Conhecendo o Leitor

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segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Ódio no Coração



Tem dias que eu acordo odiando tudo e todos. Hoje é um desses dias.
 
Seria melhor eu não ter visto ninguém.
 
Hoje, eu odeio todas as pessoas e sinto desprezo por elas. São falsas, folgadas, aproveitadoras, más e egoístas. Eu consigo ver em cada uma a má intenção através de um sorriso ou de um estranho “Bom dia” que me faz pensar que “alguém caiu da cama e bateu a cabeça”. Essa gente só joga se tiver alguma coisa a ganhar.
 
Hoje, eu odeio a minha vida e odeio quem sou. Odeio as escolhas que fiz e odeio um futuro que poderia ser e não foi. Odeio todas as pessoas que cruzaram o meu caminho e também o mal que me fizeram mesmo pensando em me fazer o bem. Odeio cada ação que me fez chegar aonde cheguei. Odeio pensar que em outra dimensão “meu eu” acordou hoje amando tudo e todo mundo.
 
Odeio ter que acordar cedo e ir trabalhar. Odeio não ver sentido nenhum nisto, de correr atrás do meu próprio rabo. Odeio não ver sentido na vida. Odeio gente que se esforça ao máximo para que percamos a vontade de sorrir.
 
Odeio tudo a ponto do meu clima ficar pesadíssimo. Se eu quiser, consigo fechar o tempo de qualquer lugar em que eu estiver, como a X-men Tempestade.
 
Eu odeio ter que ficar consertando a cagada e a folga dos outros. Odeio sentir meu coração disparado parecendo um ataque cardíaco. Odeio ter que responder perguntas aparentemente inocentes, mas que por trás querem capturar todo um contexto.
 
Odeio pessoas mornas. Nem quente, nem frio. Nem sim, nem não. Odeio gente cuja personalidade é não ter personalidade.
 
Odeio o interesse das pessoas por trás de suas ações. Chego a sentir nojo. Eu odeio a política e a forma como ela funciona: pedala, pedala, pedala e não sai do lugar. Isto é intencional. Odeio ter descoberto isto e ter perdido a esperança.
 
Eu me odeio por completo. Odeio usar óculos. Odeio ser careca. Odeio minha forma TOCada de pensar. Odeio não sentir mais a felicidade genuína. Odeio ser maluco. Odeio não ter coragem. Odeio ter medo do futuro. Odeio ser doente mental. Odeio a vida como ela é. Odeio ficar despersonalizado. Odeio não sentir emoção.
 
Odeio ter insônia e odeio não conseguir dormir direito. Odeio não conseguir mais sonhar.
 
Odeio viver na imaginação. Odeio odiar ter um cachorro. Odeio limpar a casa. Odeio fazer coisas de mulher e de homem em casa. Odeio a forma que fui criado. Eu odeio não precisar de ninguém e odeio ser responsável por tudo. Odeio a Igreja Católica e toda sua hipocrisia.
 
Odeio que nada que faço dá certo. Odeio meu toque de Midas invertido – tudo que toco vira merda: “toque de mierdas”. Odeio não conseguir mais assistir filmes. Odeio normalizarem filmes com 3 horas de duração. Odeio ar-condicionado no modo freezer.
 
Odeio viver. Odeio ter depressão. Odeio minhas memórias e ficar relembrando delas. Odeio me importar com quem não se importa comigo. Odeio ter dificuldades de jogar coisas fora. Odeio não ter coisas bonitas e positivas para dizer às pessoas.
 
Odeio festas e odeio ainda mais as pessoas que transformam nossos dias de festas em dias de brigas e de tristeza. Odeio as pessoas de uma forma geral.
 
Odeio perder a saúde correndo atrás de dinheiro. Odeio que doença mental seja considerada frescura e o câncer, não. Odeio ter nascido em família de gente burra. Odeio ter herdado o gene da burrice.
 
Odeio ouvir a opinião das pessoas e acreditar que aquilo é uma verdade absoluta. Odeio quem não sabe, mas finge que sabe e fala como se tivesse certeza daquilo.
 
