Conhecendo o Leitor

Quero saber mais sobre você!

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

O Natal existe em nós

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Devo confessar que a minha postagem para o Natal deste ano não seria lá muito animadora. Tinha escrito em um rascunho que escreveria que o clima gostoso da época de Natal já não era tão forte como antigamente (leia-se quando eu era criança). No entanto, um fato delicioso fez com que eu mudasse de ideia.

No ano passado, o Natal não foi lá aquelas coisas. Aqui em casa nem entramos no clima. Nenhum enfeite de Natal e muito menos a árvore foi montada. E pela primeira vez, a nossa família se dividiu exatamente ao meio para a celebração do nascimento do menino Jesus. Metade da família do lado de cá e a outra metade do lado de lá. Isso fez com que este Natal especificamente perdesse um pouco da sua magia genuína que é unir as pessoas, principalmente as famílias. Mesmo assim, para as crianças foi bom!

Neste ano de 2014, o quesito união foi mais uma vez esquecido e resolveram que cada um ficasse com sua própria família: filhos e netos. Deduzi que se o Natal do ano passado tinha sido meia boca, este ano seria um ruim pra caramba! Nem o cheirinho típico desta época do ano eu havia sentido. Aliás, faz tempo que o meu olfato natalino deixou de ser aguçado.

Eu ainda não havia sentido boas vibrações com o Natal deste ano. Achava que não montaríamos nada referente à esta data, mas tudo mudou num sábado às 10 horas da noite quando perguntei para meus afilhados o que iríamos fazer em vez de assistir televisão. Minha mãe respondeu por eles: “Montar a árvore de Natal”. Todos ficamos muito animados com a ideia. Desenterramos os enfeites do guarda-roupas e dissemos as “mãos à obra”.

Ficamos nós quatro arrumando a árvore, o presépio e distribuindo enfeites pela casa. Foi muito legal, mas estava falando alguma coisa: música. Perguntei para minha mãe onde estava o CD “Natal em Família” que ela tinha comprado. Demorou um pouco para ela encontrar, mas quando ela achou e pusemos a música para tocar, ficou perfeito. Enfeitávamos a casa para o Natal ouvindo música de Natal. Era o que eu precisava para entrar no espírito natalino.

Depois disso, fui para o computador ouvir algumas músicas de Natal. E o ponto alto foi quando minha sobrinha e eu cantamos:

“Deixei meu sapatinho na janela do quintal,

Papai Noel deixou meu presente de Natal.

Como é que Papai Noel não se esquece de ninguém?

Seja rico ou seja pobre o velhinho sempre vem.”

Cantamos bem alto e desafinado, mas e daí? O que vale é a emoção que fica na cabeça e no coração. Agora, estou pensando em imprimir algumas letras de música para cantar com a família no dia de Natal, assim como fazíamos na casa da minha avó. Ela é a responsável por gostarmos tanto do Natal e por ele ser uma época boa e especial em nossas vidas.

Neste dia, eu que estava meio desanimado com o Natal, me animei. Então, comecei a pensar nas pessoas que fazem questão de dizer que odeiam o Natal. Oras bolas, não podem odiar porque não existe Natal para quem não gosta dele. O Natal só existe para quem acredita nele e na magia que ele exala. Ninguém vê, mas se sente algo especial. E se sentimos uma certa felicidade boba nesta época do ano é porque o Natal existe em nós.

Eduardo Franciskolwisk

domingo, 16 de novembro de 2014

Escritores de Barretos

escritor teclado caneta computador

Sempre tive a vontade de manter contato com outros escritores que também morassem em Barretos. Por algum motivo, nunca consegui conhecer muita gente e o contato com os poucos que conheci não duraram muito tempo, além disso, tudo aconteceu apenas no mundo virtual.

Minha intenção era formar um grupo que pudesse se reunir e conversar sobre o que estávamos escrevendo naquele momento ou discutir sobre tudo, inclusive sobre nossos bloqueios criativos. Achava que este grupo se reuniria às vezes para trocar ideias e até ler e julgar o que achávamos dos textos uns dos outros. Nada de coisas formais como uma Academia de Escritores de Barretos – AEB (fundada por mim neste exato momento), com obrigações e chatices que só servem para afagar o ego e nos mostramos fabulosos e inteligentíssimos diante da sociedade que fingiria nos ler.

Sim, fingiria. Escrever e ler são chatos. São atividades muito solitárias. A maioria das pessoas não consegue ficar sozinha porque deve ter medo de pensar. E pensar nada mais é do que conversar consigo mesmo.

Sempre busquei outros blogueiros de Barretos no Google, mas nunca achei gente que realmente me interessasse. É muito difícil encontrar blogs que escrevem seus próprios conteúdos ou que têm a pachorra de mantê-los por um longo período de tempo sem desistir. Atualmente, o Facebook é mais atrativo, interessante e movimentado, assim como era o Orkut tempos atrás. Não estão errados, afinal “disse o poeta: o artista vai onde o povo está”. Minha dúvida é se o Facebook sobreviverá por muito tempo. Quanto aos blogs, penso que são como os livros de papel: muito simples, mas estarão sempre lá ou pelo menos terão uma durabilidade bem maior do que qualquer rede social.

Enfim, o que eu quero com esta postagem é conhecer outros escritores da cidade de Barretos. E escritores são aqueles que escrevem qualquer coisa: contos, crônicas, romances, poesia, postagens, ideias, músicas, fábulas, roteiros, etc. Então, se você é um deles, entre em contato comigo! A Academia de Escritores de Barretos – AEB – já está criada e tem quantas cadeiras forem necessárias.

Eduardo Franciskolwisk

domingo, 9 de novembro de 2014

Desafio do Emagrecimento

barriga

Ontem, cometi um crime terrível. A vítima fui eu mesmo! Comprei uma pizza meia frango catupiry e meia quatro queijos. Dos 8 pedaços que vieram, comi 6 de uma vez só. Quando terminei o 2º pedaço já estava saciado, mas sentia que tinha que comer mais e mais até a pizza terminar. É a isso que chamam de gula.

