Conhecendo o Leitor

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quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Cola para Votar em 2022

Fiz uma cola para as pessoas levarem no dia da votação.

Quem quiser, é só fazer o download da imagem, ajustar e imprimir do tamanho e na quantidade que precisar. 

Meu conselho é imprimir 4 colas por folha.

Depois, basta escrever os números dos seus candidatos e levar a cola no dia da eleição.

Eduardo Franciskolwisk

sábado, 6 de agosto de 2022

Medo do Chuva


 
Nos últimos anos, adquiri um medo surreal da chuva. Agora, toda vez que eu ouço alguém comentando que vai chover, fico apreensivo, tenso; no fundo, no fundo sei que é o início de uma crise de pânico que depois se transforma em depressão.
 
Na minha cabeça, acho que isso começou lá em 2019 quando minha mãe resolveu trocar o telhado sem nenhum planejamento real e pediu ajuda do meu tio, irmão dela. Eu não gostei nadinha porque este tio já tinha passado ela para trás em outra ocasião. Ela trocou uma casa que hoje vale 1,5 milhão por um carro que hoje vale 10 mil. Então, achei meio burrice da parte dela pedir ajuda para o lobo. Acabou que não mexeu no telhado.
 
O telhado é meio ruim porque é velho, mas principalmente porque foi deixado que qualquer um mexesse nele: o cara da TV a cabo, o cara da internet, o cara da cerca de proteção, etc. Gente que não está nem aí se vai colocar o telhado corretamente no lugar ou não. Gente que não tem nem competência para tal tarefa. Deu no que deu.
 
A casa é velha e tem goteiras. No ano passado e começo deste ano, durante chuvas fortes, pingou em vários cômodos. Fiquei desesperado dentro de mim. Eu subi no telhado mesmo com medo e coloquei manta asfáltica em alguns lugares.
 
Se chamamos alguém para arrumar, a pessoa não vem. Se vem faz mal feito.
 
Eu não sei lidar com alguns problemas, principalmente quando envolve pessoas. Eu sempre estou errado em tudo que faço. Sempre arrumam problema e jogam para mim, como se eu fosse o responsável por tudo. Isto acontece desde criança e em todos os lugares pelos quais passei, incluindo trabalho. Isso me causa pânico, me causa terror desde sempre. Talvez, enfrentar um atentado terrorista seria mais fácil.
 
Outro dia, alguém comentou comigo que vai chover na semana que vem. Desde então, já estou em estado de alerta e com o coração disparando em alguns momentos.
 
Na minha cabeça, o telhado vai desabar e a culpa é minha. Eu não tenho forças para fazer nada.
 
Eduardo Franciskolwisk

sábado, 16 de julho de 2022

Peguei COVID-19


Tardou, mas não falhou: fui contaminado pelo vírus mortal da COVID-19. E é isso... Vim me despedir do mundo.
 
Adeus, mundo cruel!
 
Cof, cof, cof.
 
Neste momento, minha língua sai um pouco para fora da boca e minha cabeça cai de lado em cima do ombro. Empacoto, igualzinho o Rei Sapo em Shrek.
 
Agora, deixando de drama poético, vamos ao drama da vida real.
 
********
 
Estamos numa época fria do ano, inverno. Embora no Brasil não tenhamos frio de verdade, eu sinto muito frio de verdade. E como no mundo ninguém liga para ninguém, o ar condicionado do meu trabalho fica ligado o dia inteiro e com o ar gelado batendo em mim. Eu fico de blusa o tempo todo, seja no inverno, seja no verão. Sou o louco da blusa.
 
Eu era o louco da blusa quando entrei neste trabalho, depois me mudaram de lugar e isto parou. Agora, me mudaram de lugar de novo e esta porra de eu ter que ficar passando frio voltou. Mudanças do setor público que acontecem sem nenhum planejamento ou pensamento a longo prazo: coisa básica que fode o Brasil desde sempre. Ninguém liga.
 
Agora, então, eu passo frio e estou sofrendo com isto. Mas ninguém que saber. Foda-se. Porém, estou ficando muito doente, com garganta inflamada, tosse, sinusite e esta porra toda. Tenho certeza que ficar assim por muito tempo diminuiu a minha imunidade e por isto eu peguei COVID-19.
 