Odeio não ser Deus e odeio não poder jogar raios em algumas pessoas, transformando-as em pó e fazendo do mundo um lugar mais legal. Odeio ter descoberto que Deus não existe e odeio não sentir a ilusão de que a minha vida vai melhorar se eu ficar repetindo preces.
 
Odeio as pessoas que conseguem ser felizes, mesmo após terem sido atropeladas por um trem. Odeio gente que possui a estranha mania de ter fé na vida.
 
Ontem, tive uma dor física muito forte. Foi um torcicolo nível 8/10 que quase me impedia de levantar do sofá. Pode ser que isto tenha me influenciado a acordar com ódio no coração e sangue nos “zóio”.
 
Odeio, principalmente, gente que odeia tudo. Odeio hoje. Só hoje. E talvez amanhã.
 
Eduardo Franciskolwisk

segunda-feira, 22 de julho de 2024

Dislexia

Neste mês, depois de pagar as contas, quase tive um mini infarte.
 
Eu paguei as contas no dia 05/06/24 e ao conferir no comprovante da conta de luz, percebi que o valor pago não batia, estava diferente.
 
Olhei a data do comprovante e era do dia 05/06/24. Continuei procurando o erro e não achei. Olhei mais uma vez e a data estava certa: 06/05/24.
 
Aí a ficha caiu. Era o comprovante do mês passado. Era do dia 06/05/24.
 
O problema é que 05/06/24 e 06/05/24 é praticamente a mesma coisa. Olhando os dois juntos dá para ver melhor a diferença, mas separados são praticamente iguais. Diferença pouca de 1 mês.
 
A culpa não é minha. Agora resta saber de quem é a culpa. Se é da dislexia ou se é dos americanos, que trocam o dia pelo mês na hora de escrever as datas. Nós escrevemos DD/MM/AA e eles escrevem MM/DD/AA.
 
O meu relógio de pulso é digital e a data é no formato americano. Eu fico meio confuso na hora de saber a data nos primeiros 12 dias do mês. Só tenho certeza do dia quando já passou do dia 13. Afinal, não tem mês de número 13 e aí tenho certeza que aquele número é o dia.
 
Então, me embanano bastante quando me perguntam “Que dia é hoje”. Aliás, eu uso relógio digital justamente porque é mais fácil visualizar as horas. No relógio de ponteiros eu passo vergonha. Não que eu não saiba ver as horas no relógio analógico, eu sei, mas acho muito difícil fazer isso. Tenho que pensar muito: ponteiro pequeno em tal lugar e o grande em tal lugar, vezes 5, calcular, etc. E no final a hora não é exata. É aproximada. O relógio digital dá horas, minutos e segundos “exatamente”. Gosto muito mais assim.
 
Meu problema com inglês dá uma passadinha na falta de processamento de palavras com 3 consoantes juntas. Meu cérebro dá uma bugada. Eu nunca sei a ordem certa delas.
 
Agora eu sou velho e já aprendi, mas passei boa parte da vida me perguntando a ordem das letras: o correto é Christmas ou Crhistmas?
 
Eu ainda não consigo ver diferença entre as palavras: thought, though, through, thorough e thought. Minha inteligência entra em colapso e mostra sua real identidade chamada burrice. E só escrevi certo porque copiei e colei do google.
 
Eduardo Franciskolwisk

terça-feira, 16 de julho de 2024

Férias - Uma viagem à realidade

Estou de férias. E é só. Podem ir embora. A novidade era esta. Não tenho mais nada a acrescentar.
 
Eu gostaria de dizer que vou viajar ou fazer coisas legais, mas não é isto que acontecerá. Até descansar eu não posso dizer que estou conseguindo porque tenho arrumado algumas coisas aqui em casa e fiquei mais cansado do que trabalhando normalmente.
 
Quando eu foco em uma coisa, eu esqueço de tudo. Nem para comer eu parei. Foi coisa de umas 10 horas direto por alguns dias. Eu simplesmente tenho dificuldade de arrumar e de me desfazer de algumas coisas. Mas joguei bastante coisa fora.
 