Depois de ter devorado praticamente a pizza inteira, bateu um arrependimento gigantesco. Eu não devia ter feito aquilo. Da mesma forma, eu não devia ter comido 2 caixas de bombons em praticamente 1 semana. E também não precisava exagerar todas as noites na quantidade de besteiras que como. É sempre assim: como, como e como para logo depois me arrepender. Não satisfeito com isso, sempre prometo a mim mesmo que aquele dia foi o último e que a partir dali, seria mais controlado em minhas comilanças. Então, além do arrependimento diário, vem também a frustração de não cumprir o que prometi a mim mesmo.

Já faz alguns meses que coloquei na cabeça que quero emagrecer, no entanto estou engordando. Que merda, não?

Sei que cometo erros absurdos que não ajudam a perder peso: só como porcarias (bolacha, salgadinho, bolo pronto, nuggets, pão de queijo e tudo mais o que for saborosamente delicioso e estiver na minha frente) e não faço exercício físico regularmente (não tenho muito tempo livre e quando tenho a preguiça ganha de mim). Agora, estou pensando aqui com os meus botões que esta coisa de sair devorando tudo o que vejo pela frente, principalmente chocolate, começou de pouco tempo para cá. Estou muito ansioso, na verdade sempre fui, mas desta vez eu resolvi comer como se a comida fosse fugir da minha frente.

Tenho algumas memórias que podem estar me influenciando. Lembro que eu fazia minhas refeições e era minha irmã quem comia no meu lugar. Ela me passava para trás, como se eu fosse o cozinheiro dela. Que raiva que me dava! Lembro também de deixar a parte mais gostosa para o final ou para comer depois (quem nunca fez isso?) e ficar sem, pois sempre alguém ia lá e comia antes de mim. Mesmo com estas lembranças ainda acho que elas não são as principais culpadas, acho que o meu problema real hoje é, como já disse, a ansiedade. E olha que eu tomo ansiolíticos e antidepressivos para dar uma controlada nas minhas maluquices. Pode ser também que sinto que estou numa “guerra fria”, onde aparentemente não há ataques, mas no contexto implícito é pura tensão porque sei que estes ataques podem acontecer a qualquer momento! Talvez eu esteja numa tortura psicológica que pode estar vindo de fora ou de dentro de mim, não sei.

O fato é que se eu continuar comendo como estou, ou seja, igual a um condenado, engordarei ao ponto de não conseguir amarrar meus próprios tênis sem sentir aquela saliência avantajada na barriga tentando me impedir de realizar esta simples tarefa.

Então, para me encorajar a emagrecer, vou postar aqui no blog todos os domingos o valor do meu peso. É um desafio para mim mesmo. Os números da balança têm que cair! A publicação será feita na coluna à esquerda da página do blog. Hoje, 09 de novembro de 2014 o meu peso é 73,7 kg. Quero emagrecer para 68,0 kg. Que comece o desafio!

Eduardo Franciskolwisk

domingo, 12 de outubro de 2014

Mensagem de Dia das Crianças

“Há um menino, há um moleque
Morando sempre no meu coração.
Toda vez que o adulto balança,
Ele vem pra me dar a mão.”

Música: Bola de Meia, Bola de Gude
de Milton Nascimento.

Neste Dias das Crianças recebi de um amigo meu, através do WhatsApp, uma brincadeira, uma corrente que nada mais é do que uma piada para aliviar o stress do dia-a-dia. No entanto, a brincadeira me fez pensar sobre a minha criança interior.

A mensagem dizia o seguinte:

“Preciso conversar com você. Mas não queria que fosse por mensagem porque o assunto é muito sério. Não quero que fique triste comigo, nem se magoe. Não sei se você já está sabendo, mas acho que não. Prefiro que fique sabendo por mim do que por outra pessoa. Por favor, não se assuste, mas preciso realmente dizer: você não vai ganhar presente do Dia das Crianças porque você já está grande!”

Eu respondi a mensagem dizendo:

— Não tem problema! A vantagem de ser grande é que posso comprar o meu próprio presente de Dia das Crianças.

Acho que ficou implícito que, apesar de já ser adulto, ainda tenho dentro de mim uma criança que nunca se foi.

Eduardo Franciskolwisk

domingo, 7 de setembro de 2014

Surpresa de Páscoa

Era época de páscoa. O dinheiro estava curto, mas mesmo assim o garoto queria fazer uma surpresa para sua mãe. Ovos de páscoa tradicionais estavam fora de cogitação, pois eram caríssimos. Mesmo assim, o menino se pôs a pensar em como agradá-la através do doce sabor do chocolate. Ele estava eufórico. Sentia alegria na possibilidade de, mesmo que momentaneamente, fazer sua mãe feliz. Ela parecia tão triste e amarga...

Desta forma, o garoto começou a pensar no que faria para tornar seu plano real. Matutou bastante para chegar num ovo pequeno e simples, mas recheado de outros ovinhos menores. A grana só daria para fazer este minúsculo agrado, no entanto ele esperava que a surpresa e a alegria proporcionadas fossem gigantescas.

Ele saiu de fininho para comprar o que precisava. Quando voltou, tentou entrar em casa disfarçadamente, mas com o chocolate nas mãos não seria assim tão fácil. Pensou em um modo inteligente de passar disfarçadamente com a compra escondida em seu corpo e conseguiu: escondeu o chocolate embaixo da camiseta. O plano era perfeito, ninguém desconfiaria de que ele entrava em casa com produtos deliciosos e ocultos; por isso deu início à ação.

Passar pelo alpendre foi fácil, fácil, já que lá não havia ninguém. Porém ao adentrar a sala as coisas se complicaram um pouco porque sua mãe, a pessoa escolhida para receber a surpresa, estava lá.

— Como fazer para que ela não desconfie de nada? – perguntou-se.

Logo lembrou que nada precisaria ser feito por que o chocolate estava muito bem escondido e, lógico, ela não desconfiaria de nada.

Cinco passos! Cinco passos foram o suficiente para que sua mãe percebesse algo embaixo de sua camiseta e perguntasse:

— O que é que você tem aí debaixo da roupa, menino?

