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quarta-feira, 1 de abril de 2020

Sem bônus, sem ônus


Estou numa “vibe” muito maluca. Recentemente, comecei a notar que as pessoas (todas do mundo) só me dão o ônus da vida. O bônus elas deixam para outra pessoa. Qualquer uma que não seja eu.

Em outras palavras, tudo o que é trabalho, responsabilidade e problemas acaba caindo no meu colo. Já as coisas boas passam longe de mim. Quando é para se dar bem, viajar, relaxar ou aproveitar os prazeres da vida, nunca sou lembrado.

Às vezes, acho que faço papel de bobo perante todo mundo. Mas isto, já sei faz tempo. Na cara mais lavada as pessoas me pedem coisas que elas não fariam por mim. E isto, só descobri agora com 36 anos de idade nas costas. Então, estou meio (totalmente, na verdade) revoltado. Mais do que eu já era. E sinto que isto não tem volta. As coisas nunca mais serão as mesmas.

Os outros têm atitudes que eu não entendo e nunca vou entender. São coisas pequenas, mas que com o passar do tempo se tornam gigantes, assim como uma torneira pingando enche uma piscina inteira.

É uma sensação de ser explorado, de que só me procuram quando precisam de mim. E eu sempre, querendo ser legal, tentava ajudar. Porém, a recíproca não era verdadeira e quando quem precisava de ajuda era eu, todos estavam muito ocupados, satisfazendo seus egos e gozando a vida em uma imperdível festa ou sentando em uma monstruosa pica.

Como caçula da família, com diferença mínima de 5 anos, eu deveria ter sido guiado de uma melhor forma. Principalmente, por que eu era o único homem da casa. Mas não, muitas vezes eu me sentia como o guia. E hoje descobri que eu não era guia de ninguém nem era guiado por alguém. Estávamos todos perdidos e solitários em nossos próprios barcos.

Eu seguia os outros com o meu barco achando que se todos ficassem unidos, poderíamos nos tornar um navio de cruzeiro (ou seja, mais fortes). Mas era só eu que pensava assim. Agora eu vejo que cada um estava indo para um rumo diferente e que todos estavam fugindo de mim e, principalmente, uns dos outros. Agora os ventos viraram a sorte e do meu barquinho disparo canhões quando vejo um barco vindo na minha direção.

Às vezes, eu acho que as pessoas me sabotam falando mal de mim. Mesmo as pessoas que acho que gostam de mim em algum momento me diminuem para outras pessoas com a intenção de me impedir de crescer.

Quem não cresce não ganha o bônus, fica só com o ônus. Talvez por isto me quisessem assim. Era muito conveniente para alguns.

Só que já me decidi: sem o bônus, não quero o ônus. É melhor zerar na vida do que ficar negativo.



Eduardo Franciskolwisk

7 comentários:

  1. Quanto aos NÃOS que você precisa aprender a dizer… Ainda dá tempo! É um exercício diário. Aqui em casa tenho dado uma de doida. Dito muitos nãos. Com o tempo vão ter que entender que eu não vou mais ajudar como eu ajudava antes… No trabalho é mais foda dizer nãos. Mas, como eu tenho a cara muito séria e fuzilo só com o olhar, as pessoas tomam mais cuidados quando vem pedir favor. Aprendi que “gentileza não gera gentileza, gentileza gera gente folgada”, rs!
    Quero saber mais sobre o que você considera bônus. O que para você significa se dar bem? O que você realmente quer/ pode fazer para colocar mais vida na sua vida?
    Eu tô na vibe de me perguntar “qual é o preço que estou disposta a pagar...” Por exemplo quinta estava conversando com um psicólogo sobre relacionamento afetivo/sexual. Tem muitoooo tempo q não saio com ninguém. Justamente por isso: não estou disposta a pagar nenhum preço. Não estou disposta a quebrar o coração de novo. Nem terminar de fuder com minha saúde mental. Tenho tentado internalizar que relacionamentos, tanto os amorosos quanto os de amizade, são só UMA das fontes de prazer e aprendizado que podemos ter. Eu sinto muito mais prazer em estar na solitude do que estar com outras pessoas. Amo o silêncio. Minha mente já é barulhenta demais, rs!

