Conhecendo o Leitor

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terça-feira, 20 de maio de 2025

Ser velho é muito triste



Em alguns assuntos, a voz da experiência fala mais alto. Então, eu posso dizer que ficar velho é muito ruim. Com 41 anos, já em idade avançada, às vezes sinto que meu final está próximo.
 
Dizem que o gráfico da felicidade tem o formato de um “U”. Quando você é novo, a felicidade está lá em cima e com o tempo ela vai decaindo até chegar no nível mais baixo. Depois, à medida que o tempo vai passando, a felicidade vai voltando até chegar no mesmo nível de criança, formando um “U”.
 
Pois o gráfico da felicidade da minha vida tem o formato de barra invertida: “\”. Começou lá no alto e só despencou com o passar dos anos. E vai caindo, caindo, até chegar no fundo do poço. E o fundo do meu poço é surpreendente porque cada vez afunda mais.
 
A idade avançada já me deu doenças que me perseguem:
 
1) Dor nas costas: De uns 10 anos para cá as dores tem aparecido com mais frequência. Às vezes, dói tanto que quase não consigo levantar do sofá. Mas ficar travado aconteceu só 1 vez... por enquanto.
 
2) Dor de garganta: Não sei se é a AIDS ou o ar-condicionado. O fato é que eu estou vivendo com a garganta inflamada. Esta semana ela infeccionou legal. Foi uma delícia não conseguir engolir e cuspir coisas amarelas. A faringe cheia de bactérias fazendo a festa e formando coisas brancas. Eu acho que foi porque eu cortei os pelos do nariz bem curtinho com a maquininha de aparar pelos. Eu tenho que só aparar com a tesoura porque sempre que uso a máquina dá merda.
 
3) Calcanhar rachado: faz tempo que meus calcanhares são profundamente rachados. Quando está com crostas volumosas, dá para enfiar a ponta de uma caneta ou um carro lá dentro. Antes eu usava um estile para cortar as crostas. Era coisa de homem macho mesmo, sabe? Mas depois conheci um aparelho próprio para isso que as mulheres usam. Muito prático, mas ainda é perigoso e ainda precisa ser macho para encarar. Eu sempre exagero e corto mais do que devia. Aí, faz um machucado entre as crostas e dói para andar.
 
4) Machucado demorando para cicatrizar: estes tempos fiz um machucado na panturrilha. Acho que cocei com a unha do pé e arranquei pele. A coisa demorou umas 3 semanas para começar a cicatrizar. Eu passava pomada, cobria com band-aid e nada. Achei que era câncer, que era uma pinta-mancha que eu já tinha (eu não lembro direito). Enfim, agora formou uma casquinha e apesar de meio vermelho, está curando.
 
Por um bom tempo, nunca vi sentido em pessoas que se cortam. Mas de um tempo para cá, passei a entender as adolescentes (maioria meninas) que provocam machucados em si mesmas. Percebi já velho o que muitos descobrem ainda jovem: a dor física diminui o sofrimento mental.  
 
Eduardo Franciskolwisk

domingo, 11 de maio de 2025

Comentário em blog de outra pessoa

 

Bem, parece que a sua vida já é uma coisa muito ruim, então aproveita a chance de mudança. Se tudo der errado, você vai continuar no fundo do poço. Se der certo, as coisas têm a chance de melhorar.
 
Pode dar errado e ficar pior do que já está? Pode, mas probabilidade é muito baixa.
 
Não sei a sua idade, mas se você tiver menos de 30 anos, vai fundo sem pensar muito. Aproveita a chance que seu pai está te oferecendo e vai tentar mudar de vida.
 
Eu já tive um trabalho muito ruim, numa área que eu não gostava muito. Pedi demissão, fiquei desempregado uns 2 anos e fui prestar concurso público. Foi um caminho difícil e vagaroso, mas cheguei onde queria.
 
Foi um lugar bom? Não muito. As pessoas foram ruins. Acho que me afetou muito mentalmente. Eu recomeçaria hoje? Não, apesar de pensar muito nisso. Então, eu sofro bastante.
 