— Nada, mãe! – respondeu assustando-se.

Ao perceber que não tinha sido muito convincente, correu em direção ao quarto e pensou:

— Ufa! Consegui! Por pouco a minha surpresa não foi por água abaixo.

Pegou todo o chocolate comprado e rapidamente os guardou no guarda roupa. Neste exato instante, a mãe abriu a porta do quarto rapidamente e desconfiada disse em tom firme e agressivo:

— O que você está escondendo aí, moleque?

— Nada! – insistiu ele. Não queria que a surpresa fosse estragada de forma tão banal e boba. Tanto esforço não poderia terminar assim. — Ela está brava, mas vai ficar feliz quando vir a surpresa feita especialmente para ela. – pensou.

A mãe não pareceu muito convencida com a resposta do garoto. No entanto, aparentemente, não tinha muito tempo para discutir com o filho. Talvez estivesse nervosa com outros assuntos. Por isso, ela disse:

— Não vou perguntar de novo. Mas, preste atenção, se for droga ou alguma coisa assim, eu te arrebento! Escutou? Você entendeu?

O garoto respondeu que havia entendido tudo, só que na verdade não entendera nada. Droga? De onde ela havia tirado isso? Há uma diferença absurdamente gritante entre drogas e chocolates. O menino então se colocou a pensar nos motivos que a levaram a fazer tal pergunta. Eram apenas palavras, mas foi como se ele tivesse levado um soco no estômago. Ferido pela agressão, pensou por algumas horas.

Entristeceu-se com as palavras da mãe. E mais do que isso, perdeu forças. Desanimou completamente da surpresa que faria. Comeu todos os chocolates, não sem antes jogar na cara da mãe que aquilo não eram drogas e sim chocolates que seriam dados a ela como uma grande surpresa.

Seria bom se a história parasse por aí. Mas não foi o que aconteceu. Esta experiência afetou muitas outras que viriam no futuro. Por infelicidade ou decepção, o garoto nunca mais conseguiu ter ânimo para fazer outras surpresas. Sempre as relacionava com “uma tal desconfiança dos outros para com ele”. Aquelas poucas palavras, os gestos confusos daquele dia, enfim, toda aquela situação foi suficiente para marcar a vida inteiro do garoto. E se pensarmos bem, esta foi a surpresa daquela época de Páscoa.

Eduardo Franciskolwisk

sábado, 16 de agosto de 2014

Vídeo da Menina do Corredor

Se vc tem algum problema cardíaco ou tem pesadelos e medo intenso de espíritos, não assista ao vídeo abaixo.

Mas se vc for corajoso, clique no play e sobreviva se for capaz!

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Cola para Votar em 2014

Cola para votar em 2014

Devido ao sucesso na eleição passada, novamente fiz uma cola para as pessoas levarem no dia da votação. Agora a cola é para votar em 2014!

É só clicar em cima da imagem e imprimir.

Depois, coloque os números dos seus candidatos e leve a cola no dia da eleição.

Mas, por favor, tente não fazer cagada desta vez, falou?

Eduardo Franciskolwisk

sábado, 5 de julho de 2014

O Fantástico Poder

o fantastico poder liberdade

Pela primeira vez na vida, ela sentiu o poder.

Agora podia fazer compras com sua aposentadoria, sair com as amigas sábado à tarde para jogar baralho e também podia fazer o almoço do jeitinho que ela adorava.

Podia dizer aos netos que dormissem lá e que a pipoca poderia ser inteirinha lambuzada de catchup.

Ela podia ocupar todo o espaço da cama de casal e deitada de olhos fechados, sonhar com o que não podia. Foi nesse momento que ela percebeu que podia ser livre!

Após a morte dele, tudo havia ficado melhor. Ela se sentiu poderosa depois que soube o que era poder.

Eduardo Franciskolwisk

domingo, 29 de junho de 2014

E-mail de Amor

mouse amor

O corpo tremia e seu coração disparara. Daquele jeito parecia que teria um ataque cardíaco! Faltou-lhe ar enquanto digitava o e-mail. Tentou se acalmar, mas mesmo assim, a respiração era difícil. Pensou: “Será que as cartas de amor eram mais fáceis de serem escritas do que os e-mails?”.

Naquele e-mail, ele se declarou a ela. Escreveu tudo o que sentia e tinha medo de dizer cara a cara. Não teria volta: depois do “clique” em Enviar, ela saberia de tudo. Ainda apavorado, esperou criar coragem e...

...clique.

“Erro. O servidor está temporariamente fora de serviço. Tente mais tarde.”

Eduardo Franciskolwisk

sábado, 21 de junho de 2014

O Telefonema

 o telefonema

 

– Alô! – disse ela ao atender ao telefone.

– Quem é? – quis saber o homem.

– Com quem você quer falar? – indagou a moça desconfiada.

– Com a Fernanda, ela está?

– Quem gostaria de falar com ela?

– É um amigo dela... Você pode chamá-la? – perguntou o homem.

– Sobre o que é o assunto?

– É só com ela... Quem está falando? – insistiu ele já começando a perder a paciência.

– Sou eu quem faz esta pergunta! – disse ela irritada. – Quem está falando?

– Mas que merda, qual é a droga do seu nome?

– Não te interessa! Não vou dizer meu nome antes de saber o seu, idiota! – estressou a moça.

– Faz um tempão que quero falar com a Fernanda e você não se manca! Se você não quer dizer o seu nome, tudo bem, mas chame-a sem fazer cu doce. E aí, vai chamar ou não?

– Benzinho... Aqui quem fala é a Fernanda. – disse ela cinicamente. – Você pode dizer o que quer agora?

– Claro que sim! Estou ligando para dizer que há dois minutos atrás eu ia convidar você para sair, dar uma voltinha. Eu estava afim de você! Só que percebi que era apenas uma atração física. As nossas voltinhas ficam sendo essas pelo telefone. Afinal de contas, você só me enrolou, enrolou e enrolou!