A cereja do bolo é que eu tirei 10 dias de férias mais 1 dia de abonada. Meu último dia de trabalho foi quinta e na sexta de manhã acordei me sentindo mal, com a sensação de que eu estava com febre. Pobre é uma beleza. Trabalha o ano todo e quando pega férias ainda fica doente. Isto sim é um drama de vida real. Com tantos dias para morrer no ano, a doença mortal chega bem nas férias.
 
Levantei e nem pensei em COVID. Amaldiçoei o ar-condicionado e as pessoas que ligam ele em “modo nevar” no inverno. Peguei o termômetro para ver se eu estava com febre: 37,5ºC. Não era febre, mas estava no caminho. Então, já tomei remédio para gripe, dor de garganta, gonorreia e câncer. Dei uma melhorada com o decorrer do dia.
 
No sábado, acordei melhor, mas o nariz estava escorrendo. Limpei a casa com uma invenção muito genial da minha parte: coloquei um pedaço de papel higiênico no nariz. Simples e eficaz. Ficou parecendo que eu estava com o piercing do Bebop das Tartarugas Ninjas, mas quem liga para isto?
 
No domingo, dei uma piorada e saí para comprar vitaminas, spray de nariz e outras drogas básicas como cocaína e metanfetamina. Não se esqueçam, crianças, tudo é válido na guerra contra os ares-condicionados. Minha mãe começou a tossir e a achar que tinha ficado resfriada.
 
Na segunda e na terça, eu fiz a minha pequena e modesta contribuição na transmissão de COVID pela cidade.
 
Na quarta-feira, acordei umas 11 horas e logo minha mãe chegou com a notícia: ela estava com COVID-19. Achei que ela estava zoando porque ela tinha saído para a manicure. Não conheço muitas manicures que fazem teste de COVID. Mas foi mais ou menos isto o que aconteceu. Minha mãe estava tossindo muito e a manicure colocou na cabeça dela de fazer o teste de COVID. Ela foi na Unimed e fez o teste rapidinho. O resultado foi positivo. Eu não acreditei.
 
Era muito provável que eu também estivesse, mas eu só estava sentindo dor de garganta e tosse.
 
Fiquei pensando em ir ou não ao posto de saúde. Ao contrário da minha mãe, sou pobre e não tenho mais plano de saúde. Só tenho o SUS, o sistema de saúde que todos políticos brasileiros deveriam ser obrigados a utilizar enquanto exercem mandatos eletivos.
 
Cheguei às 18 horas. Mandaram os suspeito de COVID ficarem numa tenda lá fora do posto de saúde, no frio e no vento do mês de julho. Achei esquisito, fazia e não fazia sentido ao mesmo tempo.
 
Na hora do exame, não senti nada quando o swab entrou nas duas narinas para retirar amostras. Não senti nem vontade de espirrar. Este foi meu segundo exame feito com o swab no nariz. Da primeira vez, eu senti um incômodo forte e meus olhos lacrimejaram bastante. Provavelmente, a culpada foi a técnica de enfermagem que foi a mesma que me aplicou uma injeção que deixou meu bumbum roxo e com um calombo duro por 1 mês.
 
Lá pelas 20 horas, o exame ficou pronto. E aquelas pessoas que estavam passando frio na tenda, foram divididas em 2: quem ganhava folhinha e ia embora e quem ganhava folhinha e ia para uma sala. Eu não ganhei folhinha e fui para a sala. Saí procurando minha folhinha, mas não estava pronta. Não tinha problema, mandaram eu voltar para a salinha. A salinha dos infectados. Lá era o meu lugar.
 
Aí, passei pelo médico. Ele me examinou, fez perguntas e me deixou na sala por um bom tempo sozinho. Depois, já voltou com o atestado médico de 5 dias e com a receita médica: 4 medicamentos.
 
Um atestado médico de 5 dias para uma pessoas de férias. Pior que isto é um atestado médico de 5 dias para uma aposentada, caso da minha mãe. Mas a médica que atendeu ela perguntou se precisava, no meu caso, o médico não perguntou nada.
  