Eu queria muito ir viajar, mas eu não tenho a menor vontade de ir. Não é contraditório? É esquisito. Quero viajar, mas me dá um desânimo. Eu imagino muitas coisas. Viajar e fantasiar situações na minha mente tem sido suficiente por um lado e ruim por outro porque me sinto frustrado.
 
A viagem na minha mente ou assistindo vídeos do YouTube sobre os lugares tem sido bastante confortável. Na viagem real podem acontecer problemas e se tiver pessoas na viagem, o problema é garantido porque as pessoas adoram arrumar problemas e confusão por qualquer besteira.
 
Pessoas é igual problemas.
 
Eu queria muito ainda ter a magia que as pessoas têm em suas vidas. Mas eu não tenho. Ouso dizer que as pessoas que têm magias em suas vidas são aquelas que transformam a vida dos outros em um inferno. São aquelas pessoas sem noção de tudo, sem noção de realidade e sem noção de espaço.
 
Me dá um desânimo muito grande de viajar e saber que eu vou me estressar mais do que ficando em casa. Me sinto um idiota em pagar caro numa viagem para outro país e ser maltratado pelo povo local.
 
Além disso, depois que a gente se frustra com alguma coisa, a gente vira um ThunderCat com a Espada Justiceira: ganhamos visão além do alcance.
 
Aquele brinquedo não fazia tudo o que fazia no comercial. Aqueles passeios da CVC não eram tão legais quanto pareciam no roteiro da viagem.
 
Viajar para lidar com pessoas mal-educadas ou que arrumam problemas onde não tem ou que te enganam? Não, obrigado.
 
Outro ponto interessante é que eu me sinto meio preso às responsabilidades. Não sinto felicidade sabendo que não sou livre de verdade porque tenho sempre que voltar para um lugar torturante. Será que vou ser feliz depois de aposentado?
 
Lembro que quando criança, eu ia passar uns dias na casa da minha tia com os meus primos. Quando eu voltava, sentia uma sensação de tristeza muito grande. De voltar para o lugar onde me fazia mal, onde não havia felicidade.
 
Talvez eu não queira viajar porque depois da partida, tem sempre a chegada. A hora da volta sempre foi um retorno a uma vida de problemas, tristezas e responsabilidades. Voltar à realidade. Eu me lembro até hoje do meu coração queimar.
 
Eduardo Franciskolwisk 

terça-feira, 25 de junho de 2024

Uma experiência diferente no banho

Hoje, enquanto eu tomava banho, fui tomado por um sentimento muito ruim.
 
Foi bem esquisito. Eu estava bem e pensei algumas coisas que me fizeram lembrar vagamente de um sonho ruim. Também não tenho certeza se era de um sonho ou se era alguma coisa que vi ou imaginei acordado.
 
Eu não sei claramente o que é porque foi muito vago. O sentimento ruim aconteceu por alguns segundos, mas mantive a calma e consegui não me deixar influenciar.
 
Foi como viver um pesadelo que já tive antes, mas desta vez acordado. Era real.
 
Eu acho incrível estas coisas que acontecem só na nossa mente, mas que derrubam nosso mundo inteiro.
 
São experiências únicas que têm seu lado de beleza apesar de serem horríveis.
 
Eu senti um mal muito grande. Era um sentimento muito negativo. Uma coisa pesada. Se existe o demônio, eu estive com ele hoje. E eu estava peladão.
 
Senti meu corpo comprimido num espaço muito pequeno, como se amassassem meu coração.
 
O mais incrível é que me mantive calmo para assumir o controle de mim mesmo e tentei pensar em coisas boas.
 
Por uma fração de tempo, me senti perdido.
 
Agora, algumas horas depois, sinto que talvez isto possa me influenciar negativamente nos próximos dias. Agora me sinto levemente vazio. Um incômodo no coração.
 
Vou tentar dormir cedo vendo filmes felizes e coloridos. Mas já estou mais calmo só por escrever e compartilhar esta experiência maluca com o mundo.
 
É incrível o que a mente pode fazer. É mais incrível ainda que eu tenha sido sorteado com uma mente focada em coisas ruins, até quando tudo está bem. Aliás, tudo estar bem é um forte indício de que vai acontecer alguma desgraça.
 