Eduardo Franciskolwisk

quarta-feira, 18 de junho de 2014

domingo, 15 de junho de 2014

Era quase um casamento

Era quase um casamento. Acho que ele gostava dela. A parceria completaria 15 anos. Se todos os dias não houvesse uma diferença ao fechar o caixa da empresa, ninguém desconfiaria de nada. A gatuna foi pega com a boca na botija e demitida. Acho que ela não gostava dele. A demissão foi como um divórcio, mas traição é traição.

Eduardo Franciskolwisk - Nanocontos

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Frases Filosóficas Fantásticas

frases filosóficas fantásticas 

“Sou uma pessoa insegura, indecisa, sem rumo na vida, sem leme para me guiar: na verdade não sei o que fazer comigo.”

Clarice Lispector

domingo, 8 de junho de 2014

Vida Longa!

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Ao acordar, bocejou. Ao se levantar, pensou “Droga, mais um dia longo que nunca acaba!”. Ao ver seu reflexo no espelho, se perguntou “Quando é que a minha vida, enfim, vai terminar?”.

Eduardo Franciskolwisk - Nanocontos

sábado, 31 de maio de 2014

Indecisão

indecisao

Meus óculos já estão meio velhos, por isso fui ao oftalmologista para ver se precisaria aumentar o grau deles. Sim, aumentou 0,25 de miopia. Como a armação dos meus óculos já é antiga e está machucando o meu nariz por ser um pouco pesada, designei a mim mesmo a missão de encontrar uma armação nova. Pois bem, a quantidade de modelos é ilimitada. Existem tantos modelos que eu não sei qual comprar, fica difícil escolher apenas um.

Neste caso, eu sei quais são os modelos que eu não quero, mas nunca sei qual eu quero. Se são 5 os modelos que eu gosto e preciso escolher apenas 1, meu Deus, que agonia! Simplesmente não sei qual por qual optar. De um eu gosto mais do preço – é mais barato; o outro é mais leve – não vai machucar tanto o nariz; o outro é mais leve que o leve – mas a armação não é tão forte. Tudo isso me faz ficar confuso e indeciso. Não consigo escolher apenas um e quando escolho, fico com a sensação de que não fiz a escolha certa e que algo vai dar errado. Então, para evitar esta sensação, eu escolho não escolher.

Outro caso é o shampoo ( ”Na cabeça shampoo, lave bem o seu... pé!” ). Fui ao supermercado comprar um frasco, mas eu queria mudar, comprar outro com um cheiro diferente, mesmo que fosse da mesma marca. Quando fiquei de frente com a gôndola... Tinham tantas opções, mas tantas opções que eu não me senti seguro em mudar. Um era para cabelo liso, outro para cacheados, outro tem um negócio de frizz, outro é perolado e eu gosto de shampoo transparente. Cheirei todos, mas não consegui escolher nenhum. Então, comprei o que sempre compro. Foda isso, viu? Mas foda mesmo é essa minha preocupação com shampoo, sendo que eu sou praticamente careca.

Já com as mulheres é um caso parecido. Há tanta opção no mercado que eu não sei qual levar para casa. E eu não sou desses que costumam usar amostra grátis. Usou, gostou, fica um tempo, depois troca. Ou usou, abusou, mas enjoou fácil, joga fora. Ou usou uma vez e não deu certo, vamos para a próxima! Escolho uma e me mato naquela. Vou morrendo aos pouquinhos...

Há tantas mulheres bonitas e legais que eu tenho medo de escolher uma e não poder usufruir de outras porque na minha cabeça é errado. Há também as feias e legais, as bonitas e chatas, etc e tal. Existe até as feias e chatas, mas vamos deixá-las para lá... Tem tantas opções por aí, que eu não sei como começar a conhecer nenhuma. Contraditório não? Tem várias mulheres para eu escolher e eu escolho não escolher nenhuma com medo de escolher errado.

O que eu quero dizer é que não importa quem eu escolha, um dia eu vou acordar e pensar “ eu deveria ter escolhido outra?”. Aí, fico com peso na consciência e não sou muito bom em dar fora. Solitários não sabem dar fora em ninguém de forma que não magoe, mas é possível terminar com alguém sem haver mágoa? Para evitar isso me esquivo de relacionamento. Eu sempre vou achar que fiz a escolha errada e que a grama do vizinho é mais verdinha que a minha. O que está nos meus sonhos, na minha imaginação nunca condiz com a realidade, sempre está aquém do que imagino. Ninguém nunca chega aos pés do que eu imagino. E quando eu abro uma exceção, sou eu que não chega aos pés do que a mulher imagina.

Além de eu demorar a escolher, há um detalhe básico: ela precisa me escolher também. Detalhes! E isso nunca aconteceu comigo. Nunca escolhi quem me escolheu. Isto é o que mais me desanima na vida.

Então, sou indeciso porque não sou lá muito bom em fazer escolhas. Escolher é fazer opção entre 2 ou mais coisas. Ou pessoas. Escolher é manifestar preferência por algo. Ou alguém. Escolher é separar o bom do ruim e ficar com o melhor para você. Quando não conseguimos fazer esta opção e ficamos sempre entre 2 caminhos, somos indecisos. Sou indeciso porque não consigo peneirar o bom do ruim por medo de me arrepender e não conseguir voltar atrás depois.

A minha indecisão demonstra a minha incrível habilidade de escolher tudo quando, na verdade, preciso escolher um só. E o meu sofrimento não é ter de escolher somente um, mas sim não poder ter todas as outras opções ao meu dispor. Eu me lamento tanto, que eu acabo ficando perdido.

Agora me respondam, leitores: já inventaram a cura para esta tal da minha indecisão?

Eduardo Franciskolwisk

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Frases Filosóficas Fantásticas

frases filosóficas fantásticas

"Nunca foi sensata a decisão de causar desespero nos homens, pois quem não espera o bem não teme o mal."

(Nicolau Maquiavel)

domingo, 25 de maio de 2014

Letra: Shakira - La la la (Brasil 2014) – Versão em Espanhol – en Español

Esta sim, é a música Oficial da Copa do Mundo – Brasil 2014! We are One não colou e nem vai colar! A Shakira é especial! Não consegui colocar a música aqui no blog, então, se quiser ouvir a música clique aqui.

