Hoje
e por uma semana decidi utilizar o blog para o que ele foi feito: um diário.
Será um teste para ver o que vira.
Antes
de tudo devo contar que quando eu estava na 3ª série, a professora mandou os
alunos fazerem um diário. No começo, eu contava o que tinha acontecido naquele
dia e dava meia folha do caderninho. Com o passar dos dias, foi-se percebendo a
minha empolgação: em 3 linha eu contava meu dia inteirinho. E o detalhe era que
todos os dias eu fazia a mesma coisas. Era algo assim: “Hoje eu acordei,
escovei os dentes, fui pra escola, voltei. De tarde fiz tarefa, brinquei. À noite,
eu tomei banho e fui dormir.” Será difícil não repetir esta fantástica
estratégia aqui, mas juro que vou tentar ser diferente nesta semana.
Então,
vamos lá:
Hoje,
acordei e peguei o celular. Eram 9:10 h, aproximadamente. Eu não tinha que
trabalhar devido ao revezamento que estamos fazendo por causa da pandemia.
Então, eu fui arrumar a casa junto com a minha mãe. Geralmente, eu arrumo no sábado,
mas quando estou em casa na sexta, acho melhor arrumar neste dia e depois ficar
com o sábado livre.
Não
gosto de arrumar a casa. Sempre me desanima. Mas como não tem outra saída, eu
comecei a fazer. Uma coisa que eu sempre lembro quando eu arrumo a casa é o
quanto eu sou lerdo para fazer as coisas. Eu me preocupo com alguns detalhes e
demoro bastante por isso. Levo isto como uma metáfora para a vida. No dia a dia
eu tb demoro pra fazer as coisas e isto irrita ou incomoda as outras pessoas.
Eu tento fazer as coisas certas e demoro um pouco mais por isto. A coisa
começou a me cansar demais. Às vezes eu queria ser como as outras pessoas e
fazer tudo de qualquer jeito, mas eu não consigo pq se eu fizer isto, eu vou me
ferrar. Sempre me ferrei na vida por causa disso. Uma das minhas revoltas na
vida é que as outras pessoas não se ferram por fazer as coisas de qualquer
jeito.
Arrumando
a casa, eu penso na vida. E quando eu penso na vida, eu penso merda. Hoje, me
deu uma sensação de desesperança, uma sensação de que as coisas não vão mudar.
Me deu vontade de chorar, mas eu não chorei. Foi só quase.
De
dois meses para cá, no começo de junho, tive um problema com a minha mãe por
causa do telhado da casa. Me senti mais uma vez desrespeitado e sem opinião. E
isto me mostrou o quanto eu não valho nada para ninguém.
A
partir daí entrei mais fundo no buraco que já estava. E não estou conseguindo
sair. Coisas que há muito tempo não aconteciam voltaram a acontecer. A sensação
de desânimo da vida ficou mais acentuada e coisas que eu fazia por obrigação,
mas fazia de boa, eu passei a não querer fazer. Um exemplo: eu passava minhas
roupas de ficar em casa e de dormir: depois que esta coisa aconteceu eu nunca
mais tive vontade de passar estas roupas.
Eu
não tenho vontade de ter um carro bom, de ter uma casa boa, de casar, nem de
ter filhos. Nem de namorar ou sair pra ir comer alguma coisa em um restaurante.
Eu não tenho mais vontade de quase nada e o meu medo é que um dia eu não tenha
mais vontade de tomar banho ou escovar os dentes. Nem que se for por obrigação.
Depois
deste fato eu passei a pensar bastante em terminar com tudo de uma vez.
Hoje
de tarde, ouvi um barulho muito alto vindo da rua, tentei olhar o que era pela
caixa de correio para não ter de abrir o portão. Aí, não sei o que eu fiz que a
minha bermuda engarranchou na torneira do alpendre, eu perdi o equilíbrio e
quase caí. Resultado, rasguei minha bermuda. Ela era muito velha, mas dava pra
usar. Eu adoro usar roupas velhas. Dentro de casa eu pareço um mendigo.
Depois,
como eu estava mal, eu saí e fui no supermercado comprar cookies para distrair
a cabeça. O que eu queria mudou a embalagem e diminuiu o peso, pra variar.
Já em
casa, fiquei sabendo que um primo meu, de outra cidade, está com COVID-19 e a
esposa tb. Mas faz muito tempo que eu não vejo eles.
De
noite depois de comer, fui em outro supermercado comprar uns biscoitos tipo
petisco. Fiquei lá um tempão enrolando, comprei muito chocolate - que eu sabia
que ia me arrepender depois -, mas comprei. Eu ia comprar presunto tb. Enfim,
tudo que eu ia comprar não tinha. O objetivo de distrair a cabeça adiantou só
um pouco.
Agora,
voltei a escrever este texto que eu tinha começado de tarde e estou sofrendo
com o calorzão em pleno inverno. Talvez eu responda à algumas pessoas pelo
aplicativo Slowly. Se vc não o conhece, dê uma pesquisada.
Depois,
eu vou tomar banho, tomar os remédios controlados, ver TV e dormir lá pelas 2
da manhã.
Este
texto deu 2 páginas e eu queria que desse só 1 para não cansar vc. Então, me
desculpe.
Até amanhã.
Eduardo
Franciskolwisk
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