganham de mim disparado". Vocês são os macacos que falam muito e não olham para o próprio rabo. Antes eu ficava quieto, agora não. Assumo minhas anormalidades e defeitos, mas é preciso apontar os defeitos e anormalidades dos outros também. Senão, eles acham que são um poço de perfeição quando na verdade são um poço de água podre.

Outra coisa que notei de um tempo para cá: pode ser que eu tenha ficado arrogante. Faço de conta que gente falsa e mal-educada nem existe mais. A opinião delas não faz diferença para mim. São assuntos que entram por um ouvido e saem pelo outro. Hoje, me importo menos com os outros porque tento me importar mais comigo mesmo. 

Agora sou meio "blasé", indiferente com os absurdos que acontecem à minha volta. Não há caminho a seguir quando nos acostumamos à eles. Algumas coisas são tão óbvias que até um cego poderia enxergá-las antes de que acontecessem. 

Maio já está no final e para não ficar sem escrever nada aqui no blog, resolvi fazer este pequeno desabafo. 

Eduardo Franciskolwisk

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