Talvez, escrevendo isto eu queira compartilhar energias negativas com vocês, mas não se assustem porque a energia negativa foi neutralizada por mim. Bom... pelo menos eu acho...
 
Vou parar por aqui. O papo está parecendo coisa de gente maluca. Eu, hein.
 
Eduardo Franciskolwisk
 
P.S.: Enquanto eu passava o texto a limpo, o cachorro vomitou. Seria ele colocando pra fora as coisas ruins? Existe uma história que diz que os animais absorvem as coisas ruins que vão acontecer com a gente. Em de acontecer conosco, acontece com eles.
 
P.S.2: Agora é 1:30 da manhã e foi-se a tentativa de dormir cedo... Eu fiquei limpando vômito. Seria a vida me empurrando uma forma de aliviar a mente através dos cuidados com o meu cachorro? Pensando na limpeza vomitícea, penso menos em coisas ruins.
 
P.S.3: P.S. não significa PlayStation, mas sim “Post Scriptum”, que significa "escrito depois".
 
P.S.4: É onde vejo filmes porque não tenho uma Smart TV.
 
P.S.5: Eu dei remédio para o cachorro. Espero que inventem logo um remédio para a alma.

segunda-feira, 10 de junho de 2024

Eu odeio segunda-feira

A vida inteira eu sempre tive um dia da semana que eu odiava. Por uma época, este dia foi a quarta-feira. Foi quando eu trabalhava na previdência. Não sei porquê, eu cismei que os problemas aconteciam mais provavelmente na quarta e passei a ter crises de ansiedade neste dia. Mas contando a vida inteira, o dia que eu mais odeio é a segunda-feira.
 
A tristeza já começa no domingo. Quando criança, domingo à noite me dava uma angústia que começava com as músicas de programas dominicais. E o Jesus do SBT me fazia chorar de verdade. De emoção, de medo e principalmente por causa da ameaça que ele fazia.
 
“Paz, amor, fé, esperança, luz e união não são apenas palavras. Você tem certeza que já fez tudo que podia pelo seu semelhante? Pense bem, pois um dia vamos nos encontrar. E eu gostaria muito de chamá-lo de MEU FILHO!”
Frase ameaçadora de Jesus do SBT
 
Aí, a gente já ia dormir com o astral para baixo. O pior de tudo é que, além de Deus estar de olho em mim, no outro dia tinha escola.
 
Depois de crescer, a vida só piora e temos que trabalhar para não morrer de fome. E a segunda-feira continua a ser o pior dia. Talvez por ser o começo da semana. No fundo sabemos que é o dia que começa a tortura e não podemos reclamar muito.
 
Hoje eu acordei 1 hora antes do despertador e fiquei esta 1 hora pensando em problemas que poderiam ou não acontecer. E isso já me gerou ansiedade. Nas últimas semanas eu não senti tanto isso. Talvez por ter dormido mais tarde. Acho que é por isso que eu acostumei a dormir tarde: para não dar tempo de acordar antes e pensar na vida.
 
Segunda é o pior dia. Às vezes paro de trabalhar meia-noite. Só de ser segunda-feira me sinto mal. E fico incomodado porque os outros em volta não sentem o mesmo e agem como se não se importassem. Aí eu penso "Sou só eu ou mundo está ficando mais louco?". Provavelmente, sou só eu.
 
Neste momento enquanto escrevo (sentado na privada) me deu vontade de chorar. Sinto muitas coisas que, às vezes, não consigo suportar e por isso, às vezes, acho que sou autista.
 
Sinto muita pressão. Sinto que meu corpo é como uma panela de pressão por dentro e que a qualquer momento vou explodir. Acho que um dia meu coração vai explodir de tanta preocupação, literalmente.
 
Tento me acalmar. Por fora sou um mar calmo, mas por dentro sou uma tormenta, um mar agitado constantemente.
 
Não sei se piorou ou se melhorou ao longo dos anos. Acho que piorou nos últimos 10 anos. E a segunda-feira deixa isto explícito: “Vá para a sua rotina de sofrimento e problemas. E se não tomar cuidado, você será devorado ou fodido por alguém.”
 