Os medicamentos que o médico me receitou foram:
- Azitromicina 500 mg – 1 Comp ao dia por 5 dias.
- Prednisona 20 mg - 1 Comp ao dia por 5 dias.
- Dipirona 500 mg - 1 Comp de 6/6 horas, se febre ou dor.
- Celestamine Xarope – Tomar 10 mL de 12/12 horas por 5 dias.
 
Destes eu só tive que comprar o Celestamine, que custava mais de 50 reais. Mas comprei o genérico (Maleato de Dexclorfeniramina + Betametasona) e paguei R$ 12,90. Os outros remédios eu ganhei no postinho mesmo.
 
Agora, já terminei os remédios e minha garganta inflamou um pouco e minha tosse continua igual ou um pouco pior do que antes. Amanhã é meu último dia de férias.
 
Eduardo Franciskolwisk

quarta-feira, 9 de março de 2022

Primos #3 – Quem vai pagar a conta?

A terceira parte é a que menos me incomodou porque aconteceu com um primo por parte do meu pai, pessoas com quem eu nunca tive muita proximidade.
 
Moro com minha mãe. Raríssimas vezes vamos ao supermercado juntos. Neste fatídico dia, fomos. Estávamos perto um do outro quando encontramos um primo com a esposa. Ele é mais velho do que eu. Encontramos, conversamos e cada um continuou suas compras.
 
Um tempinho depois, encontrei eles de novo, mas desta vez eu estava sozinho. Minha mãe estava em outra parte do supermercado. Conversamos mais um pouco porque a esposa dele é bem legal.
 
No meio da conversa, meu primo me pergunta este absurdo:
 
— Quem é que vai pagar as compras?
 
Eu não sabia se ria ou se chorava. Eu simplesmente não acreditei na pergunta que ele estava me fazendo. Foi do nada. Sem contexto nenhum. Eu entenderia se estivéssemos falando sobre dinheiro ou contas, mas a pergunta veio do nada.
 
Um absurdo na minha opinião. Em primeiro lugar, nunca tivemos muita intimidade. Se eu me lembro de ter visto ele 5 vezes na minha vida quando criança foi muito. E numa delas eu estava voltando para casa à noite numa rua sem iluminação, e ele me assustou correndo atrás de mim. Depois disto, ele foi para outro país e só voltou depois que eu era adulto.
 
Em segundo lugar, quem ia pagar a conta não interessava em nada a ele. E eu devia ter dito “Não te interessa”, mas aí entra o jeito Eduardo de ser e tentar ser educado. Não por ele, mas pela esposa.
 
A pergunta foi “Quem vai pagar as compras?”, mas o que ele queria dizer ali era: “Você ainda é sustentado pela sua mamãe?”. Era a resposta à esta pergunta que ele estava curioso em saber.
 
Eu fiquei super sem graça.
 
O terceiro ponto do absurdo seria a humilhação de ter de responder que quem pagaria as contas seria minha mãe. Eu com uns 37 anos sendo sustentado pela minha mãe por não ter emprego e precisar da ajuda financeira dela para comprar itens básicos de sobrevivência. Foi uma pergunta cruel. Há toda uma imaginação por trás desta pergunta e ela não seria feita se ele tivesse a certeza de que eu pagaria as compras. Então, a intenção foi me humilhar ou me deixar em uma situação constrangedora.
 
Há muitas pessoas vivendo nesta situação por terem perdidos seus empregos na pandemia, casos em que o idoso é a principal fonte de renda devido à sua aposentadoria. 
 
Não sei se ele sabe ou lembrava que eu trabalho. Talvez, ele achasse que apesar de trabalhar, eu não ajudasse em nada aqui em casa. Talvez ele achasse que eu, por morar com a minha mãe, deixasse que ela pagasse todas as contas, como minha irmã fazia.
 
Depois de pensar um pouco e fazer uma cara de estranhamento e confusão, minha resposta foi:
 
— O cartão de crédito. A gente usa ele.
 
Mas obviamente não era a resposta que ele queria. Então, tentei me justificar falando que raramente nós íamos ao supermercado juntos e que cada um pagava suas próprias compras. Mas como eu tinha um cartão de vale alimentação, minha mãe também usava ele.
 