Temos que saber que somos meio problemáticos e aonde formos, vamos ter problemas porque somos o problema, ele está em nós. Seja aqui ou na Europa ou na Disneylândia. O problema estará lá. 
 
Então, considere recomeçar com esta chance, mas a vida não vai ser linda como vemos nos filmes. Vai ser uma vida real.
 
Vou deixar 2 frases que eu penso bastante. A primeira me fez mudar de vida (por causa de um filme) e a segunda é para parar de idealizar as coisas.
 
1) "Cada minuto que passa é uma nova chance de mudar tudo em nossas vidas para sempre."
 
2) “Cuidado com o que deseja, você pode conseguir.”
 
Eduardo Franciskolwisk
 
P.S.: Esta postagem nasceu como comentário no blog de outra pessoa. Me dediquei bastante pra escrevê-lo e tentar ajudar outra pessoa. Demorei pra escrever, sou lerdo em tudo que faço. Mas algo em mim disse para copiar o comentário, algo em mim me dizia que ele seria apagado (não seria valorizado). Então, copiei e guardei para ajudar a mim mesmo. E ele foi apagado. Então, publico aqui e não comento mais neste blog.
 
Não dê pérolas aos porcos.

terça-feira, 29 de abril de 2025

Um pouco de TOC, trabalho e sofrimento



Ontem eu fui dormir às 4:30 da manhã e o cachorro me acordou às 9:30, mais ou menos. Não consegui voltar a dormir porque tentei arrumar a descarga que começou a disparar. Acho que deu meio certo, mas ainda me preocupa se não vai piorar com o passar dos dias ou por eu ter mexido.
 
Ultimamente, tenho trabalhado muito. Tanto no meu trabalho quanto em casa nos afazeres domésticos.
 
No meu trabalho, me sinto sobrecarregado e tenho a impressão de que ninguém quer saber de nada. Aí eu chego em casa e tenho que fazer afazeres domésticos (também conhecido como coisas de mulher).
 
No sábado (ontem), meu cronograma deu errado e comecei a arrumar/limpar a casa umas 10:30 da manhã e só fui terminar lá pelas 19:00 horas da noite.
 
Costumo fazer tudo que faço normalmente até umas 15:30 da tarde. Inclui arrumar a casa, lavar roupa e lavar lençóis e toalhas. Depois vou ao supermercado. Neste dia quando fui ao supermercado já estava escuro.
 
Lembro de uma época em que às 14:00 da tarde já estava no supermercado porque já tinha feito quase tudo em casa.
 
Antes, eu fazia tudo mais rápido. Em umas 3 horas eu arrumava/limpava a casa – a minha parte. Agora demoro mais.
 
Acho que demoro mais por causa do TOC e porque quando um sobrinho vem aqui, começa a espirrar. Aí, acho que é sujeira e tento limpar a casa mais detalhadamente para que ele continue vindo aqui.
 
Mas ele não vem mais com tanta frequência e eu continuo a limpar detalhadamente devido ao TOC. Está ficando sofrido. É muito sofrimento. Eu praticamente não descanso. Quando descanso, aparece um problema ou alguém gritando ou me dando pito/bronca. Sempre foi assim na minha vida.
 
Eduardo Franciskolwisk

quarta-feira, 23 de abril de 2025

Início de depressão em abril

 


Eu lembro que no ano passado estava em depressão em abril. Agora é abril de novo e acho que estou em início de depressão.
 
Ontem (sábado), depois de muito tempo, tive vontade de chorar e chorei enquanto arrumava/limpava a casa.
 
Eu sinto o meu coração queimar um pouquinho neste momento em que escrevo este texto com papel e caneta, numa caligrafia mais duvidosa do que sempre foi.
 
E eu escrevo palavras com letras trocadas porque a necessidade e a velocidade de colocar o que sinto no papel são mais importantes do que a minha caligrafia. Digo isso porque sempre me foi cobrado ter a letra bonita. E isto quando escrevo para mim mesmo não me importa em nada, mas me incomoda muito porque ouvi reclamação e gritos durante a minha infância inteira por causa da feiura da minha letra.
 