Segundas-feiras me lembram o quanto eu sou trouxa. Tanta gente por aí aproveitando a vida e você, trabalhando.
 
A segunda-feira é um dia triste, me dá ansiedade, eu fico muito apreensivo, tenho muito trabalho, fico muito instável e irritadiço. Como gostar de um dia assim?
 
Eduardo Franciskolwisk

domingo, 26 de maio de 2024

O Cachorro e a Bosta

Como a vida pode mudar de um segundo para outro, não?
 
Este domingo estava tudo tranquilo. De repente mudou tudo. E eu que estava de boa na lagoa, fiquei putaço.
 
Se tem uma coisa que me irrita é ter que limpar bosta de cachorro. E ultimamente tenho limpado até a bunda peluda dele com papel higiênico. Faço isso pra ele não entrar na casa e sentar com o traseiro tudo sujo de cocô no chão, deixando a bosta ali carimbada.
 
Como eu disse, estava tudo tranquilo e o cachorro foi lá pra fora. Aí, eu já saquei que ele ia fazer cocô. Eu já sou PhD em saber quando ele cagou. Dito e feito. Ele tinha cagado perto do portão.
 
No momento em que eu ia limpar o interfone tocou. O cachorro ficou maluco de ansiedade. Encarnou o Taz parecendo um furacão e fez de tudo pra ser notado: latiu, rodou igual pião, deu um duplo triplo twist carpado e, nesta explosão de felicidade, pisou no cocô que ele mesmo tinha acabado de fazer.
 
Aí, saiu andando com uma pata embostejada e carimbava o chão de bosta por onde pisava. Não bastava eu ter que limpar um cocô, eu teria que limpar vários locais sujo de merda.
 
Na hora o sangue já me subiu à cabeça e fiquei nervoso. Puto.
 
Já comecei a limpar na hora porque se a bosta seca, fica muito mais difícil limpar. Comecei pelo cachorro. Lavei as 4 patas para garantir que não ia carimbar mais nada, mesmo ele tendo pisado com uma pata só. Depois, limpei o chão.
 
Vocês não imaginam a felicidade que me dá em limpar bosta de cachorro. Eu acordo todas as manhãs cantando: “Hoje feliz serei,
porque muita bosta limparei” – no estilo Roberto Carlos.
 
Sério mesmo: eu odeio limpar bosta de cachorro. E aqui em casa ninguém ajuda. O cachorro não é meu, não fui eu quem pegou ele, mas sou eu que dou comida, água, passa remédio e limpa a bosta.
 
Lá fora no portão, era a minha irmã que trouxe o caos junto com morangos. Ela não ficou nem 1 minuto completo. Se ela não tivesse vindo aqui, nada disso teria acontecido. É o efeito borboleta, um acontecimento causa outro acontecimento que, por sua vez, gera outro acontecimento e assim vai sucessivamente até dar merda. Ou seja, no final tudo vira bosta.
 
E eu já sei, sou eu quem vai ter que limpar.
 
Eduardo Franciskolwisk

domingo, 12 de maio de 2024

Dias das Mães de merda

O Dia das Mães de hoje foi uma merda. Eu não devia ter ido. Talvez, se eu tivesse ficado em casa estaria melhor mentalmente.

Fomos ao shopping e chegamos cedo para pegar a mesa grande e redonda. Uma que todo mundo fica longe um do outro e ninguém ouve o que o outro está falando. O máximo que dá pra conversar confortavelmente é com as duas pessoas que estão à sua direita e à sua esquerda. O barulho de multidão ajuda a piorar e o cantor cantando ajuda ainda mais.
 
Fomos às 11 horas da manhã, horário com tudo fechado. As lojas só abririam as 13 horas. É muito legal ir no shopping com tudo fechado, a gente se sente um idiota, do jeitinho que eu realmente sou.
 
Na mesa, depois que todos chegaram, poucas conversas, poucos sorrisos. Parecia que todos estavam lá por obrigação e talvez estivessem mesmo. São nestes momentos que eu percebo que a minha família está quebrada.
 