Até hoje eu fico imaginando se ele me fez mesmo esta pergunta absurda. Eu não acredito que isto tenha acontecido, mas aconteceu. Foi surreal. E fico imaginando o que as pessoas têm na cabeça.
 
Eu também tenho um monte de perguntas absurdas que queria fazer para todo mundo, mas não faço porque tento ter bom senso.
 
Eduardo Franciskolwisk

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Primos #2 – A Amiga da Onça

A ideia original era ser apenas uma postagem falando dos absurdos que 3 primos meus fizeram comigo, mas escrevi demais e aqui está a parte 2. Nesta segunda parte, vou contar sobre uma prima, irmã do primo da 1ª postagem.
 
Eu não curto muito grupo de WhatsApp. Sabe aquele grupo de família onde estão sua mãe, sua avó, seus primos, tios, o periquito e a amante da namorada do seu filho? Então, eu não fazia parte deste grupo da família desde do dia em que saí por causa do outro primo.
 
No final de 2020, me puseram de volta naquela bagaça e disseram “Não sai do grupo porque aqui vão estar todas as informações sobre o Natal. Neste ano vamos passar todos juntos.”.
 
Estranhei um pouco porque já fazia uns 5 anos que não juntávamos todo mundo no Natal e mais, com a promessa de que isto nunca mais voltaria a acontecer.
 
Mas fui seduzido pela ideia, pelas lembranças dos velhos tempo onde o Natal era mágico e especial. E me empolguei.
 
Então, ficamos falando sobre o que faríamos no Natal e devido à pobrice, ficou resolvido que a troca de presentes seria um amigo secreto. Depois, ficamos discutindo como seria mais legal e decidimos que seria um amigo da onça. Aí, cada um falou as regras que conhecia e o que achava legal ou chato.
 
Definimos que seria um amigo da onça. Aí, eu lembrei da última vez que fizemos um amigo da onça no Natal e 90% das pessoas compraram chocolate como presente. Eu disse que poderíamos colocar uma regra que não poderia ser chocolate. Muita gente comentou que aquele amigo da onça tinha sido na Páscoa. Lembrei eles que tinha sido no Natal e ainda explicitei o motivo pelo qual o presente não poderia ser chocolate. O motivo tinha ficado óbvio. Todo mundo votou e a maioria concordou que não poderia ser chocolate.
 
Quase chegando no Natal, fomos relembrar as regras e aí a minha prima e a mãe dela disseram que poderia sim ser chocolate. Mas eu disse que não podia porque tinha sido votado. Aí ela ficou com raiva de mim. Na definição de regras do amigo da onça, ninguém estava se entendendo porque cada um conhecia as regras de um jeito. Falei para definirmos nossas regras e seria o que valeria. Com todo mundo dando palpite, minha prima solta algo parecido com isto:
 
— Então... só quem tem amigos e já foi em inúmeras festas de amigo da onça sabe como funciona. Então, quem não tem amigos não deveria opinar.
 
Não lembro muito bem como foi o contexto, mas todo mundo entendeu que era uma indireta para mim. Indireta é a arma do covarde porque fala nas entrelinhas: se der certo a pessoa se sente ótima, se der merda tem como se justificar arrumando desculpinhas.
 
A indireta era esta: eu não tinha amigos. Ela queria me ofender com isto. Eu não tinha, não tenho e, provavelmente, nunca terei amigos novamente. Ninguém tem amigos de verdade depois de crescido. Rola uma troca de interesses, uma boa ação daqui e de lá e vida que segue.
 
Não fiquei ofendido por ela ter me dito uma coisa que eu já sabia fazia uns 10 anos, inclusive com postagem aqui no blog (postagem de sucesso, diga-se de passagem). Fiquei um pouco magoado com a intenção com que aquilo foi dito. A intenção dela era ser cruel e não chegar a um consenso sobre o Natal. Ela queria me humilhar diante do resto da família. E isto eu achei um absurdo.
 
Este é o tipo de pessoa que racha a família. E a lição é: nunca mais passe o Natal com este tipo de gente. Eu fico em casa, mas não confraternizo com pessoas que querem o meu mal e ainda dão um empurrãozinho para que ele aconteça.
 