Letra

Essa bola vai rolar
Mundo é um tapete verde
Quando a bola chega lá
O coração fica na rede, na rede, na rede

Olá! Olá!

La la la la la
La la la la la
La la la la la
La la la la la
Ahora

(Let go, Let go, Let go, Let go)

Todo el planeta es un corazón
Que va al son de un mismo latido
Suena un silbato, pasa un balón
Y el mundo entero lanza un rugido

Aquí se juega como se baila
La pasión que tiene mi gente
Quedan las penas en el olvido
Bienvenidos a mi continente

Ven y deja los miedos
Escribe tu historia
Apenas comienzas
No, no, no pares ahora

La la la la la
La la la la la
La la la la la
La la la la la
Por que no hay otro momento
La la la la la
La la la la la
La la la la la
La la la la la
Que ahora.

Blancos y negros
Verdes y pardos
El país de todos los colores
Aquí se juega como se baila
El Brasil de mis amores

Hay italianos, españoles
Colombianos y todos presentes
Esta es América, la Del Sur
Y aquí sí hay cama
Pa´tanta gente.

Ven entrégate entero
Escribe tu historia
Pon lo eterno en los labios
Y besa la gloria.

La la la la la
La la la la la
La la la la la
La la la la la
Por que no hay otro momento
La la la la la
La la la la la
La la la la la
La la la la la
Que ahora.

Ven entrégate entero
Escribe tu historia
Esto apenas comienza
No pares ahora...

(ahora, ahora, ahora)

La la la la la
La la la la la
La la la la la
La la la la la
La la la la la
La la la la la
La la la la la
La la la la la
Ahora
(Let go, Let go, Let go, Let go)

Letra de música - Lyrics

Shakira - La La La (Brasil 2014) - (The Official 2014 Brasil FIFA World Cup™ Song)

Versão Espanhola – Versión en Español – Spanish Version – Versão em Espanhol

sábado, 24 de maio de 2014

Sobre respostas

resposta

Na maioria das vezes, não gosto muito de responder. Principalmente quando o perguntador não foi comigo um bom respondedor. Dar respostas significa dar informações confidenciais do seu eu, informações estas que podem te colocar numa fria quando você menos espera. Mas dependendo da pessoa, eu respondo.

Para responder é preciso ser inteligente. Talvez seja por isso que muitos se sintam incomodados, inclusive eu, mas às vezes o exercício de pensar no que vamos responder é bom. Como responder àquela pergunta que nos deixou embaraçado sem ferir os sentimentos, mas ao mesmo tempo satisfazendo a necessidade de quem nos pergunta?

Quem pergunta tem necessidade da resposta, caso contrário não perguntaria (óbvio!), mesmo que esta necessidade de resposta seja o simples ato de conversar.

Quando não quero responder, dou um jeitinho não fazê-lo. Posso fingir que não entendi ou falar, falar e falar sem dizer nada (leia-se enrolar). Outra coisa que faço bastante é responder “É...” e “ahã!” sem prestar atenção na pergunta.

Parando para pensar, acho que não gosto de responder porque sempre estou com o pé atrás com as pessoas. Aprendi isso com elas. Por que me expor se isso pode se voltar contra mim no futuro?

Ou pode ser que de tanto perguntar e as pessoas não responderem, comecei a me dar o luxo de também não responder, talvez por desconfiança ou medo, sei lá. Me ferrei legal, pois de tanto fazer isso elas pararam de me perguntar. Como não insisto muito, desisti. Desisto fácil. Parei de perguntar e responder. Aí, eu criei um mundo meu no qual eu fico quase isolado, ou melhor, um mundo paralelo em que eu vivo em sonhos porque doem menos.

Ninguém para perguntar. Ninguém para responder. A solução era perguntar e responder para mim mesmo. Então, eu comecei a buscar dentro de mim respostas complexas para as perguntas mais difíceis: aquelas que eu próprio me fazia e ainda me faço. Talvez isto não seja o mais apropriado, mas é o que me ajuda a seguir em frente quando penso em ceder.

Eduardo Franciskolwisk

quarta-feira, 21 de maio de 2014

domingo, 18 de maio de 2014

Sobre Perguntas

perguntas

É fato que eu gosto muito mais de fazer perguntas do que de respondê-las. Não tenho a menor ideia de como conversar sem fazer perguntas. Na verdade, isto para mim não existe. Na minha opinião, se não há perguntas, não há interesse.

Muitas pessoas reclamam de meus interrogatórios durante meus raros diálogos mais aprofundados. Acho que pergunto tanto que acabo deixando as pessoas desconfortáveis. Eis aí, um dos possíveis motivos pelos quais eu ainda não tenha uma namorada ou de não ter amigos, gente para conversar.

Sempre me reclamam que eu pergunto muito. O que eu posso dizer sobre isso é que não sei conversar sem fazer perguntas. Alguns comentam sobre o tempo, outros sobre futebol; eu começo o papo fazendo uma pergunta.

Da mesma forma que me dou a liberdade de perguntar, dou aos outros a liberdade de também me questionarem – “Me pergunte algo!”.

Ninguém nunca me perguntou com sinceridade “Por que você faz tantas perguntas?”, ou seja, por querer mesmo saber a resposta. No entanto, esta pergunta sempre vem como tentativa de repreensão. Pois bem, devo assumir que funciona. Em 90% das vezes é o suficiente para me intimidar.

Sendo assim, a opção para meus questionamentos é me calar. Sem perguntas, não tenho o que dizer. Se não posso saciar minha curiosidade com a boca, tento fazer isso com os olhos – quieto que é para prestar mais atenção. No entanto, se sou proibido de conhecer alguém através de perguntas, logo perco o interesse. Não tenho paciência de esperar que os outros digam o que quero ouvir na hora que eles bem quiserem porque esta hora pode ser daqui a pouco ou daqui a séculos.