Eu reconheço que hoje eu não estava para interação, mas me esforcei pra ir para ver se meu ânimo melhorava. Chegando lá, mais pessoas não estavam para interação. Meus sobrinhos depois que cresceram ficaram muitos distantes. Distantes de mim e entre eles mesmo. É como se eles não se conhecessem. Um “oi” é o suficiente e olhe lá. Eu acho estranhíssimo.
 
Não sei se é a idade ou se é o celular. O bendito amaldiçoado do celular. Objeto que aproxima os que estão longe e afasta os que estão perto.  
 
Não comi nada no almoço do dia das mãe porque não estava com fome. Tomei apenas uma casquinha McDonald´s. Então, eu saia bastante da mesa para andar. Uma hora quando voltei para a mesa, tive a impressão que algumas pessoas falavam de mim pois o assunto morreu e começaram outro.
 
Hoje nem fingir um sorriso eu conseguia. Então quando me chamaram para a foto, eu recusei.
 
Quando já estávamos indo embora, minha irmã falou algo do tipo “bla bla bla ... que você é uma pessoa com muita negatividade...”. Eu fingi que não ouvi porque não estava nem com energia para responder. Ela está errada? Não.
 
Pessoas depressivas são mesmo negativas, tristes e desesperançosas. Nenhuma novidade nisto.
 
Eu mesmo me sinto pesado. Talvez seja o fardo que eu carrego das coisas que me mandaram carregar e das infinitas coisas que eu carrego por conta própria. Às vezes acho que todos os ambientes que estou são pesados. Ou eu tenho azar ou eu sou o ser contaminante.
 
A coisa está tão difícil que talvez eu esteja despersonalizado.
 
Na semana passada, o combinado era que iríamos para uma outra cidade passar o Dia das Mães lá. Fiquei imaginando a semana inteira como seria. Criar expectativas é um grande erro que cometo de vez em quando. A imaginação sempre vai ser melhor e mais perfeita que o mundo real.
 
A realidade é muito dura e algumas eu não consigo dizer e alto e bom som, embora eu enxergue e saiba delas. O Dia das Mães foi ruim. Pode ser que a vida nos dê o que mereçamos.
 
Eduardo Franciskolwisk

terça-feira, 7 de maio de 2024

Melhorei e voltei a ficar mal

Depois de 2 semanas, vim atualizar os possíveis leitores.
 
Eu melhorei e passei uns 10 dias bem. E quando eu fico bem demais, eu já prevejo que vou ficar mal. Às vezes, acho que sou bipolar.
 
Fiquei mal no domingo, depois de ver minha mãe chorar porque quem não estava bem era ela. Eu tenho disso, sou uma esponja para coisas ruins.
 
Aí, no domingo à noite, eu ouvi um som que para mim era de uma telha caindo. Achei que fosse telhado aqui de casa desabando em mim. Ele não está muito bom.
 
Subi num lugarzinho pra ver o telhado e vi as telhas meio fora de ordem e achei que estavam mais fora de ordem do que o normal. Achei que o barulho tivesse vindo daqui e subi no sótão para tentar dar uma arrumada.
 
Subi só de cueca e chinelo velho com uma lanterna. Mexi um pouco, mas acho que não mudou muito, mesmo assim, fiquei com a sensação de que por eu ter mexido, daria alguma coisa errada numa próxima chuva. Coisas do meu TOC. Evito ao máximo mexer em coisas que estão dando certo. “Não se mexe em time que está ganhando”, dizem.
 
Saí do sótão um pouco sujo, mas sujo o bastante para ter que limpar a escada, o chinelo, o chão, a cueca, a lanterna. Enfim, o domingo à noitinha do descanso virou um cansaço mental (de preocupação) e físico (já que fiquei agachado lá em cima até quase não aguentar as pernas).
 
Na segunda-feira, acordei meio choroso e com sensação de queimação no peito. Chorei um pouquinho antes de ir trabalhar e melhorei ao longo do dia. À noite, me preparei para dormir e esqueci de recarregar o celular. Deixei ele recarregando, mas queria tirar ele da carga antes de dormir. Esperei até 1 hora da manhã. Eu brigava com o sono para não dormir e conseguir assistir uma série. Quando ele recarregou, eu coloquei um filme para dormir e acho eu já estava dormindo quando ouvi um estrondo.
 