Depois disso, comecei a achar que toda a família dela tem birra de mim. Menos meu tio.
 
Uma pena porque eu gostava desta prima antigamente. Infelizmente ela foi ficando arrogante, prepotente e cagadora de regra.
 
E a vida segue. Acho que tem pessoas que precisam ser abandonadas no meio do caminho da vida, caso contrário você não consegue mais caminhar.
 
Eduardo Franciskolwisk

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Primos #1 – Ele não queria falar comigo

Não sei como é na vida de vocês, mas na minha vida acontecem vários absurdos. A maioria deles (ou seriam todos?) está relacionado a pessoas. Hoje vou contar algumas situações sem noção que aconteceram comigo relacionadas a primos.
 
A primeira delas aconteceu faz uns 5 ou 6 anos. Eu estava no meu trabalho e fui pegar água na cozinha. Saí da minha sala e quando passei pelo saguão vi um primo sentado no sofá. Sempre fomos relativamente próximos: família passava sempre o Natal juntos e outras festas também, principalmente quando éramos mais novos. Na hora que vi ele lá, nem pensei 2 vezes, fui cumprimentar:
 
— Oi, Fulano! Tudo bem? O que você está fazendo aqui? – perguntei porque não era normal ele estar lá e também para puxar assunto.
 
Ele olhou pra mim e disse:
 
— Ah! Não é com você que eu vim falar, não!
 
E só. Não falou mais nada.
 
Aí, eu dei um sorriso amarelo e tentei contornar a situação chata que ficou no ar puxando mais assuntos, mas com vontade de mandar se foder ou simplesmente olhar para a cara dele sério e sair dali sem falar mais nada. Porém, eu tenho um problema com este tipo de gente: nunca consigo entender de primeira o que aconteceu. Sempre acho que foi um mal-entendido, que falei alguma coisa errada. Nunca acho que a pessoa apenas está sendo grossa porque ela quer.
 
Achei este episódio muito estranho e isto mudou a forma como eu lidei com este primo no futuro, não fazendo mais questão nenhuma de convívio. Não que tenhamos parado de conviver totalmente, mas este fato foi um alerta, um sinal vermelho.
 
Me peguei pensando no acontecido depois e liguei alguns pontos. Eu já tinha saído do grupo de WhatsApp da família justamente por causa dele. Tudo o que eu falava ele rebatia com coisas de “se acha o inteligente” ou “só ele está certo”.
 
Me lembro mais ou menos disto: alguém postou um meme que precisava de uma resposta, por exemplo, um desafio de matemática. Todo mundo dava sua resposta, mas na brincadeira as pessoas começaram a zoar. Davam respostas erradas ou falava que o outro estava errado e que a própria resposta estava correta. Eu entrei nesta também. Dei minha resposta e brinquei com os outros que eu estava certo.
 
Então, este primo começou a falar coisas como:
 
— Olha lá, só porque é concurseiro acha que está certo e que pode anular todas as outras respostas.
 
Não tenho certeza do que eu vou dizer agora porque é só uma especulação minha. Ali eu entendi o seguinte: ele estava com inveja de mim por causa dos concursos que eu estava fazendo e passando. Mas a minha maior especulação é esta: meu tio (pai dele) mexia com concursos e eu acho que ele deve ter feito alguma cobrança no menino usando o meu nome. Coisa do tipo “Olha lá, o Eduardo presta concurso e passa, por que você não faz igual?”.
 
É a única coisa que me veio à mente para tentar entender o porquê dele estar me tratando daquela forma no grupo e naquele outro dia quando me encontrou no meu trabalho.
 
Aliás, neste dia que ele estava esperando ali no meu trabalho e disse que não era para falar comigo, eu poderia ter sido tão grosso quanto ele e respondido “É óbvio que você não está aqui para falar comigo, se fosse já tinham me avisado!”. Mas eu preferi não bater de frente para não ficar um clima pior do que já estava.
 
Naquele dia, eu percebi que ele tinha um problema comigo. Devia ter birra de mim. E o pior é que a partir deste dia, eu comecei a ter birra dele também.
 
Eduardo Franciskolwisk

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Qual é o rendimento da ContaMax Santander?