Sou curioso. Pergunto demais para saber mais sobre o assunto ou sobre determinada pessoa. Se as respostas forem interessantes, me envolvo cada vez mais, porém, se não forem o que eu esperava, dou a pesquisa por encerrada e começo tudo de novo com algo que talvez venha a ser mais atraente.

Chamem de interrogatório ou de entrevistas. Faço isso e acho que sempre farei. Pergunto para saber o que preciso, ou seja, para saber se os outros são tão malucos quanto eu. Pergunto e comparo as respostas dos outros com as minhas. Perguntando eu posso saber mais sobre a outra pessoa e assim me armar mais facilmente para o caso de uma futura briga. Sendo assim, eu acho que este é o medo da maioria dos meus entrevistados.

Acho chato pra cacete quando alguém chega para mim e começa a contar histórias que eu não quero saber. Isso é maçante. Me dá vontade de morrer. Se eu não perguntei para que me fazer ouvir? Da mesma forma que os outros se incomodam com minhas perguntas, eles também me incomodam com seus espontâneos comentários modorrentos (que depois viram contos, novelas e, enfim, um romance). Tanto é que eu tenho um dispositivo que finge ouvir as pessoas quando na verdade as palavras estão entrando por um ouvido e saindo pelo outro. Aí, quando ouço alguma parte interessante, paro e pergunto; faço a pessoa repetir. Se eu pergunto, quero saber. Se não pergunto, é bem provável que eu não queira.

O que me incomoda mais é que as pessoas não fazem o mesmo comigo. Ninguém me pergunta nada! Se não me perguntam da minha vida chego à conclusão de que não estão interessadas em mim. Muitas vezes isto me deixa triste!

Eduardo Franciskolwisk

sábado, 17 de maio de 2014

Sobre Conversar

ping_pong

Conversar é como jogar pingue-pongue. Eu jogo a bola pra você e você rebate, devolvendo para mim. Vamos jogando, tentando não deixar a bola cair. Se cair, alguém tem que pegar e começar um novo assunto. E o jogo segue até que algum de nós se canse e feliz pede para que continuemos um outro dia.

Eduardo Franciskolwisk

terça-feira, 13 de maio de 2014

sábado, 10 de maio de 2014

Convite pela metade

Em um domingo à noite, minha irmã veio aqui para casa e teve uma ótima ideia.

— Vamos pedir uma pizza?

Eu perguntei se ela ia pagar. Ela disse:

— Claro que não! Cada um paga a sua parte.

Ora bolas, eu considerei como um convite – só para irritá-la, diga-se de passagem. Geralmente quando convidamos alguém para sair, seja cinema ou comer fora, por educação temos de pagar a parte do nosso convidado. Caso contrário, a pergunta deveria ser feita de forma diferente:

— O que vocês acham de pedirmos uma pizza e cada um paga a sua parte? – sendo bem clara a intenção de dividir os gastos.

Comentei que ela deveria mudar a forma de “convidar” para evitar futuros mal-entendidos, mas foi a mesma coisa que não dizer nada. Então, como ela gosta de ser a dona da verdade ligou para nossa outra irmã:

— Vem pra cá comer pizza!

Veio a família toda! E lógico que ninguém trouxe dinheiro, afinal de contas “ninguém tinha avisado nada”. Eles também consideraram como um convite. Se é um convite, então, não precisa pagar; deduzimos que estão querendo fazer um agrado para a gente.

Portanto, quando quisermos rachar a conta com alguém devemos deixar isso bem claro no convite:

— É um convite, mas só é válido se você topar rachar a conta.

Eduardo Franciskolwisk

quinta-feira, 1 de maio de 2014

domingo, 27 de abril de 2014

Projeto ITAMAR de Luz

Projeto TAMAR - Placa

Quando fui para Camaçari – BA, fiquei em um hotel bem legal: grande, confortável e comida livre, tudo incluído, no estilo “coma até explodir”.

Este hotel está localizado em uma praia na qual acontece a desova de tartarugas marinhas. Sendo assim, o Projeto TAMAR está dentro do hotel e este segue uma norma para não prejudicar as tartarugas marinhas: durante a noite a iluminação é pouca para não desorientar os filhotes quando nascem, já que eles seguem a luz do horizonte como referência para chegar ao mar. Desta forma, luzes fortes no continente enganam as tartaruguinhas (que burras!) e as fazem tomar o rumo contrário, ou seja, morte certa. Já as tartarugas fêmeas ficam intimidadas diante de tantas luzes artificiais e voltam para o mar sem botar seus ovos na praia. Após esta pequena aula, posso continuar meu texto.

Pelos motivos acima, durante a noite a iluminação do hotel é precária. Tudo a meia luz ou talvez nem isso. Foi aí que descobri um projeto paralelo ao Projeto TAMAR: é o Projeto ITAMAR de Luz (deve ser lido pelos não caipiras da seguinte forma: “Projeto Ih! Está mal de luz)”.

Todos os que têm insônia ou não conseguem relaxar durante a noite deveriam conhecer o projeto ITAMAR de Luz. Pude perceber que durante a minha estadia no hotel, aquele tipo ralo de iluminação me fazia sentir relaxado e sonolento. Dava vontade de dormir ao cair da noite. Lá, o cansaço vinha às 10 horas da noite. Na minha casa, teoria minha, devido à forte luminosidade, sempre durmo tarde. Aqui em casa todos os cômodos são iluminados com luzes fortes o que pode atrapalhar o nosso organismo, enganando-o, fazendo pensar que ainda é dia. Por isso, o sono só vem com medicamentos para dormir.

Já percebi que em casas de outras pessoas, onde a iluminação é fraca, também sinto o soninho chegar facilmente. Até em festas e boates, a meia luz, fico sonolento e me dá vontade de ir embora dormir. Aí, quando chego em casa, o sono passa. Os músculos que antes estavam relaxados de repente se contraem.

Por isso, lhes apresento com muito prazer o Projeto ITAMAR de Luz. Contra insônia e estresse! Façam parte do projeto: quebrem os computadores, diminuam os watts das lâmpadas de suas casas para o equivalente a “a luz de velas” e tranque as crianças para fora de casa com uma mordaça em cada uma.