Fui lá fora e uma telha tinha caído no quintal. Era aquelas telhas de borda. O curioso é que a telha que caiu era lado completamente oposto aonde eu tinha ficado preocupado. Aí, à 1 hora da manhã, eu estava juntado os pedaços da telha e varrendo o chão para deixar um pouco limpo. Fui dormir: eu já  tinha tomado melatonina e também o alprazolam.
 
Hoje (terça), eu não chorei quando acordei, mas chorei bastante no almoço. Um choro contido. Tudo em mim é contido. Até para chorar eu me contenho e choro em silêncio. Às vezes eu queria chorar de soluçar e fazendo barulho, mas me seguro pra não preocupar as pessoas e também para não parecer um louco descontrolado.
 
Pensando, percebi que sou contido em tudo (ou quase) o que vou fazer. Faço as coisas com medo e já pensando no pito que vou levar se der errado. Eu sofro com isto.
 
Depois, quando voltei do trabalho, chorei mais um pouco. Logo depois, eu fui me distrair com o meu vício de ver TikTok e Kwai. Ultimamente, tem sido a minha diversão e passatempo. Também acho que estou exagerando, mas quando vejo, as horas já passaram.
 
Agora estou aqui escrevendo porque escrever me relaxa. Me ajuda a ficar mais tranquilo. Talvez porque para escrever eu tenha que diminuir a velocidade dos pensamentos e focar em uma coisa. Eu queria escrever ficção e inventar histórias, mas só o que tenho a contar é como a minha vida está sendo difícil nos últimos anos.
 
Eduardo Franciskolwisk

domingo, 21 de abril de 2024

Estou em crise depressiva

Nos últimos meses, não tenho estado bem. Minha saúde não está boa. Não sei o que eu tenho. Acho que é depressão.

Acho que sou uma pessoa estranha, esquisita. Não tenho amigos e as pessoas ao longo do tempo, vão se afastando de mim. Antes era só amigos, mas nos últimos anos tem acontecido com familiares também. Não sei se isto é normal de acontecer à medida que você vai envelhecendo ou se é exclusivamente comigo, pelo problema ser eu.

Fazia um bom tempo que eu sentia dores de cabeça no final do dia, mas eu sempre associava com o cansaço e com o frio que eu passava no trabalho devido ao ar-condicionado, mesmo no calor do verão brasileiro.

No mês passado, eu peguei Herpes Zoster. Um dia, tive uma briga aqui em casa. Fiquei bem mal com isso, mas fui levando a vida com a barriga como sempre. Uma semana depois, eu comecei a ter mal estar e começou a parecer uns inchaços na minha cabeça. Achei que era espinha, mas era Herpes Zoster. Eu acho que a briga/discussão baixou a minha imunidade.

Eu passei mal e achei que ia morrer. Eu sempre acho que vou morrer quando fico doente por mais idiota que seja a doença. Só consegui 1 dia de dispensa no trabalho e neste dia eu fiquei de cama.

Melhorei, mas ainda fiquei com dores de cabeça. E sinto muito cansaço físico. Às vezes, até para falar me faltar ar. Faço minhas coisas normalmente só que mais devagar. Minha testa do lado esquerdo (local das lesões) ficou com a pele manchada.

Muitas pessoas falaram para eu fazer exames. Fui na médica do postinho e ela pediu muitos exames. Não voltei lá ainda, mas acho que os exames estão bons. Então, a baixa da imunidade deve ter sido emocional por causa do estresse da briga.

Por causa da dor de cabeça, esta semana fui no oculista e mudou o grau dos óculos. Eu não gosto de mudanças, então, isto já deve ter mexido com o meu emocional. Além disso, coloquei na cabeça que posso ter sido enganado pela ótica. Maluquices minha.

O fato é que sexta peguei um dia de folga e chorei o dia inteiro. Não era uma coisa para estar feliz? No sábado, eu comecei a tomar 15 mg de escitalopram e já tive menos crises de choro. Eu estava tomando metade (7,5 mg) para economizar remédio e ter para mais dias, mas pelo visto deve ter dado muito errado.