 

Sem enrolação: 5% do CDI ao ano – data: 26/01/2022.
 
Muito pouco. Eu sempre soube que rendia pouco mesmo, mas mesmo assim nunca liguei para isto. O dinheiro ficava lá na conta e rendia uns centavos, o que para mim era melhor que nada. Até o dia que resolvi me perguntar: “Qual é o rendimento da ContaMax do banco Santander?”
 
Procurei esta informação de forma clara no site oficial do banco, mas não a achei. Vasculhando a internet achei a resposta, mas eles enrolavam muito. Além disso, eu não sabia se era uma informação confiável, nem a data daquela informação, pois podia ser que a porcentagem tivesse mudado.
 
Então, é isto: 5% do CDI ao ano, com cobrança de imposto de renda e IOF, como um CDB normal. Ou seja, é uma miséria.
 
Vale mais a pena colocar em alguma conta digital que rende 100% do CDI. Tem as mesmas cobranças de impostos, mas recebemos um dinheirinho um pouco maior. Então, é isto que eu vou fazer.
 
A fonte da minha informação é a Central de Atendimento do Santander. Eu liguei lá e perguntei para a atendente. Ou seja, informação confiável enquanto não mudarem.
 
De nada!
 
Eduardo Franciskolwisk

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

A Roleta Russa da COVID-19



*escrito em 07/04/2021
 
A pandemia de COVID-19 em que estamos vivendo é uma pandemia fraca. No mundo todo, tivemos 132 milhões de casos e somente 2,86 milhões de mortes, ou seja, 2,16%. No Brasil, 13 milhões de pessoas foram infectadas pelo coronavírus e apenas 330 mil delas morreram, o que corresponde a 2,54%. Aqui na minha cidade foram 10.693 casos e 263 mortes, o que equivale a 2,46%. São números muito baixos quando comparados com outras pandemias que já assolaram o mundo.
 
Em quase 3 anos de gripe espanhola, estima-se que houve 500 milhões de casos. Ainda na base das estimativas, o número de mortes foi de 17 a 50 milhões, podendo chegar a 100 milhões de óbitos. Se considerarmos, jogando baixo, que o número de mortes tenha sido 25 milhões, temos 5% de doentes que morreram devido à gripe espanhola. Este número é praticamente o dobro de morte do que temos nos dias atuais com a COVID-19.
 
Já a peste negra (ou peste bubônica), pandemia que ocorreu na Europa no século XIV, matou 1/3 da população (atenção: não dos infectados), ou seja, 33,33%, em estimativas conservadoras.
 
Me lembro de que no começo da pandemia, pelos meus cálculos, a COVID-19 matava 7,5% dos infectados. Ou seja, de um tempo para cá diminuímos esta porcentagem, que como já disse, está em 2,5%.
 
Depois deste números, acho que fica mais fácil de entender porque eu disse que a pandemia de COVID-19 é fraca. Estamos diante de uma pandemia mortal, mas estamos “tranquilos e confortáveis” porque simplesmente poderia ser muito pior. Acho que tivemos sorte.
 
Mas tem uma coisa, um “pequeno” detalhe: estamos falando de vidas. Assim, qualquer unidade importa muito porque é o pai, a mãe, o irmão, o filho, a avó, o tio ou a sobrinha de alguém. Pode ser o seu vizinho ou apenas um conhecido de vista. É alguém que pode representar 0,00001% nos cálculos e estimativas, mas que representa 100% na vida de uma família.
 
E é neste ponto que os governos e órgãos de saúde querem chegar: cada vida importa e deveríamos fechar o mundo para tentar salvá-las. Mas as pessoas no Brasil insistem que fechar tudo é pior para a economia, pois “pode quebrar o país” e “matar as pessoas de fome”. Às vezes, eu penso que isto é só birrinha de empresário mimado que não é acostumado a perder nada, que quer ganhar tudo no agora, que só está no jogo pelo dinheiro e não também pelo desenvolvimento das pessoas e do país. Mal sabe ele da vantagem que seria fechar tudo e perder um pouco agora para lá na frente ganhar mais deixando de perder. Mortos não consomem.    
 