O Projeto ITAMAR de Luz é um projeto paralelo ao TAMAR. O primeiro é consequência do segundo. Um não tem nada a ver com o outro. É importante não confundir. Mas os dois juntos fazem bem aos homens e às tartarugas.

Eduardo Franciskolwisk

sábado, 26 de abril de 2014

Frases Filosóficas Fantásticas

frases filosóficas fantásticas

"Não preciso de amigos que mudem quando eu mudo e concordem quando eu concordo. A minha sombra faz isso muito melhor."

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Pessoas Acomodadas

Um dia desses, estava saindo do trabalho às 10 horas da noite, mais ou menos. Descendo a rua, vinha um grupo de moleques de bicicleta no maior gás. Estava escuro devido à iluminação ruim. Na esquina, um carro vinha pela avenida e parou conforme mandava a sinalização. Neste momento passou o primeiro garoto, voando como se a bicicleta fosse um carro de Fórmula 1. Depois de alguns segundos, na mesma velocidade, passaram mais dois meninos. O carro começou a acelerar e eis que surge um retardatário numa bicicletinha pequena demais para o tamanho de seu corpo. A velocidade dele também era absurda. Por um triz o carro não avança sobre o moleque e o deixa estirado no chão, todo estropiado.

— Ou! – gritou o menino inconformado. Após uma pausa, ele continuou – Não sabe brecar, não?

O menino? Nada aconteceu com ele, mas achei engraçado porque imagino que ele também não sabia brecar. Pelo menos eu não vi nenhuma tentativa de frear da parte dele. Eu acho engraçado este tipo de situação: a pessoa pode se salvar brecando a bicicleta e a única coisa que ela faz é gritar dando bronca no outro porque o outro não brecou o carro. É este tipo de gente que, provavelmente, morre atropelado ou de batida em acidente. São pessoas acomodadas!

Na rodovia, já estive em situações onde tentei ultrapassar um carro e não deu muito certo, apareceu outro veículo vindo na minha direção. Eu não podia voltar para a minha faixa, pois estava no meio da ultrapassagem e não dava tempo. O outro carro vendo que eu poderia bater de frente nele, fez “a enorme gentileza” de me avisar isto jogando luz alta em mim. Avisou que eu estava prestes a trombar nele e se deu por satisfeito. Brecar que é bom, nada! Eu me pergunto: será que as pessoas são tão burras assim? Que tipo de ser acha que jogar luz alta é mais eficiente do que brecar?

É... pelo visto algumas pessoas levam a sério a frase “Nóis capota, mas não breca!”.

Tem também as pessoas que ao atravessarem a rua olham para ver se vem carro. E vem! No caso, o carro sou eu. O indivíduo viu que o carro vinha em sua direção e mesmo assim atravessa a rua. O pior é que a pessoa volta o rosto para frente e segue adiante como se nada de ruim pudesse lhe acontecer. Não acelera o passo e nem fica com o olhar fixo no carro para ver se vai dar tempo ou não de atravessar a rua. Segue a vida como se nada estivesse às suas costas prestes a atropelá-lo. Eu, numa situação dessas, ficaria de olho no carro e aceleraria o passo. Estes seres, não. Depois morrem e não sabem o porquê. Devem chegar lá no céu e assustar-se:

— Olha, mas que surpresa! Eu morri! Mas como? Como uma pessoa tão inteligente como eu veio parar aqui sem mais nem menos?

Eu tenho vontade de descer do carro e esbofetear gente assim.

No trabalho também existem pessoas acomodadas. A maioria é assim. Vê que o negócio vai feder e em vez de tomar alguma providência, a única coisa que ela faz é esperar o negócio feder. Aí sim, depois que fedeu, ela vai fazer algo a respeito: reclamar do absurdo que aconteceu. “Minha nossa! Como o ar está fétido! Quem é a anta responsável por isto?!”

Assim são as pessoas acomodadas. Pessoas que deixam o próprio destino nas mãos dos outros. É muita passividade. Eu até tolero, mas tem horas que me irrita muito! Então, passo a torcer para que estas pessoas fiquem bem acomodadas num caixão.

Eduardo Franciskolwisk

domingo, 20 de abril de 2014

Frases Filosóficas Fantásticas

frases filosóficas fantásticas

 

“Dar bons conselhos: as pessoas gostam de dar o que mais necessitam considero isto a mais profunda generosidade.”

domingo, 13 de abril de 2014

Fugindo de casa

fugindo de casa

Toda criança que foge de casa, não quer fugir, ela quer ter seus gostos e mimos feitos pelos outros. Eu, quando criança, adorava bancar o rebelde e qualquer probleminha que tinha em casa, já anunciava:

— Vou fugir de casa!

E, depois, para fazer tortura psicológica com meus familiares, completava:

— E nunca mais volto!

Drama feito, eu corria em direção à porta da rua. Saía de casa sem rumo. A intenção era arrumar um outro local para morar. Mas logo depois de fugir, eu percebia que arrumar uma casa e uma família nova não era tão fácil assim. Eu não tinha para onde ir. Então, eu dava umas voltas no quarteirão para dar tempo deles sentirem minha falta e também de perceberem como suas vidas seriam ruins sem a minha fantástica presença. Aí, preocupados com eles, eu voltava para casa, explicando:

— Eu sei que vocês estão arrependidos e que ficaram com muitas saudades de mim nestes longos 15 minutos. Então, resolvi voltar. Vocês estão perdoados!

No entanto, teve um dia de fuga em que minha irmã mais velha, acho que já cansada das minhas eternas fugas, implorou para que eu não fosse.

— Desta vez é verdade, eu vou embora e nunca mais volto! Nunquinha! – gritei para quem quisesse ouvir.

E saí correndo! Quando já estava na calçada, ouvi minha irmã suplicando:

— Não! Não vá! Espere um pouco!

Parei de correr e ela veio em minha direção!

— Espera um pouco! Não saia daí. – disse ela, voltando para dentro de nossa casa.