De uma forma geral, aqui em casa a beleza exterior sempre foi mais importante que o bem-estar. Então, você tinha que parecer rico e bonito mesmo se fosse pobre, feio e com a mente fodida. Não deixa de ser uma forma de marketing, sei disto hoje em dia. Mas a que custo? Paguei caro.
 
Às vezes, me pergunto quando foi que a minha mente adoeceu. Quando foi que a semente das doenças foram plantadas. Foi na infância, na adolescência ou depois dos 18 anos? Ou em todas as etapas teve algo que colaborou na doença mental?
 
Não sei. Só sei que "Para milhões e milhões de seres humanos o verdadeiro inferno é a Terra." Eu sou um destes. A vida é apenas sofrimento.
 
Eduardo Franciskolwisk

sexta-feira, 18 de abril de 2025

Domingo de manhã



Hoje é domingo de manhã
 
O tempo começou a esfriar. Chegou outono. Eu gosto porque faz calor de dia e friozinho a noite. Fica melhor para dormir. Não é aquele calor absurdo o dia inteiro a ponto de sentir o lençol da cama quente.
 
Mas eu acho que o frio, de uma certa maneira, colabora para eu entrar em depressão. Notei isto.
 
Lembro que no ano passado eu estava em depressão em abril. Agora é abril de novo e acho que estou em início de depressão.
 
Eu já vinha tendo alguns acontecimentos ruins nos últimos dias:
 
1) Irmã gritando com meu sobrinho
 
Ela chegou gritando com o filho dela bem no dia do aniversário dele. A reunião/festinha foi na casa de outra irmã e era para comemorar o aniversário deste sobrinho e de outro, pois os aniversários têm 2 dias de diferença.
 
Eu já evito festa em família porque eu sei que este tipo de merda vai acontecer. Sempre acontece. Querendo ou não é um desgaste desnecessário – energia negativa.
 
2) Sobrecarga no trabalho
 
Tenho que fazer as coisas enquanto vejo que alguns colegas não estão fazendo nada, ou melhor, estão se ocupando de coisas pessoais mesmo quando tem trabalho a se fazer.
 
Talvez eu seja muito preocupado com a vida e estou tentando diminuir isto. Às vezes, até conversas aleatórias me incomodam porque além de tirar a minha concentração, se fosse eu quem estivesse conversando, seria chamado a atenção.
 
3) Chuvas todos os dias
 
Nesta época em que escrevo, tem chovido todos os dias com intensidade moderada. Isto me deixa preocupado. Não sei se vai ter goteira dentro de casa ou não.
 
4) Descarga do banheiro
 
A descarga do banheiro começou a disparar e isto me deixa preocupado. Acho que é por causa do frio. Aí, eu tento arrumar e melhorar para isto não aconteça.
 
Meu maior medo é que dê um problema maior.
 
5) Eu sou um mar de preocupações.
 
Muitas vezes, quando meu mar está calmo, alguém vem e adicionar uma gota, um copo ou um balde de preocupação. Chega uma hora que o mar calmo vira uma tormenta. Eu não aguento mais. E eu tenho ficado um pouco agressivo e sem paciência.
 
Por isso, evito pessoas e evito conversar com elas de forma mais profunda. Na maioria das vezes, tento conversar somente assuntos superficiais. 
 
Eduardo Franciskolwisk

quinta-feira, 27 de março de 2025

Vídeos Curtos



O novo mal da humanidade já está entre nós. O nome dele é Vídeo Curto. Ou melhor, vídeos curtos já que é impossível assistir a um só.
 
Eu fiquei viciado em vídeos curtos a ponto de não querer fazer mais nada. Eu chego cansado do trabalho e vou pro celular para distrair a mente. Quando vejo, já são 22 horas e eu não fiz praticamente porra nenhuma.
 
Devo admitir que este é um dos motivos do meu afastamento do blog. Por que vou sofrer para escrever se posso me satisfazer vendo vídeos alegres de crianças dançando?
 
E eu tento parar, mas minha mente pede mais, mais e mais. Cheguei à conclusão que fiquei viciado. Então, eu tento cortar o mal pela raiz e apagar os aplicativos. Dá certo por um tempo, mas depois eu instalo de novo e volto a ver vídeos de animais graciosos e engraçados.
 