Fechar tudo (o famoso Lockdown) é importante porque as pessoas não respeitam as restrições. A prova está em qualquer cidade no Brasil. Hoje em dia, a gente finge que os estabelecimentos estão fechados e o governo finge que acredita. O resultado é este: 4.211 mortes em 24 horas, recorde de pior dia desde que começou a pandemia. 
 
A maioria das pessoas é totalmente sem noção. Alguns resolveram que a pandemia é uma boa época para viajar de avião e ir para a praia. Outros fazem festas em casa mesmo e chamam todo mundo, inclusive o cachorro do amigo do vizinho. Fazer festinha só com os seus familiares e pessoas de convívio diário eu aceito, mas ir para a gandaia e pegação é coisa de gente burra que procura sarna para se coçar. E num belo dia, elas encontram.    
 
Tem gente que usa o argumento (idiota, na minha opinião) de que por já ter tido a doença está imunizado e por isso não pode mais transmitir o vírus. Aí, elas deixam de tomar os devidos cuidados. Não sabem que podem se infectar de novo com uma variante do vírus ou ser o vetor da doença, ou seja, carregar o vírus de uma pessoa para outra. As pessoas não pensam com a cabeça, eu nem sei com o que elas pensam... Ou melhor, no fundo eu sei que elas pensam, o problema é que só pensam nelas mesmas.   
 
O grande problema da pandemia de COVID-19 é que ela é uma roleta russa. Qualquer um pode pegar e o desfecho da história é imprevisível. O contaminado pode ser assintomático e nunca saber que esteve doente ou pode ter apenas sintomas de uma gripe normal. Pode também ser um idoso já doente que precisará ser hospitalizado e que conseguirá sobreviver ou um jovem saudável que precisará ser intubado e morrerá em menos de uma semana.
 
A doença está chegando cada vez mais perto da gente e vai atingir a todos em maior ou menor proporção. Eu achei que minha família sairia ilesa desta pandemia, mas ela matou um tio meu, irmão da minha mãe. É difícil de acreditar que isto aconteceu.
 
Eu vejo pessoas sem máscaras andando na rua à esta altura do campeonato. Vejo pessoas tomando medicamentos que a ciência diz não fazer efeito preventivo nenhum. Sorte, esta é a palavra chave para esta pandemia. Dependemos dela e por isso precisamos melhorar nossas probabilidades de viver.
 
Estamos numa roleta russa. Precisamos fazer de tudo para adiar a nossa vez de atirar em nossa própria cabeça porque quando ela chegar, só poderemos contar com a sorte.
 
Eduardo Franciskolwisk

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Enchente em Barretos – Tragédia e Tristeza

Rua virou rio em Barretos - Janeiro/2022

 

No dia 06/01/2021 choveu muito forte aqui em Barretos. Foi um temporal bravo. Causou estragos na cidade inteira como eu nunca tinha visto e uma senhora de 77 anos morreu.
 
Era uma quinta-feira na hora do almoço quando a chuva começou. A impressão que tive foi que choveria um pouco e logo pararia. Mas a chuva começou, ficou forte e não parou tão cedo como eu imaginava.
 
Fiquei preocupado com algumas goteiras que apareceram aqui em casa, o que tem me deixado muito ansioso e desanimado. Em outubro passado, já tinha tido um temporal aqui na cidade e fez estragos na casa de algumas pessoas aqui perto. Depois disto, só de ouvir falar em chuva, meu coração dispara. Talvez eu esteja tendo ataques de pânico por causa de chuva. Podem rir, é engraçado e meio surreal.
 
Na chuva de outubro de 2021, aconteceram as mesmas coisas que agora, na chuva de 06 de janeiro de 2022, mas desta vez caiu mais água. Se não me engano, foram 100 mm na primeira e 150 mm na segunda. Ou seja, 50% a mais. Quando choveu no ano passado, eu estava sozinho em casa. Desta vez, minha mãe estava aqui e me perguntou:
 
— A chuva de agora está mais leve que da outra vez?
 
E eu respondi que achava que estava igual. Mas foi bem pior.
 
Eu moro perto de um córrego e toda vez que chove a rua aqui em frente de casa fica parecendo um riozinho devido à enxurrada. O problema fica um pouco mais para baixo, onde a água chega no ponto mais baixo e vai para o “corgo”. Foi tanta água na cidade toda que a água não teve vazão.
 