    Mônica
    passosnoescuro.home.blog

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    1. Não é questão de não dizer nãos. Eu até aprendi a dizer muitos não (até demais). É questão que a responsabilidade cai no meu colo ou eu faço pq é o certo a se fazer, o lógico, pq eu acho que vou colher frutos no futuro.

      Mas vc falou uma coisa que faz sentido e eu vou complementar: “Gentileza não gera gentileza, gentileza gera gente folgada e gente folgada, gera mais gente folgada.” Eu quero ser um folgado.

      Se dar bem pra mim é fazer a faculdade que sempre quis, ser criança/jovem e não ter preocupações com dinheiro, ter a meninas dos seus sonhos com vc, ser rico e tomar banho no champanhe, fazer o que quer da vida sem se preocupar com os outros, conseguir sair em ficar imaginado situações, ter uma vida normal igual à maioria das outras pessoa. Isto é só o começo de coisas que eu acho que é se dar bem na vida.

      Eu não quero mais pagar preço nenhum por nada porque quase nada tem valor.

      Eu tb gosto muito de ficar sozinho pq eu faço o que quero sem ninguém pra me encher o saco. E as pessoas me acham estranho por causa disso. Eu tb acho as pessoas estranhas por não gostarem de ficar sozinhas. Acho que elas ocupam seus tempo com outras pessoas para fugirem de si mesmas.

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  2. Então, Franciskolwisk, uma pergunta: tu acha que as pessoas só te procuram desse jeito porque você conhece poucas pessoas e, essas pessoas, infelizmente, são assim mesmo ou é porque há algo em você que realmente atrai esse tipo de gente? Não importa onde você está, o pessoal sempre faze isso contigo?

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    1. Olá, Skull

      Esta postagem é mais pensando em um ambiente familiar.

      Mas de forma geral, por exemplo, no trabalho, por eu ser mais dedicado e preocupado, percebo que algumas pessoas folgam em cima de mim. Mas também percebo que isto é da índole da pessoa. E eu tento cortar este tipo de pessoa. Chega ao ponto de ser parecido com o que a Mônica falou no comentário acima: fiz algumas pessoas pensarem duas vezes antes de falarem ou pedirem um absurdo comigo.

      Não acho que só atraio este tipo de pessoas, tudo que é macumba eu tô atraindo! Zueira! Tem pessoas legais também que eu acho que não querem nada em troca além de amizade, mas é um pouco superficial.

      Não sei se consegui te responder, mas qualquer coisa pergunta de novo.

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    2. Respondeu sim. Eu estava em dúvida se você estava falando apenas da sua família ou também estava incluindo outras pessoas. Só mais uma pergunta: há algum motivo para você não sair dessa casa?

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    3. Sim, há vários motivos para não sair desta casa.

      O principal é que se eu sair daqui, provavelmente, me isolarei ainda mais. Talvez, eu corte relações com todo mundo pq é muito mais fácil. E talvez isto não seja o certo a se fazer.

      Tem também os motivos medo (de muita coisa, de mudar a rotina, do incerto, etc), tem o conforto de não ter que pagar aluguel e o desânimo da vida: não quero nada ultimamente, nem carro melhor, nem namorada, etc.

      O motivo já foi dinheiro e era a época mais difícil pq eu era meio humilhado aqui. Mas tb já fui muito ajudado.

      Ou talvez pq eu me sinta preso na minha própria cabeça e aonde quer que eu vá, os problemas vão comigo. Então, não adiantaria sair desta casa.

      Que pergunta difícil de responder.

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    4. Suspeitei que você não saberia dizer com exatidão. Vejo que muitos de nós ficamos meio que presos em certas coisas e não sabemos direito o motivo.

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