Imaginei que ela não quisesse que eu fosse embora. Imaginei que ela tivesse entrado para convencer minha família a fazer as coisas do meu agrado, ou seja, a não me contrariar. Senti que ela realmente gostava de mim. Se tudo estivesse do meu jeito, eu ficaria feliz e não precisaria fugir. Então, aguardei a volta de minha irmã com o acordo de paz.

Momentos depois, ela surge correndo na minha direção. Em suas mãos havia um pedaço de pau, com uma trouxinha amarrada na ponta, igualzinha às dos gibis, dessas que carregamos no ombro.

Então, ela disse:

— Pronto, aqui está! Fiz uma trouxinha pra você. Agora, você pode fugir! Ah! E não volte... Adeus!

Eu fiquei roxo de raiva! E enquanto eu estava bravo, todos riram de mim.

Sempre penso nesta história e sempre concordo que a piada foi boa! Acho engraçado e rio sozinho. Pensei que ela queria que eu ficasse e ela só estava se certificando de que eu tinha todo o necessário para não voltar.

Eduardo Franciskolwisk

domingo, 6 de abril de 2014

Por que pensar em suicídio?

suicidio se jogando de predio

A ideia do suicídio sempre me seduziu. Vira e mexe, é o primeiro pensamento que me vem à mente quando tenho qualquer problema. Talvez eu morra de morte suicidada, não sei prever o futuro, só que depois de tantos anos pensando no assunto sem tabu nenhum, você acaba ficando amigo da ideia e passa a compreendê-la um pouco mais.

O suicídio acabou virando uma opção a mais para mim. É completamente diferente de uma pessoa que nunca pensou em se matar, vai lá e se mata por impulso. É preciso saber que para todos os outros problemas, podemos encontrar uma saída. Para o suicídio, não. É muito irônico: o suicídio muitas vezes é a única solução que encontramos, mas para o suicídio não há solução. Não tem como voltar atrás, não pode se arrepender depois.

Ultimamente, tenho me imaginado bastante em uma cena específica na qual estou sentado na beirada da parte mais alta de um prédio pensando na vida. Só isso, só pensando na vida: no que deu errado e no que deu certo. Se eu quiser me jogar, me jogo. Se eu não quiser, tudo bem.

Então, me fiz uma pergunta: porque esta cena sempre vem à tona na minha cabeça? A resposta é: para ter uma sensação de vida. Vida em meio à morte ou à tristeza. Porque naquele momento uma parte de mim morreu. Uma parte da minha alma deixou de existir, seja na forma de um sonho, uma esperança ou um sorriso.

Então, cheguei à conclusão de que busco a possibilidade da morte para reencontrar a vida.

Eduardo Franciskolwisk

segunda-feira, 31 de março de 2014

O Amor Frustrado

“Amar é ter um pássaro pousado no dedo. 
Quem tem um pássaro pousado no dedo sabe que, 
a qualquer momento, ele pode voar.”

Rubem Alves

Ontem li um artigo que falava sobre o amor romântico e de como este romantismo sumia com o dia-a-dia.

No amor romântico, nós idealizamos a pessoa como se elas fossem deuses, perfeitas. E mesmo que não perfeitas, imaginamos que seus “pequenos defeitos” nunca vão nos irritar. Mas as coisas não são bem assim quando o amor perfeito vira realidade. Uma meia fora do lugar pode ser a gota d´água para que arrumemos uma discussão lascada.

Sortudas são as pessoas que conseguem ter um amor romântico ou – por que não? – um amor platônico transformados em realidade. No meu caso, nesta área da minha vida, não faço parte dos sortudos. Faço parte dos azados. Nunca dei certo no amor.

Quando digo isso, quero dizer que todas as meninas, garotas ou mulheres por quem fui apaixonado, nunca me corresponderam de nenhuma forma. E é daí que vem o meu amor frustrado. Tudo o que eu sei do amor está na minha imaginação.

Nenhuma delas teve a boa vontade de fazer uma caridade do tipo “Bom, se ele gosta tanto de mim assim, o que custa pelo menos beijá-lo uma vez?”, como eu já fiz algumas vezes. Até eu já fiquei com pessoas de quem não gostava só por ficar. Pelo menos estas garotas não ficaram só na imaginação, provaram meu mel e meu fel.

Eu só fico na imaginação. Tem uma música que me define, nela a letra diz “Sempre que eu quero você, tudo o que eu tenho que fazer é sonhar. O único problema é que eu vou sonhar a vida inteira!”. Dream, dream, dream.

Sei que tenho culpa no cartório. Não sou só vítima. Talvez, não tenho insistido mais ou dado a cara a tapa. Talvez eu desista fácil. Mas por que dar murro em ponta de faca? Então, eu prefiro só fantasiar a possibilidade do amor no mundo dos meus sonhos. Mas quando eu tenho de encarar a realidade, acabo frustrado porque, querendo ou não, todo mundo que sonha quer ver seu sonho realizado algum dia. E há momentos em que a realidade me mostra o quanto sonhei à toa: o choque de realidade sempre vem.

Sofri um choque destes, dias atrás. Fazia quase um ano que eu estava a fim dela. Eu imaginava que ela tivesse pelo menos um pequeno interesse. Aí então, a realidade bateu à minha porta. Foi decepcionante. Foi também triste e, pasmem, aliviador.

Fiquei triste por tudo o que poderia ter sido e não foi; antes de começar era o fim da linha. O alívio também veio porque era o fim da linha: a fantasia acabou, o sonho da possibilidade morreu. É estranho, mas uma sensação liberdade nasceu. O pássaro voou do meu dedo.

Vou tentar a partir de agora não dar mais rostos para meus sonhos. O sonho do amor existe, mas é importante eu saber que pode ser com qualquer pessoa. É preciso também saber diferenciar o amor romântico do amor maduro, aquele que apesar dos pesares, ainda se ama porque sabemos que ninguém é perfeito. Nele a amizade, a cumplicidade, companheirismo falam mais alto quando todo aquele êxtase vai embora. Todos querem este amor. Eu estou longe de encontrá-lo. Enquanto isso, sigo de mãos dadas com o amor frustrado.

Eduardo Franciskolwisk

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