E a partir daqui vou contar o que vi.
 
Depois que a chuva deu uma acalmada, eu peguei o guarda-chuva e fui abrir o portão para ver se a enxurrada não tinha levado a calçada embora. Fui ver também como estava a situação do local onde sempre alaga. Tinham 2 carros no meio da enchente. O carro escuro estava com água até a metade da porta.
 
Na esquina tinha um homem de capacete conversando com alguém. Quando ele me viu, veio em minha direção e começou a conversar comigo. Ele disse que tinha perdido tudo e que a moto tinha sido levada para dentro do córrego pela água. Levou também cartão de crédito, celular e a comida que ele ia levar para a sogra. Tudo. Tadinho fiquei com dó dele, mas ele parecia meio bêbado então, não achei que a moto tivesse ido embora pelo córrego. Achei que ela tinha ficado parada atrás do carro escuro e falei isto para ele. Ele pediu para ligar para a polícia, liguei, mas não havia muito o que eles fazerem e outras pessoas poderiam estar pior do que ele. Enquanto conversávamos, começou a aparecer uma coisa que parecia mato no meio da enxurrada e era a moto dele. Umas pessoas ajudaram ele a pegar a moto. Eu não ajudei porque ainda não tinha me tocado da realidade. Graças a Deus a enxurrada não levou a moto, mas estragou bastante coisa. Ele só ralou o joelho.
 
Quando eu fui ver a moto, vi um outro carro parado na contramão. Era de outro homem que também tinha sido pego pela enxurrada. O furgãozinho dele estava sem uma parte da frente e não ligava mais. Depois, soube que ele estava lá na enchente e que um outro carro ajudou a puxar o carro dele para fora da água. O celular dele não fazia mais ligações apesar de ainda estar ligado. Emprestei o meu.
 
A partir daí a água baixou muito e chegaram mais pessoas. Foi quando eu fiquei sabendo que a enxurrada quase tinha levado dois carros para dentro do córrego. A chuva de outubro derrubou o muro de um terreno que ficava do lado do córrego. Os carros foram levados para dentro deste terreno. Um dos carros, um fusquinha, era de um vizinho e estava dentro da garagem do outro lado da rua. As águas derrubaram o portão dele (de novo, na outra chuva isto já tinha acontecido) e levaram o carro. Eu também vi algo que parecia ser uma máquina de lavar roupa ou um tanquinho flutuando na correnteza em direção aonde os carros estavam.
 
A casa de um moço foi alagada mais uma vez. Ele perdeu tudo de novo. Além disso, o muro da parte de trás da casa dele caiu.
 
Na casa do lado, uma parte da cozinha desabou.
 
Na verdade, a água chegou até o teto daquele carro escuro que eu vi com água até a metade da porta. E na casa dos donos deste carro quase chegou a entrar água, não entrou porque ela foi feita lá no fundo do terreno e bem alta. Ajudei a empurrarem o carro para dentro da garagem.
 
Vi a vizinha deles chorando porque entrou água na casa dela. Imagino que não entrou muito. Mas a possibilidade disto acontecer é aterrorizante. E o pouco que entrou deve ter sujado tudo. Eu sei que é desesperador ficar na expectativa do que vai acontecer ou não quando chove. Isto acontece comigo.
 
Tudo isto que eu contei eu vi, pois aconteceu aqui do lado de casa. Teve coisas piores. Teve outros pontos de enchentes. Teve rua que virou um rio bravo. Foi tão forte que arrancou todo o asfalto. Várias calçadas também foram arrancadas. Abriu uma cratera numa pista que passa por cima de uma ponte.
 
O pior de tudo foi uma senhora de 77 anos que ficou assustada por estar no meio da enchente, saiu do carro e foi levada pela água. Ela morreu e o corpo foi achado após ela ficar 2 dias desaparecida.
 
Foi muito trágico. Tudo isto é muito triste e desesperador. Espero que estas coisas não piorem meus ataques de pânico por causa da chuva. Mas o que é um ataque de pânico perto de tudo isto que eu contei? Não é nada.
 
Eduardo Franciskolwisk

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