Por agora, os aplicativos estão apagados. Estou tentando me livrar dos vídeos curtos. Apaguei o TikTok e o Kwai. Não apaguei o Youtube porque ele tem a opção de vídeos normais, então, eu acabo cometendo deslizes e assistindo alguns “Shorts”.
 
Esta é a minha tentativa de continuar sendo um ser humano e de preservar o que restou do meu cérebro. Senti que meu cérebro estava derretendo e por consequência, eu estava ficando mais burro do que já sou.
 
Por mim, tudo bem eu ficar mais burro. Eu já adquiri um certo nível de inteligência, mas e as crianças e os adolescentes de hoje em dia? Quem vai estudar com a existência de TikTok e Kwai? Eu não estudaria. Já era difícil eu estudar só com uma TV com 5 canais.
 
É muito mais legal, fazer vídeos dançando ou filmando coisas do que estudar. Ainda corre o risco de ficar famoso e ganhar muito dinheiro. Vou estudar pra quê?
 
Eu não estudaria. E se meus pais fossem inteligentes, me auxiliariam a fazer vídeos curtos mostrando tudo: casa, danças, choros, festas, etc. Estudar não leva muito longe.
 
Acho que meu cérebro já derreteu.
 
Se eu fosse criança ou adolescente, eu iria fazer vídeos curtos. Com certeza, teria mais audiência do que este blog, por exemplo. Das minhas 5 últimas postagens, 2 não passaram de 90 visualizações e outras 2 não passaram de 50. Somente 1 postagem foi vista mais de 100 vezes.
 
O único problema é que vídeos curtos demoram mais para cansar. Ficamos muito tempo rolando a tela esperando chegar um vídeo melhor que o anterior. Assistir TV por uma hora me cansava. Livro eu já começava a ler cansado. Ver um filme inteiro era o suficiente para levantar e ir fazer outra coisa. Mas vídeos curtos são como água salgada. Bebemos e queremos mais para matar nossa sede. Vira um ciclo vicioso.
 
Parei com vídeos curtos. Nunca mais eu assisto. Até eu ter uma recaída. O que provavelmente será logo, logo.
 
Eduardo Franciskolwisk

segunda-feira, 17 de março de 2025

Impotente

Tem dias que eu me sinto impotente.
 
Dias como hoje em que eu estava bem e aí acontece algum fato, bom ou ruim, e eu passo a pensar que “Nós não temos nenhum poder sobre nada”.
 
E isso, querendo ou não, me coloca muito para baixo.
 
Eu venho de uma época tranquila na medida do possível e eu sempre me pergunto, quando e o quê vai me jogar no buraco, no fundo do poço.
 
Então, hoje, de supetão aconteceu algo inesperado por mim, mas que muitos já sabiam com certeza. Acho que foi algo bom, mas pensando agora, o que me deixou um pouco mal foi alguns saberem e eu não ficar sabendo antes.
 
Foi algo bom, mas e se fosse algo ruim?
 
O mundo é uma selva de pedra. Fazemos de tudo para sobreviver. Somos amigos e depois traímos. Ou enfiamos um pau no rabo de alguém e depois viramos BFF (Best Friends Forever) desta pessoa. Tudo por interesse. É literalmente um BBB.
 
Vira e mexe eu tenho a sensação de que eu sou diferente. Eu não me encaixo aqui. Eu sou impotente porque não tenho forças para fazer muitas coisas que eu gostaria. Exemplos: viajar, sair mais de casa, mudar de cidade ou de país, ligar para alguém ou até mesmo mandar mensagem no WhatsApp.
 
Às vezes, eu tenho muito medo. As coisas acontecem e quando percebemos, já foi. Consigo encontrar algum conforto na frase final do filme “Pinóquio” do Guillermo del Toro: “O que tiver que acontecer, acontece. E depois, nós morremos.”.
 
Eu tento não ligar e tenho melhorado bastante, mas a sensação de impotência mexe comigo. Coisa besta, eu sei. Daqui a pouco estou melhor, mas agora enquanto escrevo, sinto meu coração queimar um pouco.
 
