Na maioria das vezes, não gosto muito de responder. Principalmente quando o perguntador não foi comigo um bom respondedor. Dar respostas significa dar informações confidenciais do seu eu, informações estas que podem te colocar numa fria quando você menos espera. Mas dependendo da pessoa, eu respondo.
Para responder é preciso ser inteligente. Talvez seja por isso que muitos se sintam incomodados, inclusive eu, mas às vezes o exercício de pensar no que vamos responder é bom. Como responder àquela pergunta que nos deixou embaraçado sem ferir os sentimentos, mas ao mesmo tempo satisfazendo a necessidade de quem nos pergunta?
Quem pergunta tem necessidade da resposta, caso contrário não perguntaria (óbvio!), mesmo que esta necessidade de resposta seja o simples ato de conversar.
Quando não quero responder, dou um jeitinho não fazê-lo. Posso fingir que não entendi ou falar, falar e falar sem dizer nada (leia-se enrolar). Outra coisa que faço bastante é responder “É...” e “ahã!” sem prestar atenção na pergunta.
Parando para pensar, acho que não gosto de responder porque sempre estou com o pé atrás com as pessoas. Aprendi isso com elas. Por que me expor se isso pode se voltar contra mim no futuro?
Ou pode ser que de tanto perguntar e as pessoas não responderem, comecei a me dar o luxo de também não responder, talvez por desconfiança ou medo, sei lá. Me ferrei legal, pois de tanto fazer isso elas pararam de me perguntar. Como não insisto muito, desisti. Desisto fácil. Parei de perguntar e responder. Aí, eu criei um mundo meu no qual eu fico quase isolado, ou melhor, um mundo paralelo em que eu vivo em sonhos porque doem menos.
Ninguém para perguntar. Ninguém para responder. A solução era perguntar e responder para mim mesmo. Então, eu comecei a buscar dentro de mim respostas complexas para as perguntas mais difíceis: aquelas que eu próprio me fazia e ainda me faço. Talvez isto não seja o mais apropriado, mas é o que me ajuda a seguir em frente quando penso em ceder.
Eduardo Franciskolwisk
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