Agora, domingo de manhã, já tive uma crise de choro e um pouco de queimação no peito. Tomei o remédio e vamos ver como passo o dia. Mas sei que ele pode demorar para fazer efeito. Como eu não parei de tomar o remédio, espero que em 1 semana ele já me ajude.

Sábado, passei em uma academia aqui perto de casa para perguntar preços. Estou pensando em começar para distrair a mente, ter o que fazer. Talvez conhecer pessoas e interagir mais. Mas eu odeio academia. Não sei se vou levar isto adiante.

Neste momento, eu tenho vontade de sair, ir no shopping, mas ao mesmo tempo não tenho a vontade de realizar isso. Eu quero ir, mas não quero ir. Se isto não é ser maluco o que seria? Eu sei que preciso espairecer a cabeça, mas ao mesmo tempo algo em mim me diz para não ir.

Eduardo Franciskolwisk

terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Uma pessoa transtornada

 

Nos últimos anos, quase não tenho postado nada de relevante aqui. Às vezes, acho que o blog inteiro é irrelevante. No começo, se é que eu me lembro do começo, o blog era para postar meus contos e algumas crônicas do dia a dia, mas com o passar do tempo ele foi virando um lugar de desabafos. Pois, então, vamos às lamúrias da minha vida que para vocês são novidades e (acreditem) para mim também é.
 
Eu tenho Transtorno de Personalidade Evitativa (Esquiva) – TPE – e também tenho TOC – Transtorno Obsessivo-Compulsivo. Para completar, a cereja do bolo é que existe a suspeita de que eu seja autista ou que eu tenha TDAH – Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade. Ou talvez, eu seja os dois. Duas cerejas é bem melhor que uma só, né? Além disso, o que é um peido para quem já está cagado?
 
Eu sempre tive um pouco de TOC desde criança, mas em 2023 eu arrasei e ganhei o “Prêmio Monk”. Pela primeira vez, eu sofri de verdade.
 
O transtorno de personalidade esquiva (evitativa) foi uma novidade para mim porque até então eu achava que tinha Fobia Social. Hoje, acho que tenho os dois.
 
Em relação ao autismo (Transtorno do Espectro Autista – TEA), algumas vezes na vida já me perguntei se eu era, principalmente agora com inúmeros vídeos sobre o tema “Sintomas de autismo em adultos”. Mas eu tenho as minhas dúvidas sobre ser autista porque quando criança eu era mais normal (eu acho...). Então, às vezes penso que adquiri o autismo na vida adulta, mais especificamente nos últimos 10 anos. Como adquirir autismo não é possível (ou você nasce autista ou não) eu penso que me sinto assim simplesmente porque minha alma morreu. Porém, tenho uma postagem de 2018 sobre eu ter “Síndrome de Asperger”, hoje autismo nível 1, e naquela época eu já achava possível ser autista.
 
Sobre o TDAH, eu também já suspeitava antes, mas esta teoria ganhou forças e eu mesmo fechei o diagnóstico quando 2 sobrinhos meus foram diagnosticados com TDAH. Eu acho difícil me concentrar em algo chato, barulhos bobos me desconcentram e eu viajo muito na maionese. Eu devaneio muito, imagino e penso muitas coisas, minha cabeça não para. Mente fica rodando sem parar igual a um motor.
 
Por exemplo: Vou escrever sobre a bolha de sabão. Aí eu linko de alguma forma ao esgoto, depois com a Segunda Guerra Mundial e no final estou pensando na propaganda dos “pôneis malditos” (leia cantando a música, por favor). E a bolha de sabão, bem... Que bolha de sabão?
 
Enfim, o autismo e o TDAH eu teria que ir ao médico para ser diagnosticado ou não. Mas eu não estou a fim de ir. Estou cansado.
 
Depois de tantos “T`s” que escrevi acima e de tudo o que eu tenho vivido e pensando, só posso chegar a uma conclusão: eu sou uma pessoa transtornada.
 
Eduardo Franciskolwisk

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