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domingo, 14 de abril de 2013

Uma carta para Deus

 

Esta carta deve ser enviada para Deus, na Rua dos Anjinhos Felizes, Paraíso.

Excelentíssimo Deus... Hum... Melhor não, acho de muita formalidade e muito comprido. Vou tentar de novo. Querido Deus, lhe escrevo não para pedir, mas para... Não dá! Sei lá, Cara, querido é muito estranho e não soa bem! Mas eu já sei do que eu vou lhe chamar, lhe chamarei de Cara como sempre faço quando nós conversamos. Tudo bem?

Como eu já tinha começado a dizer não escrevo para pedir nada, mas sim para reclamar de algumas coisas que não andam ou nunca andaram na linha em minha vida. Eu sei que você é muito ocupado e que deve ter tanta gente falando no seu ouvido que minhas reclamações se tornariam apenas uma em bilhões! Mas não me sinto bem. Preciso desabafar. Prometo ser rápido (mas nem tanto).

São tantos os problemas que nem sei por onde começar. Cara, você sabe o que é ter falta de privacidade? Eu explico: tenho o meu “próprio” quarto, mas ele não é tão meu assim. Infelizmente, a porta do meu quarto não tem fechadura e isso possibilita a entrada e saída livremente de seres não autorizados como, por exemplo, o pessoal daqui de casa. Eles comem aqui dentro e isso é uma coisa que nem eu faço porque o meu quarto ficaria parecendo um chiqueiro. Ultimamente, o negócio está tão feio que nem dormir eu posso.

Outra coisa que me dá ódio é ser comparado com outras pessoas, não importa quem seja a pessoa com quem estão me comparando, não gosto. Você deve saber do que eu estou falando: Você gosta de ser comparado com o diabo? É muito desagradável quando alguém chega e diz “Nossa, desse jeito você não vira nada na vida, vai ficar igual ao seu tio”. Credo! Mas a pior é que só porque algumas pessoas fazem ou fizeram algo eles querem que eu faça também. Que falta de personalidade dessas pessoas! Ajude-os, por favor!

Adoro ser brasileiro, sabia? Mas, às vezes, a vida fica tão complicada e tão insuportável que a minha vontade é de pegar o primeiro avião para o exterior e fugir daqui sem falar nada para ninguém. Aí, quando eu já estivesse bem mais calmo eu voltaria. Cara, você nunca teve vontade de jogar todos os seus compromissos para o alto e só fazer o que você gosta para não ter que pensar no que não quer? Sempre acontece comigo.

Eu não suporto quando as pessoas transformam coisas tão normais de se acontecer na vida de alguém em motivos para gozação. Vou tentar explicar melhor. Se eu começo a namorar alguém, qualquer uma, isso já é motivo para as pessoas caçoarem de mim pelo resto do ano, como se eles nunca tivessem namorado.

Estou falando de namoro e me lembrei do amor. Nossa, que coisa difícil! Acho que o mundo inteiro ama mais do que é amado. É tão difícil fazer uma pessoa gostar de você que eu desisto no meio do caminho. Ele até nos faz ver coisas que não existem: “Olha só, ela não pára de olhar pra mim...”. Quem sabe, um dia, isso vire uma coisa tão simples de se lidar que até mesmo os mais feios e menos românticos consigam um par.

Deus, eu prometo que esta é a minha última reclamação nesta carta. Existem pessoas que, apesar da muita idade (serem mais velhos do que eu), não têm a cabeça como deveriam. Ou seja, sobra para os mais novos a infelicidade de cuidar da própria vida e da dessas pessoas. Se não for pedir muito, você poderia colocar uns quilinhos a mais de cérebro nelas? Talvez assim elas pensem melhor no que fazem! Cuidar da vida dos outros é feio, mas ter que cuidar da vida dos outro é cansativo, chato e acaba com qualquer infeliz. Não desejo isso para ninguém.

Acabei. Falei que era a última reclamação e foi mesmo. Eu sei que eu disse que esta carta não era para pedir nada, mas como todo mundo eu acabei pedindo muitas coisas... Obrigado por me escutar falar tudo de alguns problemas da minha vida e se você também estiver precisando desabafar, não pense duas vezes. Você pode me mandar uma carta, um e-mail ou até mesmo ligar aqui em casa.

Um beijo no pessoal daí

@lguém d@ Terr@

por Eduardo Franciskolwisk

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