A Ave Fênix é outra coisa que me traz um pouco de conforto. Quando tudo fodeu, ela arde em sim mesma e depois renasce, mais forte. Obrigado, Ikki de Fênix!
 
Espero que este sentimento de impotência, não mexa com o meu cérebro nos próximos dias. Tomara que amanhã eu já tenha me esquecido disto.
 
Eduardo Franciskolwisk

segunda-feira, 10 de março de 2025

Eu não quero ter responsabilidade

Eu não quero ter filhos. Eu não queria ter um cachorro. Eu não quero me casar e nem mesmo ter uma namorada.
 
Eu não quero chegar em casa e ter que me preocupar com mais coisas, principalmente com uma outra vida que dependa de mim.
 
E tentando analisar a mim mesmo psicanaliticamente, acho que o fato de eu não querer ter mais responsabilidade é porque eu sempre tive muita responsabilidade, desde criança.
 
Meus pais se separaram quando eu tinha uns 12 anos. E quando eles estavam juntos era só trancos e barrancos. Sou o mais novo da família e tenho diferenças de 5 e 7 anos das minhas irmãs. Então, acho que só peguei as desgraças de um casamento. A parte boa deve ter ficado para elas, que devem ter alguma memória boa. Eu não tenho nada bom para dizer de um casamento. Então, não quero esta desgraça para mim.
 
Além disso, parando para pensar, acho que meus pais eram muito crianças, sem muita responsabilidade. Meu pai por exemplo, resolveu que não ia mais trabalhar. E de uma certa forma, sobrecarregou minha mãe. Que por sua vez, devia ficar muito nervosa (com razão) e descontava nos filhos.
 
Depois, quando houve a separação, eu recebi o título de “Homem da casa”. Título um pouco pesado para um menino de 12 anos. E de uma certa forma, muita pressão foi posta em cima de mim.
 
E depois de adulto, vejo as burrices dos meus pais. Minha mãe por exemplo, vivia endividada. Gastava horrores no cartão de crédito e só pagava o mínimo, gerando uma “dívida bola de neve”. Então, dávamos dinheiro para o banco e este dinheiro faltava para a gente.
 
Hoje em dia, vejo muita gente burra que dá dinheiro para o banco para parecer ter as condições que não tem.
 
Que fique claro: nunca passei necessidades, mas o conforto e a tranquilidade não existiam. E foi assim na faculdade também. Como não consegui passar em uma universidade pública, tive que estudar em uma faculdade particular. E não foram poucas as vezes onde havia a possibilidade de eu não continuar o curso por falta de dinheiro. Chegou uma hora que nem eu queria continuar, não era o curso que eu queria mesmo... Mas eu terminei. E agora eu tenho um diploma na gaveta. Pelo menos posso usá-lo caso venha a precisar algum dia.
 
Então, chegar em casa e ter que cuidar do cachorro que está bem feliz e saltitante porque eu voltei, me dá uma certa tristeza e bastante culpa. Com certeza eu sentiria o mesmo ao chegar em casa e ver o meu filho, após um dia cansativo de trabalho.
 
O mundo deu errado. Não existe vida em trabalhar o dia todo com pessoas que você não gosta e chegar em casa para ficar alguns minutos com quem realmente valeria a pena. O dinheiro é um corruptor. Fazem (e eu também) loucuras por ele. O dinheiro, talvez, seja a única coisa que a gente tem.
 
Às vezes, eu acho que ir morar isolado do mundo, na roça, seja a solução. Acho que teríamos menos responsabilidades e menos cobranças.
 
No fundo, eu não quero ter responsabilidade porque eu acho que já tive bastante responsabilidade na vida. Responsabilidades que não eram minhas. Jogaram nas minhas costas. Sempre jogam. As pessoas são irresponsáveis e folgadas. Se acham alguém com boa vontade, elas montam no lombo e ainda batem para andar mais rápido.
 
Eu pelo menos tenho a responsabilidade de não querer mais responsabilidades. Enquanto isto, o mundo está cheio de irresponsáveis que, provavelmente, são mais felizes do que eu.
 
Eu acho que continuo responsável e infeliz, mas não quero mais nenhuma responsabilidade.
 
Eduardo Franciskolwisk

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